LIVRO 1 - estranhamente

treze

Olá!

Como estão?

Vocês são ótimos! Quero ver agora com essas fofas e com o que quer que esteja acontecendo.

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Meu alarme soou estridentemente na mesa de cabeceira. Logo que começou, ouvi também um resmungo ao meu lado, algo que não entendi exceto por ser a voz rouca de Lauren.

- Para... - murmurou e me apressei em desligar.

Lauren se virou. Seus olhos estavam clarinhos.

- Bom dia, Lern... - murmurei.

Ela piscou algumas vezes e disse algo tão baixo que não entendi.

Imaginei que fosse um "obrigada, bom dia" em retorno. Me sentiria melhor assim do que se ela agisse estranho depois de ter me beijado até minha mente apagar.

Ainda estamos um pouco zonzas.

Acordou? Precisamos ir para a aula.

Tortura... tortura... tortura...

Mas precisamos ir.

Vamos ficar com Lauren.

Lauren tem terapia.

Vamos junto.

A aula!

Lauren!

Não podemos faltar. Chega!

Me calei.

- Eu preciso levantar - disse a Lauren - eu tenho aula, mas você pode ficar aqui o quanto quiser.

Sua testa enrugou e um suspiro saiu, mas nenhuma palavra.

- Vou me arrumar - avisei e afastei a coberta de meu corpo, quase virando de costas para Lauren e levantando, mas impedida por uma mão que segurou a minha.

Meu coração acelerou.

Ela está nos tocando!

Seu aperto era firme, quase apertado demais.

É um padrão.

Você acha?

Não seja burra.

Lembrei de como me segurou no lugar ao me beijar a primeira vez.

Verdade, ela provavelmente tem mais conforto assim.

Não me respondi, mas senti que pensava insultos contra mim.

- Eu não posso ficar - disse, mas ela continuou me encarando em silêncio com seus olhos muito abertos.

Leva junto.

O quê?

Leva junto.

Ela tem a vida dela.

Oferece, boba.

Não custa nada, não é?

Nem um centavo.

Bom porque não temos.

Respirei fundo. Sua mão era muito quente e firme. Seus olhos eram muito intensos. Minha boca formigou por mais um beijo.

- Quer vir comigo? - ofereci e Lauren assentiu - não estamos muito falantes, não é?

Lauren concordou com a cabeça. Me passou pela mente o quanto se expor, se obrigar a se comunicar e todo o resto do dia poderia ser exaustivo demais para ela.

Está certa.

Claro que sim. Sou uma futura psiquiatra.

Claro que sim.