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Escorpião.

Balancei a cabeça saindo dali e desci andando para casa, sol tava estralando na mente do cara.

Cheguei no meu barraco, era bagulho simples mesmo, mas sempre agradecido por ter um teto pra dormi!

Escorpião: Ta fazendo oque acordada a essa hora? - Falei invadindo o quarto da Milena, que tava encolhida na cama.

Milena: Com dor, papo reto. Tem remédio ai não e eu não tinha ninguém pra ir comprar. - Ela falou com manhã.

Escorpião: ué porra, nenhuma das ruas amigas poderia ir comprar pra tu não? No favor? - Passei a mão na testa dela.

Milena: Como em, elas tavam tudo no baile. - Ela falou me fazendo ri.

Boba demais, ainda acredita nesse bagulho de amizade nesse mundo.

Perguntei o que ela, ela falou que era coloca, como tinha assumido o comando hoje ainda ia me organizar pra tudo, então nem chamei ninguém pra fazer esse meu favor.

Meti o pé de casa descendo a ladeira e indo em direção a farmácia, comprei o remédio dela e me joguei na cama, tava cansadão.

Karina.

Terminei de limpar o quarto que havia sido usado na noite anterior e sair trancando.

Desci colocando as roupas de cama na máquina de lavar, terminei tudo ali e entrei pra dentro da casa, me batendo com o Marcos.

Marcos: Tenho um trabalho pra você, hoje ainda. - Ele falou, encarei ele. - com o dono do morro, aquele que tu tava gritando hoje de manhã.

Karina: Por favor né, homem abusado do caralho. - Falei fazendo ele rir. - Chama a Carol pra fazer isso, não tô afim.

Marcos: Ele ta pagando três mil e setecentos. - Ele cruzou os braços me olhando. - e ele nem sabe que é você, so falou que queria a melhor daqui.

Karina: Realmente, a melhor sou eu. - Me gabei. - e a roupa, salão e maquiagem? Como que fica?

Marcos: Ele mandou a escolhida ir buscar tudo na boca. - Ele falou e eu balancei a cabeça.

Karina: Ta, logo mais eu subo por lá. - Sorri fraco passando por ele.

Eu era acompanhante de luxo do morro, aqui criou o negócio junto com o Marcos também.

Tudo começou porque eu precisava de uma grana, e não conseguia nada fora do morro. Nunca consegui nenhum emprego decente, nem fora do morro nem dentro.

Comecei a subir para o baile, para conhecer um pouco melhor, até que eu conheci o Marcos.

Ele perguntou se eu queria transar pra ganhar dinheiro.

Eu ri muito da cara dele, falei que eu era melhor que isso e ele riu da minha cara.

Começamos a conversar e ele me falou que pensava em criar uma casa de prostituição.

Com meninas do morro, porque era um bagulho que dava muita grana, eu fui arrumando as meninas pra ele, a gente colocou elas numa casa e fui vendo que dava certo.

Quase todas as meninas vieram do morro e toparam trabalhar por boa vontade, uma ou duas que foram enganadas para vim pra cá, mas hoje se acostumaram fácil.

A vida é assim mesmo, se não tem cão, corre atrás de caçar um gato nega.

Aproveita todas as oportunidades diz que a vida te dá, uma hora a gente vai morrer mesmo, então foda-se tudo.

A vida é isso, bagulho é viver a porra toda.

E entre todas as meninas, eu sou o responsável pela casa, pela administração, tanto das garotas quanto do dinheiro.

Além de ser acompanhante de luxo do morro, dependendo do cara, cobro até cinco mil reais e tem bobo que vai.

Tomei um banho de cabeça, me arrumei e sai sozinha, coloquei o óculos na cara e subi o morro em direção a boca.

Cheguei na boca vendo aquele tanto de homem feio, andei mais um pouco e achei o chefe fumando sozinho no cantinho, fui andando até ele e os meninos entraram na minha frente, impedindo minha passagem.

Nossas Ambições.Where stories live. Discover now