capítulo 47°- "invasão"

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Terror.

Porra,não consegui prometer a parada a ela e acabei fazendo papel de trouxa,sem palavra. Mas a verdade é que eu não sei,não sei se posso prometer isso a ela. Assim como eu também sei que não posso mantê-la presa a mim se não sou capaz de assumi-la. A Liana não é o tipo de mina que aceitaria a minha vida de putaria.
Enquanto fica esperando em casa,porque é assim que é a vida de um mulher de traficante,uma eterna espera de quando iremos voltar para casa.
Mas aí as vezes me bate uma loucura de querer que ela aceita isso a todo custo,mesmo sabendo que não é certo,que eu não posso fazer isso com ela. Mas daí quando ela fala em ser livre,me bate a neorose de que ela vai embora,vai ficar com outro e irmão…Eu não gosto nem de pensar. Eu nunca vou encontrar nem uma mina como ela. A Liana tem me mostrado coisas sobre ela, que tem me deixado maluco nela. A mina já me fez até fazer amor com ela. Detalhe,que eu não sabia fazer essa parada,mas ela me ensinou e o pior foi que eu me amarrei.
Me desespera pensar que talvez eu esteja deixando ela no controle demais. Mulher é bicho do capeta,quando você pensa que não,tu já tá comendo na mão dela. Tenho que ficar ligado,ela já tá me domando porra,a filha da puta tá conseguindo me refrear.
Eu saio de casa puto com ela,mesmo sabendo que a culpa não era dela,que ela não tinha culpa de nada. Porém eu acho que ela tem o dom de me estressar,ela consegue me estressar facilmente até mesmo sem querer.
O dia amanheceu e a gente tava estranhão um com o outro,ela como sempre me olhando de canto,como se querendo puxar assunto e eu de cara fechada pra ela. Eu saio para boca antes dela e deixo um cara encarregado de escoltar ela na faculdade,pelo menos nesses primeiros dias. Também não quero parecer um louco possessivo demais na menina,o que os caras vão pensar?
A idéia do vale de empréstimo estava ajudando muitas famílias aqui pelo o morro,muitos pagavam o dinheiro emprestado a tempo,antes que vencesse,outros nem tanto. Deixavam correr juros,porém estavam pagando, eles sabem que dever a boca é pior do que dever banco. Eu estava erradão hoje e chego no trabalho de cara fechada.
Felipe: que foi?chupou limão e não gostou?—ele não ia perder a oportunidade de zuar com a minha cara.
Terror: chupei a tua madrinha,aquela gostosa.—digo de cara fechada.
Felipe: respeita arrombado.—ele me joga uma caneta e no reflexo eu pego.—Madrinha minha é tua também.—ele diz e de fato ele não estava errado. Eu fui criado dentro da família dele.
Terror: não enche o saco não mané.—digo já sentando.
Felipe: por causa de quê tu tá com essa cara de putinho?—o Felipe não cansa de me irritar quando eu já estou irritado.
Terror: mulher,o que mais seria?—abro a gaveta pra pegar um cigarro de maconha.
Felipe: iih faixa,falar 'pá' tu ,que eu vou ter que concordar contigo.—ele diz me dando o isqueiro para acender o marola.
Terror: Liana tá me tirando o juízo, na moral. Tá mermo…—trago o cigarro.
Felipe: iih à lá.—ele diz —Tu não vai me dizer que ela tá amansando a fera.—eu fico calado e ele arregala os olhos.—Tá merrmoo?—ele diz gargalhando alto,enquanto bate com as mãos na mesa.
Terror:tsc…Saí fora arrombado,parece que não me conhece.—eu fecho a cara,porém sei que não adianta mentir para o Felipe. Ele me conhece de olhos fechados.
Felipe: sabe o que é isso aí?—ele ainda ria entusiasmado.—É o teu castigo por tudo que tu fez com ela. Agora tá se apaixonando pela a mina.—ele ria que colocava as mãos na barriga.
