Capítulo 59: Lady Mortífera.

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Quando soltou a minha lâmina e saltou para trás, tentando recuar das lanças que eu havia criado e projetado contra ela, encontrei a oportunidade de um ataque, e avancei sem pensar duas vezes.

Então comecei a ouvir os gritos.

Uma verdadeira multidão passou correndo por mim, trombando e empurrando todos na sua frente enquanto corriam e gritavam desesperadamente por suas vidas. Apavorados com as explosões no céu causadas pela luta do Ken, e sem perceber, ou sem se importar, que avançavam na direção de algo bem pior.

A garota olhava ao redor, parecendo tão surpresa quanto eu, mas, quando nossos olhos se encontraram, a surpresa dela deu lugar a um sorriso maléfico que fez um calafrio percorrer a minha espinha.

— Você parece preocupado, gatinho. Com medo deles se machucarem? — Assim que terminou de falar, sua energia Core vazou para fora do corpo, como chamas negras de energia que, abruptamente, entraram em combustão a sua volta.

Ouvi uma mulher gritando assustada ao notar aquilo, mas, ao tentar recuar, acabou trombando nas pessoas que avançavam na outra direção, e foi empurrada e levada junto da multidão.

Algumas outras pessoas também notaram as chamas ao redor da mulher, mas esses não tiveram um resultado melhor do que a primeira mulher quando tentaram recuar.

A energia Core se espalhou pelo ar em alta velocidade, consumindo todos que estivessem perto da garota. Desintegrando seus corpos e silenciando seus gritos em instantes.

Forcei a ativação de uma magia de ar antes mesmo que pudesse perceber, me impulsionando pra cima em alta velocidade e observando enquanto dezenas de pessoas inocentes eram completamente obliteradas na minha frente.

Não conseguia entender o que era aquela energia negra ainda, mas o poder dela era, sem sombras de dúvidas, mais destrutivo que qualquer magia com mana que eu já tenha visto, com exceção, talvez, de algumas poucas magias do Ken.

Conseguia ver essa diferença absurda entre Mana e Core não apenas pela destruição e a enorme cratera deixada pela pouca liberação de tal energia dessa garota. O que realmente assusta nesse poder, e o olhar de desespero e angustia congelado nos rostos de suas vítimas, antes que cada parte do seu corpo — cada célula e átomos, sua alma e sua consciência, tudo que compõe sua existência — ser simplesmente apagado, sem um único som além dos gritos interrompidos ecoando pelo céu estrelado de Shybuia.

Um vulto se moveu em meio as chamas negras, absorvendo a energia Core por onde passava, e eu apertei o cabo da espada com mais firmeza, inspirando forte e me concentrando.

Leve a perna esquerda para trás, esticando o pé como se buscasse apoiou, e a mana fluiu até ele através do meu corpo, convertendo-se em um impulso de ar que proporcionou o apoiou que eu precisava.

Fiz exatamente a mesma coisa com a outra perna, mais uma vez enviando um impulso de magia de vento pelo pé para me apoiar em pleno ar, e depois repeti o processo, de novo e de novo, correndo em pleno ar, ganhando cada vez mais altitude, e avançando na direção oposta a que o vulto se movia entre a energia Core.

Não podia deixar ela se aproximar, não quando ela podia manipular esse tal Core tão livremente. A ideia de defender um ataque daquela energia era completamente inviável. Com magia ou sem era impossível.

A minha única vantagem era poder ver de cima ela se movendo e ter uma...

Espera!

Meus olhos se arregalaram enquanto o ar começava a disparar continuamente dos meus dois pés, me brecando em pleno ar, para que eu pudesse ver melhor a movimentação lá embaixo.

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