Elain estava ficando realmente desesperada. A sensação da vida de Lucien se esvaindo do corpo do parceiro ainda não a havia deixado, os ecos do futuro dançavam vívidamente em sua memória.
Ela sentiu Lucien se ajoelhando à sua frente, abaixando suas mãos e limpando suas lágrimas.
- Desculpe... - Ele sussurrou, e o coração de Lucien voltou a bater nos ouvidos dela conforme Elain olhava-o nos olhos.
A fêmea observou as feições angulosas e bronzeadas do parceiro, desde as orelhas pontudas, baixando os olhos para as clavículas expostas e subindo pelo maxilar quadrado, o nariz fino e reto, a boca cheia. Olhou para a cicatriz de Lucien, para o olho de metal. O macho cerrou os dentes, mas permaneceu parado quando Elain estendeu a mão direita e passou a ponta dos dedos sobre a terrível cicatriz que lhe cobria o rosto.
- Não acha que já sofreu demais por causa de Tamlin? - Pegou-se questionando a ele, pousando a palma de sua mão sobre a bochecha quente de Lucien.
- Ele salvou minha vida, Elain. Mais de uma vez. - Lucien apoiou as mãos no colchão, uma de cada lado de Elain, chegando o tronco mais próximo dos joelhos fechados da fêmea enquanto inclinava a cabeça em direção ao toque dela. - Não posso conscientemente saber que ele vai sofrer e não tentar fazer tudo o que posso para impedir.
- Então você entende meu dilema. Não posso saber que você vai morrer e não tentar fazer tudo o que posso para impedir.
- Que diferença isso faz para você, afinal? - A voz dele não passava de um sussurro, mas Elain sentiu toda a mágoa e a raiva que emanava de suas palavras.
Abaixando a mão e deixando ambas caídas no colo, Elain olhou para a janela aberta.
- Minhas visões com você são muito... vívidas. - Agora que as comportas da sinceridade foram abertas, ela decidiu que não faria mais sentido esconder nada do parceiro. - Quando tenho visões com você, sinto exatamente o que estarei sentindo quando aquele momento da visão chegar. - Olhou para ele novamente. - A sensação de ver você morrendo, mesmo na visão, foi a pior coisa que já senti na vida. Foi como ter algo arrancado de dentro de mim, e acredite, eu conheço bem a sensação. Não vou passar por isso uma terceira vez. Não vou permitir que você morra.
A fêmea só se deu conta de que estava chorando novamente quando Lucien enxugou suas lágrimas com os polegares antes de voltar as mãos para o colchão, agora mais próximas ao quadril de Elain.
- Você me deixa confuso. - Ele suspirou. - O que isso quer dizer, Elain? O que significa para nós?
Ela sabia o que significava. Significava que, embora ainda não estivesse pronta, acabaria aceitando o Laço que os uniu. As palavras estavam na ponta de sua língua, mas Elain não conseguia verbalizá-las. Sua garganta estava apertada com um nó repentino. Lucien a encarava, tão próximo, tão sincero, tão bonito... Incapaz de formular uma resposta, a fêmea fez a única coisa que poderia aproximar-se disso: segurou o rosto de Lucien com ambas as mãos e, inclinando-se, colou os lábios nos dele.
Um beijo casto, de lábios fechados, mas ela colocou toda a sua alma no contato. As mãos de Lucien foram parar no quadril de Elain e ele se impulsionou para cima, apoiando o corpo nos dois joelhos. O macho gemeu, e o som reverberou pelo corpo de Elain, que se pegou abrindo os lábios, tanto uma permissão quanto um pedido, que Lucien prontamente satisfez ao enroscar sua língua com a dela. Os lábios do macho eram carnudos e famintos, e Elain se pegou desejando aqueles lábios por todo o seu corpo, a começar pelo pescoço. Ele a beijava lenta e profundamente, e a fêmea se surpreendeu com a umidade que sentiu entre as pernas apenas com aquele contato. Era diferente do primeiro beijo deles, que havia sido voraz - quase predatório; Lucien a estava seduzindo e, pelos deuses, Elain estava permitindo; mais do que permitindo, estava gostando.
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Corte de Flores Flamejantes
Fanfiction"Havia fogo por toda parte. E em meio a todo aquele fogo... Ele. Elain não conseguia se mover. Não conseguia gritar. Não conseguia avisar Lucien para que corresse, para que se salvasse. Ele morreria, ela sabia disso. Sentia em seus ossos. Sentia...