Terror: saí fora,coé?desde quando eu me apaixono?—pausa. E olhando para a cara dele eu percebi que não importa o que eu falasse,ele não tiraria mais isso da cabeça.—Tsc —desisto de tentar convencer ele do contrário —Não fode!—agora eu jogo o isqueiro nele.
Felipe: vai pagar os pecado tudo com ela.—ele diz parando de rir. E eu mostro o dedo do meio para ele.—Te falar que eu tô pagando alguns dos meus também.—fala me pedindo o cigarro.
Terror: mas também,esperava o que com uma mina doida daquela?—eu falo e ele quem me mostra o dedo do meio agora.
Felipe: se o problema fosse só ela tava bom demais. Me amarro nela justamente pela a loucura dela mermo.—confessou.
Terror: e é por causa de quê então?—pergunto enquanto ele me devolve o meu cigarro,soprando a fumaça para cima.
Felipe: tem uma amiga dela…Da pista eu acho—ele disse meio incomodado.—Aquela mina lá,que foi pra tua casa junto com elas. A morena…Ela tá redendo pra mim num nível assim de me mandar foto pelada. —eu faço um movimento sutil com a cabeça.
Termo: tá mermoo?!—digo como se desacreditando.
Felipe: tô te falando parceiro. Daí eu mandei sair fora,porque tá ligado,né? ela é amiga da Letícia.—me pede o cigarro outra vez.
Terror: e aí?—quis saber mais enquanto entrava o cigarro a ele.
Felipe: aí que tu sabe como é mulher né porra?ainda mais da pista,estilo patricinha. Não pode rejeitar não porque parece que as mina fica ainda mais interessada. Ela me provoca e porra,eu sou homem parceiro,sou de ferro não,tá ligado.—ele diz passando a mão na cabeça.
Terror: e a tua mina nem desconfiou ainda?—pergunto meio desacreditado,porque a mina dele não parece ser do tipo que dar para esconder alguma coisa dela fácil.
Felipe: ela não tem acesso ao meu outro celular.—confessa.
Terror: tu tá fudido então… Melhor mostrar essa porra,por causa de quê vai ser pior. Papo visão.—eu aconselho e ele balança a cabeça positivamente,concordando com o que eu tô falando.
A manhã flui normal como todos os dias,porém hoje o trabalho tava mais puxado. Já era uma e pouca da tarde,decerto a Liana já estar em casa a algum tempo. Resolvo que não vou pra casa não,vou pedir almoço pra comer aqui mermo.Foi quando de repente o radinho toca.—Qual é a visão Botafogo?—eu atendo um dos meus olheiro.
Botafogo:Duas cachorronas subindo o retão. E aí?—respondeu, se referindo à Rua Joaquim de Queiroz, que atravessa a favela. "Cachorronas” são a polícia subindo em um Blezar,carros fortes, invadindo—Deu ruim chefe.—ele continua.— É operação surpresa,os cara derrubaram os dois da contenção da entrada do morro.—eu olho para o Felipe e ele olha pra mim.
Felipe: fudeo.—ele levanta e começa a se armar e eu faço o mesmo. Ele me joga o colete a prova de balas enquanto ele vestia o dele.
Botafogo:nós faz o quê chefe?—o moleque perguntava desesperado.
Terror: vamo colocar eles pra correr —eu aperto no botão do radinho para que todos os outros também escutem.—Bora mostrar pra eles quem é que manda nessa porra tropa. Bora botar essas cachorrona pra correr.—digo e passo a visão para os caras esconderem as muniçãos,armamentos que não vamos usar,juntamente com as drogas no paiol.
Felipe: operação surpresa viado. Os cara trouxeram os cães, vai dar ruim.—ele diz enquanto introduz os cartuchos no carregador da pistola.
