Capítulo 30: Palavra é palavra

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Ao anoitecer, o som de cascos e rodas pelo chão de pedra se aproximava da loja de fragrâncias e diminuía de repente.

Luo Zhaoshi resolveu sair tarde numa carruagem conduzida por um servo quando os estabelecimentos estavam fechados. A loja já estava fechada também, detestava incomodar mas era necessário.

Chegando, Luo Zhaoshi desceu e deu algumas batidas na porta até ser atendido pelo próprio Chuan Bei mau humorado.

– O que quer?

Luo Zhaoshi notou que havia velas acesas lá dentro, então porque ele demorou tanto para lhe atender? Talvez achasse se tratar de um cliente tardio. Luo Zhaoshi pelo contrário, foi muito educado.

– Tenha uma boa noite, Chuan Honghua. Sinto em incomodá-lo, vou lhe escoltar por ordens da Chanceler.

– Ah, é a fênix que acende as chamas por onde quer que passe. Você quer dizer me vigiar? – falou Chuan Bei com um sorriso desdenhoso no rosto.

Luo Zhaoshi não respondeu, deixando que ele pensasse o que quisesse. Chuan Bei suspirou desistente e abriu as portas, despertando um sorriso satisfeito no rosto de Luo Zhaoshi que entrava seguido do servo a levar itens de lazer, caixas e equipamentos que pegava da carruagem para dentro. 

Chuan Bei ficou perplexo. Luo Zhaoshi ia lhe vigiar ou estava se mudando para a perfumaria? Foi rápido em acompanhá-lo e questionar.

– O que é isso? Você precisa mesmo de tudo isso?

Luo Zhaoshi parecia tranquilo e confuso ao olhar para suas coisas sendo postas no chão da perfumaria.

– Preciso. É coisa demais? Me desculpe, eu posso mandar de volta.

Que inocência era aquela? Chuan Bei não podia culpar Luo Zhaoshi pela forma que os pais o criaram. Por outro lado, Chuan Bei se preocupava que o marido de sua irmã mais nova acabasse morrendo sem suas riquezas, então aceitou apesar de achar um exagero.

– Não, não, só tire tudo isso da frente da minha loja, coloque lá dentro.

Chuan Bei os conduziu aos quartos, já que era tão tarde que deixaram para conversar no dia seguinte.

Rong Zhu acordou Chuan Bei cedo comunicando que havia uma multidão do lado de fora, ao conferir já sabia do que se tratava. Antes de abrir a loja ele foi acordar Luo Zhaoshi, bateu várias vezes na porta a chamá-lo.

– Luo Zhaoshi, que tipo de vigia é essa que você acorda depois do seu alvo? Acorde, Luo Zhaoshi!

Como não poderia acordar depois de todo aquele barulho? Luo Zhaoshi se levantou e foi se preparar.

– Eu já estou indo, vou me vestir adequadamente.

– Seja rápido! – Chuan Bei exclamou.

Demorou alguns minutos, afinal Luo Zhaoshi estava sem a ajuda dos servos, o servo que havia trazido estava ajudando Rong Zhu a conter a multidão do lado de fora. 

Luo Zhaoshi saiu do quarto questionando.

– Qual o motivo da pressa?

Chuan Bei respondeu alterado.

–  O que você acha? Suas chamas se espalharam lá fora, sua fênix exibida!

– Mas eu vim tão tarde, como podem ter me visto? – retrucou Luo Zhaoshi inocentemente, provocando a risada de Chuan Bei. 

– Até eu que vivo de olhos fechados notaria aquela carruagem enorme e luxuosa com cavalos de raça pura lá fora. 

– Me desculpe, eu esqueci desse detalhe. – Luo Zhaoshi ficou um pouco envergonhado.

Os Proprietários do Luar: A Lótus EfêmeraWhere stories live. Discover now