O decreto de Natal - parte XXII

Começar do início
                                    

Rafaella, no entanto, também conhecia a parceira o suficiente para que soubesse que estava acordada tinha uns minutos. Ela sempre deixava escapar com uma franzidinha de testa ao despertar.

Assim, ambas fingindo um costume todo cheio de ternura Rafaella desceu seus beijinhos a testa e depois a boca de Bianca que até fez biquinho para recebê-la em seus lábios.

— Bom dia — Bianca disse para a esposa que não parecia estar totalmente contente com sua resposta. Havia escutado a declaração e ambas sabiam disso, mas pela birrinha sempre presente na relação não emendou a reciprocidade na oração seguinte. Adorava desafiar sua general, ainda mais quando ela tivera tanto controle como na noite anterior.

Rafaella comeu seu cu. Alguma dignidade precisava restar depois de tudo. Não muita é claro, mas alguma...

Rafa sequer se deixou derreter pelos ohos castanhos sendo coçados de um jeitinho todo meigo. Não importava se ela parecia um ursinho carinhoso se espreguiçando Rafa aguardava uma resposta que sabia que não vinha não por Bia não amar, mas porque a esposa era marrenta como não parecia alguém que quase clamou por ela na noite anterior.

— Eu também te amo, Dona e proprietária do meu tesão, bom dia — Rafaella sugeriu a título de correção. Bianca só negou com a língua de fora como quem sabe, mas prefere solenemente ignorar.

Com isso feito, além da audácia de não contestar como Rafa impôs Bianca ainda se ajeitou para que pudesse se espreguiçar: Nua em pelo, cabelos bagunçados e um gemidinho sexy ao esticar os braços acima da cabeça.

Rafa nunca viu a esposa tão sensual como ficava quando estava grávida. E não, não era somente pelos seios maiores, quadris mais largos, pernas mais grossas... Tinha a ver com a áurea de mulher gostosa que ela tinha adquirido desde o início da gestação.

Era uma delícia ver Bianca mandando e desmandando nos funcionários com sua mão apoiada na barriga, vê-la discurando na Santa Judith ou até mesmo jogando uma pitaya num homem aleatório. Isso porque ela estava radiante.

— Só te desculpo porque você é gostosa — Rafaella falou mordendo o lábio. Gostosa no cheiro, gostosa nas palavras, gostosa no corpo, Bianca era o ser humano mais gostoso que conhecia.

— Engraçado... Não lembro de ter pedido desculpa — A morena disse de forma irônica, massageando os próprios ombros de maneira que deixou Rafa com vontade de substitui-la no toque. Não fez, no entanto. Bianca estava má e deveria receber a devida lição.

Bianca estranhou a não chegada da esposa em suas costas, mas bastou olhar por cima do ombro para ver o verde-deboche expresso em sua íris. Rafaella não sabia brincar e só desculpava isso porque a loira também não era nem pouco de se jogar fora.

Com aquele rostinho admirado toda manhã que acordavam Bianca só sabia querer voltar os olhinhos brilhantes para sua direção enquanto dava prazer a esposa incrivelmente linda. Com o tempo, aliás, Rafa só melhorou. Ficou mais brava e, por isso, mais deliciosa. Apanhar de mulher bonita era meta concluída com sucesso ao estar com Rafa.

— Casga grossa — Rafa começou. Bianca sabia onde terminava. Acabava com uma outra transa gostosa, geralmente uma rapidinha matinal. 69 era boa pedida para essas ocasiões.

— Dramática — Falou voltando ao colo da mineira que revirou os olhos. Se o galo cantasse enquanto fazia isso ou viesse um vento rezava a lenda que ficaria assim para sempre. Era um dos top cinco medos de Bianca, acompanhados de ter sua marca se tornando internacional...

— Mal educada — Pontuou Rafa a ajeitando no colo. Bianca havia sentado de lado, mas a general a queria de pernas abertas, uma de cada lado do quadril.

— Mandona — Bianca retorquiu fingindo forçar as pernas a não se abrirem, mas sem oferecer de fato resistência a dona de casa quando ela as separou e levou um dedo bem ao meio.

— Que você não via a hora de ter de volta te dando ordens. Admita que estava com saudades da general — Mandou Rafaella e Bianca riu ironicamente, mas só até sentir um dedo largo pincelando a sua entrada. Era uma massagem tão lenta...

— Você me comeu ontem general. Não é possível ter essa falta — Pontuou a carioca com uma mentira tão deslavada que Rafaella não conseguiu mais que rir do quão mal Bianca atuava. Se a jogassem numa novela das nove o resultado poderia ser catastrófico e não pela falta de expressões, mas pelo excesso que denotava sua mentira.

— Quer dizer que é dispensável? — Questionou Rafaella e Bianca assentiu para em ato seguido sentir a pontinha de um dedo dentro. A blogueira suspirou e enroscou os dedos nos cabelos da mulher. Involuntariamente começou a rebolar neles. Quando ela fechou os olhos Rafa soube que era tempo de vingança  — Com isso confirmado podemos sem penas sacramentar o celibato até o segundo casamento — A mineira propôs. A cerimônia seria em pleno dia 31, o que aconteceria dali em quatro.

Como Bianca seria capaz de montar uma festa num período tão curto de tempo era algo que desafiava a lógica, mas tampouco questionaria ou se envolveria demasiado. Teve suficiente estresse com suas panelas tostadas e sua travessa de vidro espatifada.

— Não podemos — Bia falou sentando só mais um pouquinho, com Rafa nem se opondo de tão filha da puta que era.

— Então quer dizer que só um dia longe dos meus dedos te deixa com saudade? — Era aceitar que seu drama era válido e corroborar seu ponto ou definhar quatro dias sem sexo de alívio com oito parentes, quatro filhos e uma renovação de votos para preparar como surpresa. Uma pessoa com uma cabeça só um pouco normal saberia o que fazer.

— ...Não podemos evitar que aconteça dessa forma, pois eu, sobretudo sou uma pessoa controlada e... — Antes que terminasse seu discurso Rafa estava com os dedos fora dela. Sem qualquer receio.

— É por isso que eu não digo que te amo — Bianca falou sem ser verdadeira. Amava aquela filha da puta mais que a si mesma.

— Acordou romântica hoje Andrade? Tô te sendindo até relaxada — Rafa riu e deu um selinho na esposa, colocando a morena de um lado para se levantar e ir ao banheiro. Ainda saiu rebolando a porra da bunda e na porta do banheiro soltou um beijinho maroto por cima do ombro.

Tinha dias que Bianca odiava amar tanto aquela mulher e aquele, em definitivo, era um deles...

Toc toc... Tem alguém aí? Não sei muito o que dizer sobre. Fico feliz em estar de volta para entregar os quatro últimos capítulos dessa história que tanto fez vocês felizes nesses anos. Pretendo me reconectar com vocês e finalizar histórias como Rugido, polegarzinhas e agente e quem sabe não trago novidades? Vai depender sobretudo dessa repercussão...

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