Um pequeno contratempo

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De volta ao Esconderijo, 05:34

Alguns rebeldes haviam voltado, já outros continuavam na festa, o Santos continuou lá por conta de ainda precisar de atendimentos médicos.

Sua irmã, Luísa estava muito preocupada com seu irmão, a parte de não poder ligar para ele era agoniante, o jeito era rezar para que ele ficasse bem.

Até mesmo no esconderijo as comemorações continuavam, com bastante dança e com muita comida, já que as ganharam dos cidadãos.

Luísa caminhava com dificuldades entre a multidão de rebeldes comemorando, ela olhava de um lado para o outro, tentando encontrar o Rico.

Alguns rebeldes disseram a ela que ele estava sozinho na sala de reuniões, então ela seguiu para lá.

Com muita dificuldade e esforço, ela conseguiu chegar próximo à sala, conseguindo avistar Rico lá dentro.

Tendo que enfrentar mais um pouco de dificuldades, finalmente ela conseguiu entrar, mesmo levando um tombo, Rico não a percebeu, ele estava ouvindo um áudio que havia sido enviado em um grupo que ele estava.

Não parecia ser coisa boa, pelo rosto de espanto do Rico, alguns segundos depois, ele percebeu a presença dela e pediu para ela esperar um pouco que ele iria mandar um áudio, respondendo o que havia recebido.

- Sim, estou bem, obrigado por perguntar, Mário, - Ele começou. - Ainda não sei a situação da rebelião daqui, mas vi que uma equipe deles quase foram massacrados pela Milícia do Bartolomeu, talvez precisem de um treinamento melhor ou algo assim.

Eu acredito que eles têm capacidade de enfrentar esse maldito ditador, só precisam de organização, posso ajudar o líder deles com isso.

Da mesma forma que a Rebelião de Medici derrubou o regime de Di Ravello, a rebelião da Nova-Venezuela irá derrubar esse monstro que ocupa o lugar de presidente vitalício. - Rico enviou o áudio logo em seguida.

Ele percebe a presença da Luísa e se virou para falar com ela.

- Do que você precisa? - Ele perguntou a ela.

- Bom, aproveitando que vencemos aquela luta contra a Milícia, queria te pedir um favorzinho... - Ela disse, meio receosa.

- Manda bala. - Rico respondeu, estranhando um pouco.

- Não conta pro Santos, é sério.

Lá nos arredores da Ciudad de Manoel Lopes tem uma certa pessoinha... -

- Continue. -

- Para encurtar a história, na maior favela da região, tem um certo traficante, o que chamam de o "Dono do Morro", conhece o que é isso?- Ela indagou-

- Conheço, infelizmente, de várias formas, principalmente pela garotada. -

- Meu Deus, você por acaso está falando de...-

- Sim, exatamente isso.-

- Meus pêsames, voltando ao assunto, esse dono do morro é bem problemático, basicamente a vida dele é resumida em bailes funks, festas, drogas, prostituição, sexo e mais sexo... -

- O Rei do Sexo?- Rico colocou a mão no queixo.

- Na verdade você tá até certo, lá no morro ele tem vários codinomes, um deles é "Faminto", prefiro não comentar o porque disso.

Continuando, eu tenho certeza que aquele filho de uma puta está envolvido no assassinato dos meus pais e... -

- Luísa... Olha, por mais que eu já tenho ranço desse nóia transante, eu não posso matar alguém que além de não ter nada a ver com essa guerra civil e... -

- Como assim não tem nada a ver? Ele é o principal fornecedor de drogas pro Bartolomeu, basicamente o bando dele sustenta parte do tráfico internacional de cocaína!-

- Opa, agora ficou interessante.

- Isso, que bom que achou interessante!

O que eu iria te pedir era que aproveitasse agora para atacar, já que criamos um caos na sociedade criminosa que sustenta o governo!

Provavelmente o Juan Gabriel Munhoz deve estar se drogando e bebendo em uma festa, se conseguirmos pegar e botar contra a parede, talvez ele diga algo que possa nos ajudar contra o Bartolomeu, o que acha?-

- Atacar ele significa atacar o Bartolomeu, onde podemos encontrá-lo?-

- Ele fica sempre no topo do Morro de los Muertos, numa boate, como é a única que tem, nem preciso dizer o nome, você bate o olho e já sabe que é a boate.

Ele vive cercado dos parceiros dele, se a gente quiser pegar ele, precisamos afastar ele dos "crias" dele e colocá-lo para fora da boate, entendeu?-

Rico colocou a mão novamente no queixo, pensando em estratégias para lidar com o traficante.

- Perguntinha, se ele não cooperar, posso quebrar o pulso dele?- Rico indagou.

- Não, comece aos poucos, quebre dedo por dedo. -

- Combinado! Outra coisa, tem que ir pouca gente, para não chamar atenção demais, entende?-

- Sim, acho que só nós dois já dá pro gasto. -

- Boa ideia, o Santos vai me matar, mas é aquela coisa, "o que os olhos não veem, o coração não sente."

- Acho melhor irmos à noite, ele vai estar mais sóbrio e provavelmente ele não estar pegando alguém, eu acho. -

- Certo, eu vou irritar ele e os outros noias dele, quando a cobra começar a fumar, eu vou começar a fugir deles, derrubando um a um aos poucos, até sobrar o Juan, certo?-

- Exatamente! Isso será incrível! Ah, outra coisa, podemos arrancar algumas informações dele, certo? -

- Eu estava pensando nisso agora, quero saber quem está fornecendo armas para esse governo, vou indo lá fora, te espero na saída quando anoitecer, certo? -

- Certo, capitão! - Luísa bateu continência para Rico, ele deu uma risada pequena e saiu da sala.

Just Cause: O Diabo EscarlateWhere stories live. Discover now