Terror: vamo distrair então,vamo levar para outro lugar. E não deixar chegar perto.—digo e passo o radinho mandando que organizassem um grupo forte e subissem para o paiol e que não deixasse que eles se aproximassem.—Ou eles batem em retirada,ou vão sair tudo morto.—digo e a gente saí. Em cada boca também deixávamos grupos para que não deixassem alemão chegar perto. Aqui tinha muita papelada que se eles botassem a mão o Alemão ia cair fácil. Alguns segundos já nos becos se ouviam tiros e mais tiros,o bagulho já tava cabuloso e a gente já tinha dado o toque pra morador recolher. A gente recebia o toque para esse tipo de coisa,tínhamos infiltrados dentro da polícia,políciais corruptos. Porém assim como aqui no morro a gente tonteia alguns dos nossos quando é passado informações de datas importantes,eles também fazem o mesmo. A gente confunde alguns,porque nunca se sabe se todos envolvidos são de confiança,se de repente um não se rebelou,está jogando no time contra e agora é x9. Entanto fomos inteirados de uma possível operação surpresa desde o mês passado,por isso o morro estava tão movimentado e estávamos todos tão aviados. E aí como não aconteceu,a gente sossegou porque confiamos ser alarme falso,mas aí eles atacam hoje e a gente não teve aviso,o que tivemos foi à um mês atrás. Como eu disse:eles tonteião os que estão lá dentro também, porque sabem que podem ter alguns no meio deles que passam informação,então eles cuidam para que eles passem informações erradas,para eles conseguirem atacar quando estivermos desprevenidos.
Meu celular vibrava e eu não dava bola,então começaram a me ligar. Mas quem caralho me liga no meio de uma invasão policial? tiro o celular do bolso e quando observo era a Liana,para me deixar mais puto. Eu resolvo mandar áudio. “—Não fode caralho,eu tô no meio de uma invasão.“ Eu envio enquanto continuo escutando os barulhos dos tiros. Porém percebo que eles não estão entrando pelos os becos e vielas,eu já sabia que eles estudavam o morro,mas para onde eles estavam indo afinal? A Liana continua a me ligar e eu resolvo atender logo de uma vez,puto.
Liana: Thiago,eles estão vindo pra cá,tem pouquíssimos meninos aqui,estão vindo todos para cá.—ela falou antes que eu falasse alguma coisa. E ela dizia tudo tão rápido,parecia que nem ela mesma sabia o que estava falando. Meu coração acelerou,eles estão indo para a minha casa,fudeo!. Eu passo radinho com a Liana ainda em ligação.
Terror: eles tão subindo pra minha casa principal porra. Três grupos para lá,AGORA. Serquem eles pelo o matagal —eu digo gritando enquanto escuto o barulho de choro da Liana no telefone.—Não chora caralho,vai me deixar mais nervoso.—digo enquanto corro em direção ao matagal.
Liana: o que eu faço?—ela pergunta desesperada.
Terror: você não faz nada. Vai para o seu quarto,tranca a porta e fica deitadinha debaixo da cama.—digo ofegante por estar correndo.
Liana: Thiago…Eu estou com medo.—ela diz enquanto escuto ela se arrastando no chão. Provavelmente entrando debaixo da cama,como eu mandei.—Se eles entram aqui,me levam,ou pior me…—eu cortei ela de emediato. Escutar ela falando assim,com medo e apavorada me causou sensações estranhas,diferentes das de antes. Eu só queria poder proteger ela.
Terror:…Não vai acontecer nada com você,eu te prometo.—digo enquanto já chego no matagal.
Liana: você não pode me prometer isso —ela choraminga.
Terror: você esqueceu que eu posso tudo? estou te prometendo ,nada de ruim vai te acontecer.—digo firme.
Liana: você vem pra cá? eu preciso de você aqui.—porra,foi foda escutar ela falando isso. Me trouxe uma sensação de que ela confiava em mim,que precisa de mim,eu preciso proteger ela.
Terror: vou! logo mais eu tô chegado aí tá bom?eu te prometo.—digo e desligo o celular.
