Capítulo Sete - II

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— Você está linda — foi o mais próximo de um "é realmente bom te ver" que ele conseguiu dizer e pelo sorriso enorme que ela o devolveu, soube que ela tinha gostado. — O pai me chamou bem cedo, sabe o motivo?

Ela fez um movimento com a cabeça para que ele a seguisse.

— Seu pai é um homem de muitos segredos e acredite, a maioria ele não conta nem mesmo para mim. Mas acho que você não deve se preocupar, ele acordou de bom humor hoje e acho que só quer tomar café com o filho mais velho.

Era genuinidade de Genevieve dizer aquilo com tamanha tranquilidade, ele sabia que Santiago não era um homem de acasos, porém nada disse, Genevieve parecia radiante naquela manhã.

— Por que ele não chamou Yoongi?

— Bom, eles jantaram juntos na noite passada.

— É mesmo? — Ele saiu pela porta dos fundos, entrando no adro forrado por grama baixa. Ele viu cerca de dez metros uma enorme estufa de vidro. Não se lembrava dela. — Sobre o que eles falaram, você sabe?

Ela virou-se para ele com aquele sorriso espertalhão e o segurou pelos ombros, limpando alguma sujeirinha ali com todo cuidado antes de por fim o olhar nos olhos.

— Não sei o que está fazendo, meu lindinho, mas saiba que não vai conseguir minha ajuda novamente.

— Você o ama tanto? — A pergunta o escapuliu. Sentiu o peito bater forte, mas Genevieve soltou um longo suspiro, baixando o olhar para a estufa.

— Eu amo nossa família, Jungkook — ela confessou num tom profundo. — Antes do Santiago eu não era nada, era insignificante no mundo. É doloroso ser invisível, dói não ter qualquer importância no mundo, dói ser invisível mesmo que ainda consigam te ver fisicamente. Santiago me salvou, ele me deu a salvação de que eu precisava, agora essa família é tudo o que eu tenho — então virou o rosto em sua direção. — Você também é tudo o que tenho, meu lindinho. Amo você mesmo sendo ignorada.

— Você nunca foi invisível para mim, Genevieve — foi sua vez de confessar. Não era mentira, ele só nunca a observou de verdade.

— Você cresceu tanto...

Genevieve estava na família desde que ele tinha onze anos, ela nunca o tratou de modo diferente. Jungkook observou o momento quando ela o soltou, cruzou os braços sob o peito e apertou o olhar, indicando a estufa.

— Vá falar com ele — encorajou com um sorriso.

— Obrigado. — E ele estava grato por muito mais do que ela provavelmente poderia entender.

Seus pés foram levemente espetados pelo gramado, mas aquilo não durou muito. Dentro da estufa de vidro tudo era claro e tinha a mesma ladrilha de pedras da entrada, no centro havia uma enorme mesa posta com um café da manhã rico em cores e sabores, Santiago estava sentado na cabeceira da mesa. Ao redor havia flores. Rosas vermelhas na verdade, todas bem cuidadas, era até mesmo possível sentir o doce odor entrando em seus pulmões.

Mi hijo! — Santiago saudou guturalmente.

Ele foi até a mesa, parou ao lado direito de seu pai e fez uma mesura de noventa graus.

— Levante-se e sente-se comigo. Vamos comer, espero que não tenha se alimentado ainda.

Ele tinha comido, porém não achou conveniente verbalizar essa resposta, por isso puxou uma das cadeiras estofadas e sentou-se. Por cerca de trinta minutos, ele apenas ouviu o barulho da louça de seu pai, ele contentou-se em comer uma pequena torrada — um dos poucos alimentos de massa ali que não continha carnes — e um copo de suco — estava dirigindo.

O Delator de Copas - JikookOù les histoires vivent. Découvrez maintenant