Capítulo 22

745 110 20
                                    

                                                                                      Christian


Meu coração está acelerado com uma antecipação sombria enquanto tranco a porta e me viro para encarar Anastasia, que está de pé ao lado da cama, me observando com enormes olhos azuis claros, o sorvete derretendo na tigela que ainda está segurando com as duas mãos.

É isso.

Finalmente, ela é minha.

Sei que estou presumindo muito, mas a atração vai nos dois sentidos. Eu pude sentir sua resposta quando a beijei, pude ver o rápido latejar do pulso em seu pescoço quando coloquei minha mão em seu joelho.

Ela me quer.

Ela precisa disso tanto quanto eu.

Segurando seu olhar, atravesso a sala e paro na frente dela. Meu pau está dolorosamente duro, mas meus movimentos são cuidadosamente contidos quando pego a tigela de suas mãos trêmulas e coloco na mesa de cabeceira ao lado de nossas xícaras de café. Então, aperto suas pequenas mãos e a puxo para mim.

Ela olha para mim, seus olhos arregalados e sua respiração rápida e superficial.

Linda.

Ela é linda pra caralho.

Sua pele levemente sardenta é tão delicada que é quase translúcida, o rubor da excitação pintando suas bochechas com um brilho quente de frescor. Seus lábios de botão de rosa se abrem, revelando pequenos dentes brancos, e seus cabelos são como fogo em volta de seu rosto bonito e suavemente arredondado. Tudo nela é suave e bonito, tão delicioso quanto aquela colherada de sorvete que acabei de comer. Colocando uma mão em sua cintura, curvo minha outra palma ao redor do rosto dela e mergulho minha cabeça, prestes a beijá-la, quando outro miado alto interrompe o silêncio. Oh, pelo amor de Deus... Levo meus olhos para o lado e vejo o grande felino, que emergiu de debaixo da cama e está sentado em sua bunda peluda, a cauda espessa balançando de um lado para o outro enquanto olha para mim com olhos em uma fenda verde.

Volto minha atenção para Anastasia, determinado a ignorar a besta empata-foda, mas ela já começa a se afastar, parecendo desconfortável.

Não vai rolar. Não vai mesmo.

Eu pego suas mãos antes que ela possa se afastar.

— Venha para a minha casa. — É uma ordem, não um pedido, mas não consigo evitar. Nunca quis tanto uma mulher, nunca me senti tão fora de controle como agora. É impossível ser suave e sedutor com a violenta fome que se abate em mim, exigindo que eu a leve, que eu faça o que for preciso para fazê-la minha.

Se fossem tempos mais primitivos, eu já a teria jogado por cima do ombro e levado para a minha caverna.

Seus olhos cinzentos redondos em choque. — Para... Para a sua casa?

— Sim. — mantive seu olhar, não me incomodando em esconder a luxúria negra se formando dentro de mim. — Para a minha casa. Agora.

Há uma maneira melhor de fazer isso, eu sei. Eu poderia levá-la para sair e tomar uma bebida; então, uma vez que estivéssemos ambos relaxados, eu poderia oferecer para mostrar a coleção de livros raros na minha cobertura. Nós dois saberíamos o que realmente aconteceria quando chegássemos lá, mas não precisaríamos discutir isso. Ela poderia fingir que iria ver alguns livros, e tudo seria bom e civilizado, propriamente romântico. Exceto que não sou capaz de ser civilizado agora. Todas as minhas boas maneiras parecem ter me abandonado novamente, o verniz da civilidade desaparecendo. Por alguma razão, eu não posso enrolar com Anastasia, não posso ser suave e elegante como sou com outras mulheres. Com ela, sou movido por puro instinto, e esse instinto exige que eu a coloque na minha cama rápido.

Sua pequena língua se ergue para molhar os lábios e eu quase gemo com a tentação. — E... — Ela engole visivelmente. — E quanto a Emmeline?

Merda. — O que tem ela? — rosno, puxando-a para mais perto. — Eu disse a você que não há compromisso entre nós. — E não haverá, não até eu tirar Anastasia do meu sistema.

Eu não sou o tipo de homem que trai.

— Mas você ainda... quer namorá-la, certo? — Sua voz ofega quando a parte inferior do corpo se molda contra a minha, e minha ereção pressiona sua barriga macia. — Então, você poderia casar com ela?

— Isso é um grande talvez — murmuro, e incapaz de resistir mais um segundo, aperto o rosto dela entre as palmas das minhas mãos e inclino a cabeça para beijá-la.

Seus lábios são tão macios quanto a primeira vez que os provei, macios como pelúcia e tão fodidamente doces que todo o sangue deixa meu cérebro e vai diretamente para o meu pau. Distante, eu ouço outro miado, mas não dou a mínima para o gato ou Emmeline e minhas ambições ao longo da vida. Todos os meus sentidos estão cheios de Anastasia... Com o úmido e quente deslizar de sua língua contra a minha e o leve cheiro de caramelo em sua respiração, com o jeito que suas curvas suaves me tocam e como suas mãos se agarram a mim enquanto eu a encaminho em direção à cama dela.

Foda-se ir à minha casa. Aqui vai servir também.

As costas das pernas dela tocam o colchão, e de repente ela fica rígida. Agarrando meus pulsos, ela se afasta do meu beijo. — Espera!

Eu congelo no lugar, usando cada grama da minha força de vontade para permanecer parado enquanto ela sai do meu aperto e recua, sem parar até que esteja tão longe da cama e de mim  quanto possa.

— Ouça, Christian — diz ela trêmula, empurrando os fios do rosto com a mão trêmula. — Eu não sou... Isso não é... — Ela engole em seco. — Estamos obviamente atraídos um pelo outro, mas isso não vai dar certo. E enquanto eu a encaro sem acreditar, ela pega o gato do chão e diz baixinho: — Saia, por favor. Eu quero que você vá embora.

O Titã De Wall StreetWhere stories live. Discover now