— Será mesmo? Porque dinheiro é algo que você não tem. Com certeza está desesperada para comer uma comida descente, em casa. Se é que você come alguma coisa. — Ela e Melina começaram a rir.

— Eu posso não ter dinheiro como você, realmente. Mas o que adianta ter uma fortuna e ter tudo em casa, mas não ter uma das únicas coisas que o dinheiro não pode comprar: inteligência e o amor da sua família.

O sorriso estampado no rosto de Venice desapareceu instantaneamente, e foi substituído por uma expressão de raiva. Em um piscar de olhos, ela correu em direção a Paty, e em outro, já estava pendurada em seu pescoço.

Camila, assim como Pleasy, se levantou rapidamente e correu em direção às duas meninas, tentando separá-las. Melina fez o mesmo, e estava tentando tirar Venice de cima de Paty. Escutou gritos ao redor, mas não era gritos de desespero, e sim de alegria e incentivo. As pessoas gritavam palavras distorcidas, instigando a briga.

Camila e Melina seguraram Venice, enquanto Pleasy tentava segurar Paty, que estava sem seus óculos e tentava avançar em Venice. Olhou para trás, e viu que na porta havia uma plateia incentivando a briga, com pessoas apontando a câmera do celular para elas. Provavelmente filmando. Vários alunos de outras turmas haviam chegado para assistir a confusão.

— Para com isso, mana. — Pleasy disse a Paty, com dificuldade. — Você vai ser expulsa! — Paty pareceu se conscientizar com as palavras de Pleasy, e ficou quieta no segundo seguinte.

— Vem para cima de mim, Patrícia! — Venice gritou. — Sua idiota imunda, morta de fome!

— Chega disso, Venice! — Camila disse, enquanto a segurava.

— Sabe que eu odeio a Leyla, Venice, mas dessa vez ela está certa. Para com isso! — Melina a alertou.

— Ficou ofendida por que te chamei de burra e porque disse que sua família não gosta de você? — Paty disse ironicamente. — Não tenho culpa se foi só a verdade. Se usasse seu cérebro para pensar ao invés de ser um estorvo na vida das pessoas, talvez você fosse mais útil. Isso tudo é por que você cresceu sem mãe? — Venice parou de tentar avançar em Paty, e a olhou com os olhos arregalados de ódio e surpresa. — Todos conhecem a história de Venice Scarlett: a menina que diminui os outros para tentar se sentir melhor, porque cresceu sem amor e atenção do papaizinho. Eu moro em Pandiógeis sim, Venice, mas advinha: eu tenho uma mãe que me ama, e um pai que não finge que eu não existo. O que você tem? Só um ego inflado e um cérebro desmiolado!

— SUA DESGRAÇADA! — Venice pegou um impulso que nem Camila nem Melina esperavam, e com uma força absurda, correu em direção a Paty novamente.

Pleasy se colocou rapidamente na frente, mas foi derrubada no chão por Venice. Ela e Paty começaram a se atacar. Melina e Camila tentaram separá-las novamente, até que Lucas e Lia chegaram na sala de aula e foram ajudá-las rapidamente.

— O que está acontecendo? Parem com isso! — Lia perguntou quando elas se afastaram, parecendo horrorizada.

— ESSA IMBECIL ESTÁ FALANDO MAL DA MINHA FAMÍLIA! — Venice apontou para Paty, com o rosto vermelho. Camila percebeu que seu lábio estava cortado, e seu olho estava vermelho em volta. Parecia que Paty havia lhe dado um soco.

— Você avançou para cima de mim só porque revidei sua provocação. — Paty se defendeu.

— Claro, tinha que ser. — Lucas comentou. — A Paty nunca começaria uma briga.

— CALA A BOCA, SEU ESFOMEADO. — Venice gritou.

— Não fala assim com ele, Venice! — Lia se pôs na frente de Lucas. — Não vou permitir que trate as pessoas desse jeito!

A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)Where stories live. Discover now