Capítulo 15

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Miguel a olha novamente. Os olhos castanhos tinham certo receio de saber sua resposta, como se ela realmente não fizesse a mínima ideia. Ela não via. Então ele tocou seu rosto, o segurou em suas mãos, o polegar acariciava a pele macia devagar. Ele viu Angélica fechar os olhos ao seu toque e em seu peito ele tinha um senso de orgulho levemente antiquado por ser o primeiro a deixá-la assim.

Ela nunca tinha sido tocada por ninguém

Ela tinha visto o pior do ser humano, mas ainda assim estava guardada, esperando.

Ele a olhou como se ela fosse uma joia rara.

E provavelmente era mesmo.

Sua boca rosada estava entreaberta. A respiração levemente ofegante, seu corpo reagia à proximidade. Ela ao menos sabia o que significavam essas reações?

Provavelmente tinha esperado senti-las em algum momento da vida.

E agora ele podia proporcionar isso para ela.

Angélica falava de nojo, mas para Miguel não tinha nada que ele mais quisesse do que ter ela em seus braços.

Como disse para sua mãe... era um sentimento inexplicável o que sentia por ela.

Miguel não resistiu à urgência que cresceu dentro dele. Queria beija-la.

Lentamente ele foi aproximando sua boca da dela, dando tempo para ela se afastar se não fosse o que queria, mas ela pareceu aguardar seu contato, ansiosa.

Sua boca foi calma na dela, lhe dando tempo para acostumar. Ele testou o território, prestando atenção em suas reações. A princípio a participação dela no beijo foi insegura, mas aos poucos ela ia se soltando e começou a beija-lo de volta. Ele não sabia dizer o que esse beijo significava para eles, mas sabia que não queria parar nunca mais.

Miguel segurou sua cintura devagar, aproximando seus corpos delicadamente. Angélica colocou as mãos em seu braço, não tendo coragem de ir além, com medo de fazer algo errado e estragar isso. Suas linhas exploravam, saboreavam o outro.

Ele tinha certeza que nenhum beijo de sua vida tinha sido tão bom.

Ela tinha certeza que nenhum homem foi tão carinhoso com ela em um simples beijo.

Miguel se afastou lentamente quando o ar se fez necessário, manteve o rosto dela próximo.

Abriu os olhos para já a encontrar o encarando, ansiosa.

— Eu não tenho nojo de você... — ele acariciou seu cabelo devagar. — Eu jamais teria nojo de você... ainda que tivesse se deitado com mil homens... eu não tenho nojo de você, Angélica.

Aquilo para ela foi um alívio. A última coisa que queria era afastar um homem como Miguel por conta de seus erros. Queria ser merecedora dele. Ela então sorriu.

— Então... vai aceitar minha ajuda? — ela perguntou, desviando do assunto.

Miguel soltou um riso pela interrupção do momento íntimo, suspirou se afastando. Colocou aos mãos na cintura e olhou para cima, pedindo intervenção divina para que pudesse controlar o efeito de seu corpo. Olhou para ela e passou a mão na nuca.

— Voce não desiste, não é? — ele pergunta.

— Não!

Miguel então foi até a cozinha e pegou uma conta de luz de cima da geladeira. Na sua casa era a conta mais barata por passar o dia inteiro fora de casa. Entregou para ela.

— Pronto, fica com essa. — falou em um tom derrotado e brincalhão.

Ela ficou feliz da vida. Lhe deu um abraço e correu para o quarto. Um pouco antes do almoço, ele viu um táxi chegando no sítio e logo viu Berenice é um garotinho pequeno, que ele deduziu ser seu filho, descerem do veículo.

Chão de GizWhere stories live. Discover now