— Esqueci de avisar, deixem suas mochilas no carro! — Paty disse de repente. — Ou não, alguém pode acabar quebrando o vidro e roubando tudo. Mas podem nos assaltar a pé! Você trancou mesmo carro? — Olhou para Ximú. — E se fizerem ligação direta?

— Paty, ninguém vai nos roubar assim. — Camila tentou acalmá-la. — Aqui por ser o melhor bairro da cidade, deve ter um índice de criminalidade mais baixo.

— É. Certo. — Ela suspirou, desdobrou o pequeno mapa que estava em sua mão e começou a passar o olho por ele. — Estamos perto. No jornal, estava escrito que alguns objetos desconhecidos também foram achados no Parque de Arbor, um dos locais mais famosos da cidade, e ficou uma semana fechado, após encontrarem aquela mulher morta, que lemos sobre. Alguns dos funcionários do lugar que acharam o corpo. Vamos perguntar a eles se viram algo de estranho além disso.

— Tipo o quê? — Dian perguntou.

— Tipo objetos que apareceram inexplicavelmente, ou pessoas na região dizendo que não são elas mesmas. Nesse tipo de local, é onde ficam as pessoas mais fofoqueiras. É bem ali. — Apontou para a frente, onde podia ser visto um local bem movimentado, não muito longe.

— Certo, mas posso ficar com o mapa? — Dian pareceu empolgado.

— Mas você não conhece nada por aqui.

— Bem, é que eu quero ser o guia de caça tesouros!

— Não estamos em uma aventura de piratas.

— Olha, na minha cabeça estamos, está bem? E vou me tornar o rei dos piratas. — Dian pegou o mapa das mãos dela e o olhou com entusiasmo. Paty apenas balançou a cabeça negativamente e bufou, antes de sair andando em direção ao parque. Todos a seguiram.

Após alguns poucos minutos, chegaram em frente a um local com grades de ferro, que cercavam uma enorme área verde, o que fez Camila se lembrar da I.E.T. Algumas barriquinhas estavam espalhadas pelo local, e uma pequena fila de pessoas estava em frente a uma que parecia ser de sorvete, onde um homem de avental os serviam. Água jorrava de um mediano chafariz redondo, e algumas pessoas estavam sentadas em volta dele, em sua borda de concreto. Mais para o fundo do parque, outras estavam sentadas na grama verde, embaixo de árvores, ou em algumas toalhas.

— Esse lugar é bem bonito! — Camila sorriu, maravilhada. Se imaginou sentada de baixo de uma daquelas árvores, fazendo um belo piquenique, e no instante seguinte, toda a sensação de felicidade que teve ao imaginar a cena foi substituída por uma sensação de perda e vazio.

Alguns flashes de memória invadiram sua mente. Por um segundo, se viu sentada sob uma toalha xadrez azul. À sua frente, haviam duas pessoas que não conseguiu saber quem era. Não soube definir o que sentiu, porém, seja o que fosse que significava aquilo, sentia falta.

— Vai por mim, esse vai ser o único parque bonito que você vai ver nessa cidade. — Paty comentou, enquanto passava o olho em volta, trazendo Camila de volta a realidade.

Confusa, tentou entender o que aconteceu, mas já não se lembrava do que havia passado por sua cabeça momentos antes. Então, apenas resolveu ignorar. Estava em uma missão importante e precisava se concentrar.

— O que fazemos agora? — Ximú perguntou.

— Vamos falar com algum funcionário. — Paty sugeriu.

Caminharam até um senhor de idade que estava sentado atrás de uma barraquinha de pipoca, que não possuía nenhum cliente. Seu olhar pousou nas cinco pessoas que foram em sua direção, em seguida, nos uniformes de Camila, Paty e Dian, e fez uma careta de confusão.

A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)Where stories live. Discover now