capítulo 31°- "culpa momentânea"

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Terror.

O Felipe estava me enchendo o saco,enquanto minha cabeça estava prestes a explodir. Porra,eu estava ficando maluco.
Eu não deveria ter feito o que fiz!de repente eu só quis descontar nela o fato de eu não ter conseguido ir para a cama com a outra,com a dançarina gostosa que eu mandei chamar diretamente da Rocinha,porque eu via ela na porra na cara da mina. Eu via a Liana irmão,eu deixei a mina plantada lá no quarto do camarote,pelada,toda pronta pra mim. Deixei ela lá no estante que vi a Liana no rosto dela,saí de lá achando que eu tava brisando,sem nem ter usado nada. Foi macumba,na moral,não tem outra explicação,eu vou matar ela!
Usei cocaína!é difícil eu usar essa porra,meu negócio é só com maconha porque não acho prejudicial,mas qualquer tipo de outra droga eu evito ao máximo. Eu não uso na verdade,mas depois que eu conheci a ruiva eu tenho usado como uma forma de escape,sei lá,a maconha já não tava sendo mais o suficiente para espairecer,esquecer ela. Mas pelo o contrário de me deixar relaxado tá me deixando mais pirado e eu estou descontando tudo nela e agora tô me sentindo muito culpado,porra,ela tá no hospital,eu quebrei duas costelas da mina. Eu não sei como ela está viva!. A Liana é tão delicada,tão frágil,porra por pouco eu não matei ela!pensar nisso me desespera.
Felipe:sério irmão.—o Felipe tentava conversar comigo depois de ter me arrastado do hospital,eu estava lá que nem um zumbi,só queria sair de lá se fosse com ela do lado.—Eu não sei mais o que fazer,o que te falar.—o tom dele era de cansado,de quem estava prestes a desistir.
Terror:eu não posso deixar ela ir,você não entende—minha voz era de culpa,de pura derrota.
Felipe:tu que não entende irmão.—ele aumentou a voz.—Olha as coisas que tu fala porra. Se não consegue se controlar,então manda essa mina ir embora caralho.—ele agora estava puto e eu deixei que ele falasse mesmo,não contestei,apenas ouvia de cabeça baixa,até porque o errado nessa porra sou eu,sempre sou eu.
Terror:eu não vou fazer mais.—disse.
Felipe:não vai fazer assim de novo, do nada, você quer dizer,né?! porque qualquer deslize que ela der tu vai tomar como motivo pra espancar a menina.—ele levantou.
Terror:das outras vezes eu tive motivo.—eu só queria me sentir menos culpado.
Felipe:Thiago puta que pariu mano,o quê que tá acontecendo contigo parça?—ele me perguntou em tom idgnado.
Terror: O que ela fez comigo,essa é a pergunta—era a minha também.
Felipe: Tu tá maluco,chapando mermo.—ele começou enquanto caminhava pelo a sala da boca.—Das outras vezes você teve motivo?—ele riu desacreditado.—O que é motivo pra você? a mina ter sido educada com um cara playboy que se aproximou dela na rua? acorda caralho,a menina tem dezessete anos. A Liana principalmente,quase não sabe notar a maldade em alguma pessoa.—pausa.—A Letícia fez a mesma coisa que ela,mas naquela noite eu não bati nela,e nem bateria!—ele sabe entrar na minha mente direitinho.—E na noite do cinto,que tu bateu nela pra caralho,deixou a mina pelada cara,humilhação demais parceiro—o tom dele era de pura revolta.
Terror:ela estava falando com um cara porra,eu já tinha te falado. Podia ser inclusive o mesmo cara que veio deixar elas aqui perto. Por que ninguém conseguiu identificar ele ainda até agora?—aquele cara eu não vou esquecer tão cedo e se eu pegar ele vai ser poucas idéia.
Felipe: eu sei quem ligou pra ela naquela noite.—ele disse e de emediato eu olho pra ele.
Terror:quem?—minha voz saiu ansiosa.
Felipe: aquela maluca que te quer a todo custo.—agora ele voltou a andar pela a sala, procurando algum cigarro de maconha,como eu faço sempre quando estou começando a sair do sério.
Terror: A Katarina?—perguntei com semblante descrente.—Não pode ser.—porra,não era possível!—Como tu sabe disso?—eu quis saber.
Felipe:ela contou pra Letícia .—disse apenas e puta que pariu,só pica grossa irmão. Alguns segundos com vários pensamentos na mente eu começo a balançar a cabeça em negativo.
Terror:não pode ser! por que ela não me falou então? se ela sabia que eu ia bater nela?