Então eu começo a prestar atenção se não tinha nenhum deles por aqui. Provavelmente tinha,eles sabem que tinham como os meus sercar eles por aqui. Foi quando eu vi,quatro caras deitados no chão. Os meus ainda não tinha chegado até aqui e embora que eles estivessem em maior número,os Alemão estão em uma posição melhor, tão boa que eles conseguirião derrubar fácil os três grupos dos meus homens que eu mandei que viessem por aqui,e eu não podia mandar rádio,eles ouviriam . Eu me frusto e fico puto no mesmo estante,era tempo perdido e eles cada vez mais perto da mansão, da Liana. Porra,a vida dela já era se pegam ela. Eu não ia deixar que eles saíssem dá favela com ela,nem fudendo. Mas daí como que ela iria conseguir voltar para a vida dela? como ela iria voltar a estudar?logo agora que ela tava tão feliz com essa conquista dela,de ser médica. A Liana ia ter que passar por várias pressões para saberem que tipo de envolvimento ela tinha comigo. Ela não ia saber passar por essas parada, era demais para ela. Então eu tive uma idéia:mandar mensagem para o Felipe. Coloco o celular no silencioso e mando mensagem enquanto observo os cara.
mensagem on
Terror: Felipe,os cara tão no matagal,não venham pra cá de cara. Precisamos bolar um plano— envio a mensagem e em seguida ligo para ele para que ele veja. Chama chama e ele não entende. Ligo de novo e quando ele atende eu desligo de emediato,então ele visualiza a mensagem.
Felipe: puta que pariu,só pica grossa.—ele manda. —Qual o plano.?
Terror:vou tentar derrubar sozinho. No terceiro tiro,vocês botam a cara e é bala neles. Eles vão estar distraídos comigo e vocês atacam.
Felipe: pode crer. Terceiro tiro! toma cuidado.—
mensagem off
Eu guardo o celular e disparo o primeiro tiro,pega na perna de um deles. De emediato o outro dispara em minha direção,eu me escondo atrás dos escombros de cascatas velhas e foi por pouco que eu não morro com um tiro na cabeça. Boto a cara outro vez e acerto o braço do outro. Me escondo de novo quando escuto eles mandando radinho para os demais,anunciando que tinha dois deles ferido. Quando olho outra vez para saber se tinha abertura para eu meter a cara e dar o terceiro tiro,percebo os dois caras que não estavam baleados na espreita, eles viriam até mim,filhos da puta! Então resolvo dar o último tiro para cima,somente para que os outros venham. Foi quando de emediato os dois cara que não estavam feridos me localizaram,então vinherem em minha direção. Então começou a trocacão de tiros. Dois contra um,era bala que não acabava mais. Eu tentava me esconder e correr para outros lugares,mas eles sempre me localizavam e foi quando eu corria,no exato segundo que eu passei a correr de costas para conseguir atirar neles que me acertaram um tiro no meio do peito.
A bala acertou no meu colete,mas eu caí assim que senti a pressão me queimando a pele de emediato. E quando eu achei que eles vinham para cima e que agora já era pra mim. Eu começo a ouvir muitos tiros,eram os meus homens,eu agradeço a Deus em pensamentos. Então ouvi um dos alemão mandando radinho para os demais.
***:Já era,já era,bater em retirada. Repito,bater em retirada! Temos dois baleados e estamos sercados.—escuto que ele fala e agora eu podia aproveitar que eles me deram as costas para atirar. Mas a queimação no peito não me deixou levantar. Resolvo deixar que eles se vão e mando radinho para que os meus homens me localizem. Alguns minutos ainda escutando muitos tiros,eu consigo me sentar e tirar o colete,pego o celular no bolso para tentar fazer de espelho,dado que não conseguia baixar a cabeça. Foi quando eu vi uma bola vermelha,um machucado de queimadura de bala grande e evidente no meu peito. E doía parceiro.
Alguns segundos e o Felipe vem até mim,ainda se escutava barulhos de tiro.
Felipe: qual é irmão,tá baleado?—ele pergunta assim que me vê,preocupado.
Terror: não!pegou no colete. Ajuda aqui.—ele me dá à mão e eu levanto.—Já saíram do morro?—pergunto ainda escutando tiros.
