É isso que você é

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- Pode começar. - Bartolomeu disse.

- Bem, você tem se mantido no poder a anos, reprimindo toda e qualquer forma do povo se expressar, me diz, como que se faz algo tão grotesco de uma forma tão... "Rentável". - Rico perguntou.

- Simples, faça tudo de censura contra seus oponentes e alegue que é uma defesa da democracia e das instituições democráticas, além de ter toda ou a maioria da imprensa no seu bolso, para ajudar a embalar essa mentira de uma forma tão bela e altruísta que o povo vai achar que é algo bom, que é algo necessário. - Bartolomeu disse, inflando o peito mantendo o nariz meio arrebitado, Rico sentou vontade de vomitar com aquela cena.

- Nojento, se dizia o "pai do povo", mas agora vive os oprimindo e os dizimando. -

- Ué, eu por acaso preciso deles? A maioria dos políticos só lembra da existência do povo em época de eleição, exceto aqueles estraga prazeres lá do Uruguai, Chile e Brasil, mas meus amigos já estão se preparando para retomar aquelas repúblicas de bananas. -

- O que quer dizer com isso? -

- Vou tentar dizer de uma forma que seu cérebro entenda, meus amigos do Conselho Latino estão furiosos com os resultados das eleições desses países e querem eles de volta no nosso bolso. -

- Não aceita a escolha do povo? -

- Muita grana deixou de entrar, então sim! -

- Você é um porco nojento que só liga para poder. -

- Não fale como um militante, você não é um deles... Ou é? - Bartolomeu deu uma risada. - Olha, acho que seu tempo de fala acabou, minha vez agora. - Ele complementou.

- Manda brasa. - Rico disse, bem irritado.

- Rico, o que você tá fazendo?! Acaba com ele! - Sheldon exclamou pelo comunicador.

- Primeiramente, deixe eu te perguntar, quando você para pensar, se é que você pensa em alguma coisa, o que você acha que sua família pensaria de você? - Bartolomeu indagou.

- Ora... Acho que eles sentiriam orgulho de mim, quase dou a vida para libertar países de ditadores como você. -

- Pois eu te digo a verdade... Com certeza eles sentiriam nojo e muita vergonha de você. - Bartolomeu disse de forma agressiva.

Rico ficou meio desnorteado quando ouviu isso.

- Como assim?! Vá se foder! Como pode ter tanta certeza?! - Rico indagou, indignado.

- É simples, em todos os seus anos de atuação, você sempre cumpriu seus objetivos causando muito caos por onde você passava, com explosões e coisa e tal. -

- Era necessário! -

- Isso inclui todos os civis que você matou? Pelos dados que a Agência me passou, foram mais de 56 mil. -

Rico perdeu as palavras e gaguejou, ele nunca matou civis.

- Olhe como fala! Nunca levantei um dedo para ferir civis! -

- Eu sei, mas isso inclui aqueles que morreram acidentalmente em algum ataque que você promoveu? Alguns podem ter morrido a em troca de tiros, dominações de cidades e tudo mais. -

- Você não pode me julgar, você que mata civis inocentes! -

- Que é justamente o que você fez! Já pensou em quantos civis poderiam ter suas vidas poupadas se você simplesmente parasse e se aposentasse logo de uma vez? -

Rico começou a olhar para o chão, ainda indignado, ele se enfureceu e puxou seu fuzil do coldre e apontou para Bartolomeu, que nada fez.

- Vá em frente, puxe o gatilho e acabe logo com isso! Mas saiba que se me matar, assim que meu coração parar de bater, um míssil potente será lançado até a Ciudad de Manoel Lopez, assim acabo com o esconderijo dos seus amiguinhos e boto medo novamente nesses ratos que são o povo! - Bartolomeu disse, encostando a cabeça no cano da arma.

Rico estava nervoso e aos poucos começava a tremer.

- Não acredite nele! Acaba logo com isso! - Santos gritou.

- Vamos, você não se importa de ter mais litros de sangue inocente e suas mãos imundas, né? - Bartolomeu indagou cinicamente.

Sheldon e Santos estavam desesperados, pedindo igual loucos que Rico matasse Bartolomeu, mas Rico estava com sua consciência pesada, se lembrando de tudo que fez, principalmente em Panau, em 2010.

Sua mente estava um turbilhão de memórias passadas, ele se arrependia de muitas coisas que fez em sua vida.

Naquele momento, Rico largou o fuzil, se afastou de Bartolomeu e começou a olhar suas mãos, ele estava tonto, sua cabeça estava girando.

Era como se Rico pudesse ver suas mãos pingando com o sangue inocente que derramou, mesmo que sem a intenção.

Bartolomeu riu daquela situação, caminhou calmamente até sua mesa e pegou a maleta.

- Exatamente como pensei, obrigado pela conversa, senhor Rodriguez, você sempre foi e sempre será um fantoche. - Bartolomeu o provocou e se retirou calmamente da sala.

Rico ainda estava tonto e olhava fixamente suas mãos, Sheldon, Santos e Luísa estavam tentando conversar com Rico, mas ele não respondia nada.

- Rico, por favor, acorda! - Luísa exclamou - Não escute o Bartolomeu, ele tirou aqueles números do além! É assim que ele entra na sua cabeça, ele está tentando te quebrar! -

- E acho que conseguiu... Eu sou um monstro... - Rico disse, ainda cabisbaixo.

- Rico, vou ser direta com você, Bartolomeu estava te enganando, ele utiliza coisas como família para fazer golpe baixo, é provável que ele nem tenha como lançar um míssil até a cidade! Se você fez tantas coisas ruins no passado, considere acabar com o Bartolomeu o início de sua redenção! - Ela disse.

- Minha redenção... - Rico começou - Minha redenção... Minha... REDENÇÃO! - Rico fechou os punhos com força, pegou o fuzil e saiu correndo da sala, Luísa lhe disse que não valia a pena tentar caçar o Bartolomeu, ele deveria ficar atento a tudo que acontecesse.

Rico pensou um pouco e se lembrou do que Bartolomeu disse: "Preparem meu avião".

Para alguém decolar um avião, às vezes é necessário ser do lado de fora, então Rico correu até outra janela, disparou contra ela e se jogou para fora do Palácio, virando o corpo e disparando o cabo de aço do Gancho no topo da construção, chegando até o teto do Palácio e esperando Bartolomeu aparecer. 

Just Cause: O Diabo EscarlateWhere stories live. Discover now