Capítulo 1

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A n a s t a s i a

— ..., Então o veterinário disse que o Sr. Puffs não está preparado para isso e eu... — Kate bate o copo de chá gelado com tanta força que o líquido de seis dólares cai de sua borda. Agarrando oguardanapo, ela enxuga o molhado e me encara sobre o prato meio comido de crepes de trigo-mourisco.— O que foi? — Eu pisco para a minha melhor amiga.

— Consegue notar que está falando sobre Sr. Puffs, Cottonball e Rainha Elizabeth pela última meia hora? —Kate se inclina, os olhos verdes estreitados. — É gato isso, gato aquilo, veterinário isso, veterinário aquilo.

— Ah — Envergonhada, olho para o relógio na parededo local de brunch no qual Kate me arrastou. Com certeza, já faz quase trinta minutos desde que chegamos aqui e não calei a boca durante esse tempo. Sem graça, olho para Kate. — Me desculpe por isso. Não quis te entediar.

— Não, Anastásia. — O tom de Kate é de paciência exagerada quando ela se inclina para trás, jogando o cabelo louro alaranjado e brilhoso por cima do ombro. — Você não me entediou. Mas me fez perceber uma coisa.

— O quê?

— Você, minha querida, é oficialmente a Senhora dos Gatos. — Minha boca se abre.

— Como assim?

— Sim. Uma típica Senhora dos Gatos.

— Claro que não sou!

— Não? — Ela arqueia uma sobrancelha perfeitamente formada. — Vamos rever os fatos então. Quando foi a última vez que teve seu cabelo cuidado por um profissional?

— Hum... — Conscientemente, toco na explosão de fios vermelhos na minha cabeça. — Talvez um ano ou mais atrás? — Foi, na verdade, para a festa do vigésimo quinto aniversário de Kate, o que significa que já faz dezoito meses que nada além de um pente tocou essa bagunça cheia de frizz.

— Certo. — Kate corta seu crepe com a delicadeza de Rainha Elizabeth minha gata, não a monarca britânica. Depois de mastigar, ela diz: — E o seu último encontro, foi quando? Sobre isso eu preciso realmente pensar.

— Dois meses atrás — digo triunfante quando a lembrança finalmente chega até mim. Eu cortei um pedaço do meu próprio crepee levei-o à minha boca, murmurando: — Isso não é há muito tempo.

— Não — Kate concorda. — Mas eu estou falando sobre um encontro de verdade, não um café por sentir pena de seu vizinho de sessenta anos.

— Roger não tem sessenta anos. Ele tem no máximo quarenta e nove...

— E você tem vinte e seis. Fim da história. Agora, não evite uma pergunta. Quando foi a última vez que você teve um encontro de verdade?

Pego meu copo d'água e engulo enquanto tento lembrar. Tenho que admitir, Kate me pegou nessa. — Talvez um ano atrás? — Eu me arrisco, embora tenha certeza de que a data em questão uma ocasião menos que memorável, claramente antecedeu a festa de aniversário de Kate.

— Um ano? — Kate bate as unhas cor castanho na mesa. — É sério, Anastasia? Um ano?

— O quê? — Tentando ignorar o rubor subindo pelo meu pescoço, concentro-me em consumir o resto do meu crepe de vinte e dois dólares. — Tenho andado ocupada.

— Com seus gatos — diz ela incisivamente. — Todos os três. Encare: você é a Senhora dos Gatos.

Olho por cima do meu prato e reviro os olhos. — Tudo bem. Se você insiste, então sim, eu sou a Senhora dos Gatos.

— E você está bem com isso? — Ela me dá um olhar incrédulo.

— Perdão? Devo saltar da ponte do Brooklyn em desespero? — Encho minha boca com o ultimo pedaço de meu crepe. Ainda estou com fome, mas não vou pedir mais nada do menu supercaro. — Gostar de gatos não é crime.

O Titã De Wall StreetOnde histórias criam vida. Descubra agora