Capítulo 11

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Elain estava exausta. E isso era uma coisa boa.

Não voltara a dormir na noite anterior, temendo ter outro daqueles sonhos estranhamente nítidos; mas também não podia descer ainda - estava cedo demais até para os padrões dela. Então ficara lá, sentada na cama, abraçando os próprios joelhos e tentando se concentrar em qualquer coisa que não fosse a lembrança daquele sonho. Quando os primeiros raios de Sol finalmente - finalmente - começaram a aparecer, Elain se levantou, lavou-se, vestiu um vestido simples de algodão lilás e foi até a cozinha. Preparou o café da manhã da família e participou de conversas banais com Feyre, Rhysand e Mor. Não queria pensar no que tinha ouvido na noite anterior. Enterrou tudo no fundo da mente e deixaria trancado lá.

Assim que pôde, Elain se despediu da família e foi até a cidade. Passou o dia ajudando duas feéricas que perderam os maridos na batalha contra Hybern a recuperar parte dos jardins danificados. As fêmeas haviam decidido morar juntas para que ficasse mais fácil pagar as contas e criar os filhos de ambas - cada uma tinha um menino adorável - e Elain se sentia grata por poder trazer ao menos um pouco de beleza e conforto à essas famílias que já haviam perdido tanto. Sabia que alguns - sua mãe incluída - diriam que era um trabalho desnecessário e que haviam coisas melhores com as quais se passar o tempo, mas ela gostava. Sempre gostara.

Então sim, estava exausta. Esgotada. Suada e suja de terra. Mal podia esperar para chegar em casa, tomar um belo banho quente de banheira e mergulhar em um sono profundo e, se fosse abençoada, sem sonhos. Mas também estava satisfeita e orgulhosa de si mesma.

Entrando na Casa do Rio, a princípio achou que não houvesse ninguém em casa. Caminhou lentamente, estalando o pescoço de um lado para outro, sentindo os músculos doloridos por passar um dia inteiro trabalhando no jardim. Carregava a bolsa de jardinagem consigo, o peso em sua mão direita mantendo-a fixa na realidade. Começou a subir as escadas, mas a voz suave de Feyre a interceptou.

- Elain? - Ela se virou e viu metade do corpo da irmã para fora da porta da sala de estar. - Se importa de vir até aqui um minutinho? Há assuntos importantes da corte para tratar.

Pensando que Feyre precisava de ajuda com Nyx, Elain colocou todo o cansaço que sentia de lado e imediatamente sorriu para a irmã mais nova, concordando com a cabeça. Deixou a bolsa ao pé da escada - sabia que a magia da casa a levaria até seu quarto - e se encaminhou até onde a fêmea estava.

Parou assim que cruzou o batente da porta.

Todo o Círculo Íntimo estava presente, bem como as Valquírias e, sentando em uma poltrona próxima à janela, com Nyx no colo, estava Lucien. O bebê brincava com um cordão que estava pendurado no pescoço do macho, e Elain tentou não esboçar nenhuma reação mediante a cena.

Sem pensar no que estava fazendo, Elain imediatamente limpou as mãos nas saias do vestido e tentou arrumar o cabelo o mais discretamente possível. Não sabia bem o que fazer. Deveria ir pegar Nyx? Mas ele parecia estar se divertindo...

"Tudo bem", a voz de Feyre ecoou em sua mente. "Você é parte desta Corte, não uma empregada. Sente-se."

Mas ela não sentou. Não estava se sentindo à vontade, e nem ao menos sabia o motivo disso. Aquela era sua casa, certo? Ela já conhecia aquelas pessoas. Mas seu olhar recaiu sobre Amren e Mor, que estavam sentadas lado a lado em um enorme sofá, e ela lembrou do que ouvira na noite anterior. Abraçando o próprio corpo, ficou onde estava.

- Muito bem, agora que estamos todos aqui. - Começou Rhys. Eles estavam esperando por ela? Por quê? - Primeiramente quero parabenizar mais uma vez nossas Valquírias...

Elain então olhou para Nestha, que estava ao lado de Emerie e Gwyn. A voz de Rhysand ficou mais distante conforme ela notava, mais uma vez, o brilho do colar que uma vez fora dado à ela, agora no pescoço da jovem ruiva.

Corte de Flores FlamejantesWhere stories live. Discover now