Ele está aqui

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No Palácio Governamental, 02:43 da manhã

Ainda havia pessoas trabalhando no Palácio, limpando o chão, organizando papéis ou fazendo outras tarefas.

Do lado de fora da sede do governo, o jipe de Bernardo chegou, estacionando na frente das escadas que levavam até o prédio.

Bernardo abriu a porta rapidamente, logo em seguida a fechou e subiu correndo as escadas, seus joelhos começaram a pedir piedade a partir do oitavo degrau, mas ele ainda manteve a velocidade.

Em 10 segundo, Bernardo finalmente chegou na porta do Palácio, como a porta estava trancada, ele utilizou um cartão de acesso que tinha no fundo do bolso de sua calça.

Ao colocar o cartão no leitor, as portas quase que instantaneamente se abriram, ele as abriu rapidamente e entrou correndo, as portas se fecharam automaticamente.

Ele estava ofegante enquanto corria pelos corredores chiques com várias pinturas e fotos históricas nas paredes.

Depois de alguns segundos correndo, Bernardo finalmente chegou na recepção do Palácio.

- Olá, Comandante Kirschner, o que trás o senhor aqui neste horário?- A recepcionista indagou.

- É urgente, preciso falar com Bartolomeu agora! É um assunto de segurança nacional!- Bernardo exclamou, seu rosto mostrava seu medo e desespero.

- Nossa! Espere, vou avisar o Bartolomeu.- Ela pegou um telefone e ligou para a sala de Bartolomeu, em poucos segundos de conversa, ela disse para Bernardo que ele havia o autorizado a subir para a sua sala.

Bernardo agradeceu e subiu uma escada circular correndo, ele estava completamente suado e cansado, mas estava muito mais nervoso e perturbado com o que viu na floresta.

Passando por outro corredor, Bernardo finalmente chegou na porta da sala de Bartolomeu.

Ele parou na porta por alguns segundos para recuperar o fôlego e a compostura.

Bernardo respirou fundo e abriu a porta, entrando na sala.

A sala de Bartolomeu era uma das mais belas ou a mais bela do país inteiro, o chão de madeira de cedro de primeira classe refletia com a luz amarela do candelabro que iluminava aquela sal, os móveis eram lindos, a maioria, com uma poltrona, mesa e armário eram importados dos melhores fabricantes da Europa.

Bartolomeu estava sentado, assinando alguns documentos, a mesa era de carvalho de ótima qualidade, tanto a mesa quanto a cadeira estavam em cima de um tapete verde escuro.

Bartolomeu era um homem negro de 67 anos, sua aparência era intimidadora e assustadora, seu cabelo era bem curto com alguns tons de preto e cinza.

Seus olhos eram castanhos escuros e seu rosto tinha várias rugas.

Ele vestia um terno militar branco com uma gravata vermelha, além de um relógio de ouro no pulso direito e calçando um tênis escuro reluzente de ótima qualidade.

Sua voz era grossa, por fumar até que bastante, ela era um pouco rouca, mas quando se irritava, sua voz se tornava tão estrondosa quanto um raio 

Além dos papéis, a mesa de Bartolomeu tinha um pequeno abajur que o ajudava a enxergar as letras com mais facilidade, também havia uma garrafa de licor e um copo pela metade com a bebida.

Bernardo prestou continência para Bartolomeu e o cumprimentou.

- Boa noite, Senhor presidente.- Ele disse.

Bartolomeu demorou para responder, ele colocou lentamente sua caneta na mesa e levantou a cabeça na direção de Bernardo, tirando um óculos que estava usando para enxergar as letras miúdas, começando a o encarar friamente.

- Boa noite, comandante, é bom que esse assunto valha a pena, assinar toneladas de papéis é mais interessante do que ficar conversando sobre trabalho na madrugada.- Bartolomeu respondeu seriamente.

- Eu juro, vai valer a pena.-

- Mas antes disso, como foi a captura do Figueiredo?-

- Era sobre isso que vim conversar.-

- Pois bem, onde ele está, ele foi capturado?-

- Me perdoe, senhor... Mas ele conseguiu escapar, chegamos tão perto.-

- Hm, Bernardo, eu te coloquei no comando da Milícia porque achei que você teria competência em seguir ordens simples, me diz, qual foi o motivo que fez você perder aquele selvagem?-

- Senhor, ele não escapou com sua própria força, um homem apareceu e deu uma surra na gente.-

- Um homem só fez isso tudo? É por isso que você está tão sujo?-

- Sim, um único homem fez tudo aquilo e é por isso mesmo.-

- Bom, e aí, quem é esse cara?-

- O senhor já ouviu falar, é aquele desgraçado do Rico Rodriguez.-

Bartolomeu colocou a mão no queixo, tentando se lembrar dele, em poucos segundos, ele conseguiu se lembrar de uma conversa que teve com um representante de Di Ravello, em 2014.

- Ah, ele...- Bartolomeu pegou seu copo e colocou mais licor, quase transbordando e se levantou da cadeira. - Então o Rodriguez tá aqui?- Bartolomeu deu uma risada após terminar de dizer sua frase.

- Aquele cara é assustador, eu sempre achei que se encontrasse ele, não sentiria medo algum, agora tô sentindo medo até mesmo da minha sombra.-

Bartolomeu respirou fundo, decepcionado com o que seu comandante disse.

- Hmpf, Rodriguez, estou pouco interessado no motivo que o trás aqui, tenho certeza que ele quer bancar o herói e me tirar do poder.

Comandante, se voltar a aparecer e querer comprar briga comigo, dê a ele um gostinho da força do nosso exército.- Bartolomeu disse com a calma e frieza de um assassino profissional.

Bernardo concordou com o que Bartolomeu disse e foi liberado da sala.

Quando o comandante saiu da sala, Bartolomeu caminhou calmamente em direção de sua varanda, se apoiando nela, ainda com o copo de licor na mão, Bartolomeu deu um gole.

- O Rodriguez estar aqui é bem preocupante, o cara ama uma briga.

Uma hora ou outra ele vai chegar até mim, sempre foi assim.

Salvador Mendoza, Pandak "Baby" Panay, Sebastiano Di Ravello, Oscar Espinosa e outros 12 chefes de Estado achavam que iriam conseguir derrotar Rico, todos falharam pois sempre subestimaram seu inimigo.

Mas não sou um velho rabugento e temperamental como Di Ravello, ou um egocêntrico covarde como Espinosa, diferente de todos que te enfrentaram até agora, Rodriguez, eu sei do que você é capaz e não subestimo você.

Pode vir com tudo, eu estarei te esperando.- Bartolomeu disse, bem sério.

Just Cause: O Diabo EscarlateWhere stories live. Discover now