Capítulo 25

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Eles chegaram no sítio pelo final da tarde de terça-feira. Miguel olhava para ela de relance. Angélica estava um pouco calada desde que tinha recebido uma mensagem de Fernanda marcando uma reunião para o dia seguinte bem cedo. A ruiva tinha ficado um pouco insegura com qual poderia ser o motivo da reunião, julgando ter algo a ver com seu desempenho. Miguel tinha tentado tranquilizá-la, mas os antigos medos de Angélica tinham voltado.

A primeira coisa que passou pela cabeça dela foi seu antigo chefe. E se ele tivesse feito alguma fofoca sem cabimento? Inventado alguma coisa? Bernardo podia ser um lixo de ser humano, como Fernanda já sabia, mas ele conseguia ser bem convincente até para os inimigos.
Miguel parou a caminhonete na porta do sítio e desceu para pegar as malas no banco de trás. Juntos eles caminharam para dentro, Miguel colocou as malas perto do sofá e segurou o braço dela antes que a mesma subisse para seu quarto.

— Onde vai? — ele perguntou com um sorriso.

— Para meu quarto, ué. — ela respondeu, retribuindo o sorriso.

Miguel se aproximou dela com um sorriso esperto, a segurou pela cintura e lhe deu um beijo suave nos lábios.

— Eu estava pensando que talvez... se quiser... pudesse começar a dormir no meu quarto... nosso quarto. — ele falou.

Angélica sorriu tímida e desviou o olhar.

— Eu ainda estou um pouco dolorida das nossas atividades de ontem... — ela disse em um sussurro.

Miguel respirou fundo para não tomar aquilo como uma ofensa, não queria que ela pensasse que ele a chamava para dormir com ele só para isso. Queria ela perto dele porque duvidava ser capaz de dormir sem o corpo macio ao seu lado, sem o cheiro dela a envolvendo. Miguel tomou o rosto dela entre as mãos e sorriu sem mostrar os dentes.

— Eu imagino... disse que a gente deveria ir devagar... — ele disse em um suspiro, mas Angélica apenas sorriu daquele jeito que o deixava louco.

— Eu sei... mas você é muito bonito, eu não consigo mais resistir... — a mão pequena desceu pelo peito dele e ele sorriu, a parando antes que as coisas saíssem do rumo.

— Eu não quero você na minha cama só para isso, sabe disso, não sabe? — ele perguntou sério.

Angélica balançou a cabeça, reconhecendo seu erro. Tomou as mãos dele nas suas o beijou nos lábios devagar.

— Eu vou pegar algumas peças de roupa lá em cima e vou tomar um banho então.

Depois dos dois terem tomado banho, Miguel fez um sanduiche para eles, algo leve, apenas para não sentirem fome realmente. Ela comia mais quieta do que o habitual, durante a viagem ele tinha percebido que ela gostava de falar durante as refeições, hoje, porém, apenas uma frase ou outra saia.

Miguel levou os pratos para a cozinha, voltou a se sentar no sofá e a trouxe para seu colo, assim como tinha feito no primeiro dia de viagem dos dois. Angélica se acomodou lodo em cima dele, a cabeça em seu ombro, a mão brincando com a camiseta que ele usava.

— Eu sei que você está preocupada com a reunião, mas eu tenho certeza que não deve ser nada de mais... — ele sussurrou contra sua cabeça, passando a mão por suas costas devagar.

— Fico preocupada, Miguel... às vezes parece que tudo que eu estou vivendo agora é um sonho... que alguma coisa vai me acontecer e vai me tirar tudo... Berenice, você, esse emprego... — Angélica disse em uma voz baixa, se apertando contra ele.

— Eu sei que tudo parece surreal para você... mas acredite no que acontece agora... eu te amo, Berenice te ama, esse emprego é seu e Fernanda te adora... acredite nas pessoas que querem seu bem, meu amor.

Chão de GizWhere stories live. Discover now