Capítulo 13

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- Finalmente alguém decente nessa festa! - Elain ouviu, mal tendo tempo de reagir, enquanto sentia um braço forte a enlaçar pela cintura e um beijo ser deixado em sua bochecha.

O contato quente fez a pele de Elain se arrepiar e suas pernas ameaçaram virar geléia. Assustada, seus olhos permaneceram arregalados, a boca meio aberta, enquanto Lucien se afastava. A fêmea ficou ainda mais assustada ao constatar que, sem nem pensar, seus braços estavam nos ombros do macho à sua frente. Ela encarou os olhos de Lucien - tanto o de verdade quanto o de metal - e uma corrente elétrica passou por seu corpo. Ele ainda não havia largado sua cintura. O olhar dela caiu para a boca carnuda dele, e lembranças do sonho que tivera duas noites atrás invadiram sua mente.

Estava nos braços dele.

Elain corou e se obrigou a afastar-se do macho. Acabou por bater as costas contra um humano. Murmurou um pedido de desculpas, um tanto grata pela mudança abrupta no clima. Recobrando o controle do próprio corpo, Elain abriu a boca para cumprimentar Lucien, mas foi interrompida por uma voz que lhe era intimamente conhecida.

- Elain... - A voz profunda e suave de Graysen a fez prender a respiração. Reconhecia a reprimenda suave na entonação do ex-noivo.

A fêmea se deu conta de que ainda encarava Lucien quando vislumbrou um brilho estranho nos olhos do macho, que haviam se estreitado de leve. Não se sentia pronta para encarar Graysen, mas obrigou-se a fazê-lo de qualquer forma. Olhos azuis sorridentes a cumprimentaram e o coração dela vacilou.

- Que bom que você veio... - Ele continou, dando um passo em sua direção, a mão a meio caminho da dela.

Instantaneamente Elain afastou-se do humano, dando um passo atrás. Uma mão grande e quente se instalou na base de suas costas e Elain sabia, sem precisar olhar, que era Lucien. Apesar de tudo, sentia-se grata pela acolhida.

- Olá, Graysen. - Respondeu, não sabendo muito bem de onde vinha sua voz. - A Corte Noturna agradece o convite e a oferta de paz que ele representa. - Tentou parecer tão formal quanto Feyre fora ao dizer as palavras.

Graysen riu, suave, à vontade. Elain sentiu a tensão no corpo do parceiro, mas não ousou olhar para cima e para trás, não queria encará-lo novamente. Não sabia se conseguiria lidar com tantas emoções ao mesmo tempo, então concentrou-se no perigo mais iminente, já que, apesar de Elain poder ouvir grunhido preso na garganta do parceiro, sabia - não pergunte como - que ele se comportaria e a deixaria lidar com a situação. A mão dele em suas costas a transmitia paz e segurança, então Elain vestiu-se de Nestha novamente.

- Bom ver que está feliz. - Disse, ironicamente, ao mesmo tempo em que sua visão periférica captava Jurian trocando um aceno de cabeça com - ela supôs - Lucien.

- Não convidei a Corte Noturna, minha rosa. - Elain prendeu a respiração ao ouvir o apelido com o qual ele costumava chamá-la. - Convidei você. E devo dizer, você está linda esta noite.

- Realmente. - Jurian interpôs, estendendo a mão para Elain. Apenas por despeito à Graysen, Elain aceitou a mão de Jurian. - É um prazer vê-la novamente.

- Digo o mesmo. - Se virou para Lucien e, lembrando-se dos conselhos de Feyre, prosseguiu. - Aos dois, aliás. Bom saber que não sou a única feérica da festa!

Ela realmente o viu pela primeira vez desde que chegara. Lucien trajava uma túnica verde musgo, com detalhes em dourado e marrom, os cabelos soltos, mas domados. O macho entendeu o recado e sorriu, fazendo a cicatriz se franzir, mas o sorriso não chegava ao olho, era puramente ensaiado, assim como o dela.

- Graças aos deuses por isso. Estava extremamente entediante aqui!

- Elain. - Graysen chamou, mas ela o ignorou.

Corte de Flores FlamejantesOù les histoires vivent. Découvrez maintenant