Felipe: tão descendo.—diz.—Porra foi por pouco parceiro. Por pouco não dava muito merda. A casa ia cair.—ele diz enquanto passa os olhos ao redor,sempre atento.
Terror: por pouco eu não morria,a ordem não é mais me prender,é me matar. Por pouco a Liana não se fudia também.—digo e olho pra ele de emediato quando lembro dela.—Eles chegaram a entrar? —pergunto preocupado.
Felipe: não não. Os cara da segurança da mansão trocaram até o fim.—diz cansado. Estávamos ambos muito soados e sujos. É sempre muito punk quando é a polícia que invade.
Terror: alguém ferido além dos dois segurança da entrada do morro?—pergunto sem quase conseguir respirar direito.—Morreram? —inquiri referindo-me aos dois caras baleados.
Felipe: não,tão no hospital.—diz e eu respiro mais aliviado,pelo menos ainda tem esperança para eles. Eu odeio perder dos meus. Eu sigo depressa para cara,queria ver a Liana,afinal eu prometi que eu voltaria lá.
Terror: Liana?—bato na porta do quarto dela que ainda estava trancada.—Pode abrir,sou eu.—tento passar confiança,enquanto jogo a arma de lado,porque sei que ela tinha medo. Ela abre a porta de uma vez e os olhos dela encontram os meus. Estavam húmidos e havia medo neles. Ela me abraça sem aviso e quase morro de dor,tentei disfarçar mas não consegui.
Liana: que foi,você tá ferido? —pergunta me observando.
Terror: foi só uma queimadura . A bala pegou no colete.—digo levantando a blusa para que ela veja,a Liana leva as duas mãos à boca.
Liana: meu Deus Thiago,você podia ter morrido.—ela fez voz de choro.—Eu ouvi tantos tiros e…Eram tão perto…—ela falava tudo muito depressa,ainda nervosa.—Eu tive tanto medo.—ela chora forte e eu não sei o que fazer quando vejo ela chorando.—Por mim,por você…
Terror: shhh—eu abraço ela e ela me agarra forte,eu aguento firme mesmo sentido dor. —Tá tudo bem,eu disse que ia ficar tudo bem—digo baixo.
Liana: é…—ela saí do abraço e limpa as próprias lágrimas me olhando agora sorrindo.—Você prometeu. —ela continua sorrindo como se contente por isso.—Anda…—ela diz agora me reparando.—Vai tomar um banho,eu vou tratar do seu machucado. —eu ainda precisava sair,para ver como os meus homens estavam. Mas de repente eu me senti incapaz de deixar ela sozinha de novo depois de uma parada como essa. Ela ainda tá muito assustada, dar para ver. A Liana não é mina para esse tipo de susto,pra esse tipo de adrenalina,eu não posso deixar ela a mercê de tudo isso,dessa vida.
Faço como ela pede,tomo um banho no meu quarto e quando eu saio ela estava me esperando,enquanto arrumava o material de curativo encima da cama.
Terror: precisa disso tudo?—pergunto observando um monte de parada que ela tinha colocado encima da cama.
Liana: sim,pra não infeccionar e piorar—ela manda que eu sente na cama e começa a tratar do machucado ,colocava uns bagulho que fazia arder pra caralho.
Terror: sã porra arde pra caralho.—reclamo quando ela colocou um líquido que espumou.
Liana: aí,desculpa,mas precisa por.—ela diz enquanto continua limpando,tão delicada,meiga e cuidadosa. Eu observava o rosto dela tão perto de mim ,a boca que parecia ter sido desenhada,a pele branca e cheia de sardinhas abaixo dos olhos. Percebo que o olhar dela encontra o meu nesse estante,ela para de limpar de emediato e continua a me encarar, dentro dos olhos. Eu desvio o olhar,porque acho estranhão o que essa parada causa. Olho para o meu machucado,tentando observar como estava ficando,porém percebo que ela continua me encarando,mas eu me recuso a olhar para o rosto dela de novo. Então ela pega não meu queixo suavemente,levantando com o dedo indicador. Nos olhamos nos olhos novamente e ela me surpreende com um beijo.

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