Felipe:você deu a chance dela falar porra? você ia acreditar se ela tivesse te falado?—disse em tom alto outra vez,agora acendendo o cigarro de maconha.
Eu olhei pra ele e desviei o olhar de novo,odeio essa sensação de culpa,de estar errado,era novo essa porra pra mim .
Terror:por que aquela filha da puta ligou pra ela?—perguntei em voz alta,mas como se para mim mesmo.
Felipe:por quê? tu sabe que aquela filha da puta é maluca por você.—ele também estava puto com a Katarina e nunca foi tão bem com a cara dela.—Aquela mina é psicopata,tudo ela consegue saber. —pausa.—Aí tu vai lá e trás ela e os aliado, que inclusive tu sabe que nós não confia. Aqui pra dentro da tua casa,com a Liana trabalhando aqui. Claro que a Katarina ia constatar outra coisa caralho,não sabe como é mulher?  parece que elas têm um faro,elas sentem! —o Felipe sempre foi papo visão.
Terror: tu acha que ela ia fazer alguma coisa com a Liana?—perguntei de cara fechada.
Felipe: e tu duvida de alguma coisa vindo daquela mulher?
Terror:eu vou quebrar ela.—minha mente de louco já maquinava vários cenários de coisas cruéis que eu poderia fazer com ela.
Felipe:sem chance parceiro…—pausa.—A gente tá perto da reunião da família—ele estava se referindo a facção,nós somos todos família. E quando um ou mais membros quebram uma regra,serão julgados com a morte. E uma das regras é não nos desentendemos em hipótese nenhuma,porque somos família!. Ainda mais se for por causa de mulher,aí bagulho fica louco. Existe um evento na família,que acontece uma vez por ano,chamamos de “Reunião da Família” onde tratamos de novas regras para com a facção, que só poderão ser mudadas no próximo ano da reunião. É um evento importantíssimo para a facção,altamente sigiloso e apenas os grandes clãs criminosos de cada estado podem comparecer. Os chefes de morro de cada favela do Rio de Janeiro,e os demais estados onde a organização criminosa atua, juntos somente dos sub donos,nos quais são aliados e atuam na mesma fação,óbvio. E os clãs da mafia italiana,que também temos ligações fortes,aliás,são uma das aliança mais fortes que temos dentro da fação. Eu tenho máximo respeito assim como eles têm para comigo. A reunião acontece em um grande salão aqui do Rio de Janeiro,a gente sai da favela por cima,de helicóptero. Para não correr nenhum risco e nem levantar suspeita,a gente sempre tonteia as pessoas sobre a data da reunião,dado que pode haver algum x9 entre nós. E depois de sairmos sempre deixamos a favela em alta segurança,eu armo todo mundo e deixo todos na espreita,inclusive deixo um grupinho forte e de confiança na cola do cara suspeito de trairagem,para não ter vez para ele. Não tem folga pra ninguém,e não tem hora de descanso pra nenhum, precisam ficar na atividade a noite inteira,até que a gente retorne. Aqui nada passa!
Terror: eu tenho que fazer alguma coisa.—disse convicto me referindo a Katarina. Matar ela ou fazer qualquer outra coisa pode ser prejudicial para mim,visto que estamos perto da reunião da família.—Filha da puta—digo puto,me levantando e jogando toda a papelada da mesa no chão.
Porra,pra piorar o grau dessa culpa eu ainda descobro que não era com macho que ela conversava naquela noite,bati na mina sem motivo nenhum de novo. Parece que ela já está tão numa vibe de “desistir da vida” que nem fez questão de contar depois. Eu sei que eu tô fazendo muito mal a ela e não consigo parar,não consigo deixar ela livre de tudo isso. Mas preciso tentar pelo menos não voltar a fazer isso,nunca mais.
Volto pra casa depois de um dia nada produtivo,me sentindo um merda,sentimento ruim pra caralho. A dona Benê já sabe da verdade e foi vergonhoso ver o desgosto no olhar dela. Mas me trouxe almoço e janta,como eu disse ela é como uma mãe no seu significado mais puro. Nunca passaria a mão na minha cabeça quando é feita alguma atitude errada,pelo o contrário. Ela falou um monte e ainda me disse na minha cara que era bem feito que a Liana arrumasse alguém e fugisse daqui,da minha vida. E eu brisei nisso,pensando que se acontecesse eu ia buscar ela,não tinha jeito,eu ia buscar nem que fosse no inferno.

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