42.

198 15 0
                                    

Christopher entrou em casa pela porta de trás. Era uma sorte que não tivessem cão, pensou. Estava nervoso. Chegava dois dias antes do previsto, tendo apressado seus empregados de Seattle que, para se livrarem dele, tinham trabalhado contra o relógio. Mas não importava. Só queria voltar a casa com Dulce. Tinha ligado do aeroporto para dizer-lhe que estava a caminho, mas que não o esperasse acordada porque chegaria tarde.

Christopher deixou a mala no vestíbulo e subiu as escadas discretamente. O dormitório de Dulce estava junto ao seu, e não queria aborrecê-la. Na realidade, Christopher desejava acordá-la. Ardentemente. O que não teria dado por poder se deslizar na cama com ela? Perguntou-se Christopher enquanto passava por diante da porta dela, fechada, e entrava em seu dormitório. E não só pelo sexo, ainda que não tivesse posto objeções, apenas para poder a abraçar, para ficar dormindo simplesmente, com ela nos braços. Somente a ideia produzia-lhe calafrios, enquanto despia-se. Não via nada. Saía luz pela fresta do banheiro, cuja porta estava fechada. Dulce gostava que o banheiro estivesse quente, por isso deixava sempre a lareira acesa.

Nu, Christopher atravessou o quarto até o banheiro e, depois de assegurar-se de que não tinha ninguém, entrou e tomou uma ducha. Estremeceu ao sentir a água deslizar por todo seu corpo, desejou que fossem as mãos de Dulce. Secou-se, enrolou uma toalha na cintura, e observou a porta fechada do dormitório dela. Teria gostado que dela lhe desse as boas-vindas. Depois de uns instantes de vacilação, desiludido, apagou as luzes do banheiro e voltou a seu dormitório. Atirou a toalha ao solo, buscou os lençóis para meter-se na cama e... E quase saltou ao escutar uma voz feminina dizer:

— Já era hora.

— Dul! No nome de... Assustou-me! — exclamou ao fim relaxando —. Que está fazendo aqui?

— Esperando você — contestou ela com voz sussurrante e sugestiva.

Ao ouvir aquele tom de voz Christopher, que sempre se excitava só em pensar nela, se voltou louco. Esteve a ponto de lançar-se sobre Dulce, mas imediatamente pensou melhor e optou por recolher a toalha do solo e voltar a pôr-lha à cintura. Sabia que não devia começar algo que, depois, não poderia parar.

— Esperando-me para o que? — perguntou enquanto seus olhos iam-se acostumando à escuridão, começando a ver a silhueta de Dulce embaixo dos lençóis.

— Para que venha para a cama — contestou ela se levantando e se pondo de joelhos, de cara a ele.

Um novo choque sacudiu a Cristopher quando foi capaz de discernir o que Dulce usava. Ou melhor, o que não usava. Apesar da escassa luz, procedente do banheiro, Christopher pôde observar que a camisola era tão fina que, igualmente, poderia não ter usado nada, Dulce se encostou contra ele e Christopher a rodeou com ambos os braços para segurá-la. Respirou fundo ao sentir sua figura cálida pressionar-se contra ele e disse: — Suponho que isto significa que se alegra de ver-me.

Dulce sentia-se muito bem junto a ele. O pulso de Christopher acelerou-se mais, enquanto ela se derretia contra ele, pressionando sua virilidade excitada entre os dois. Christopher gemeu em voz alta. Dulce enterrou a cara em seu pescoço e inalou profundamente sua fragrância.

— Oh, Christopher, tive tantas saudades!

— Eu também tive saudades — contestou ele tenso —. Deus, Dul, não é que não aprecie estas boas-vindas, mas...

— Mas esta não é as boas-vindas — o interrompeu ela alçando a cabeça e beijando sua mandíbula —. Isso virá depois.

— A que se refere? — perguntou Christopher enquanto seu corpo se tencionava ao máximo.

Dulce se derreteu em seus braços chegando ainda mais perto, e Christopher reprimiu o desejo de gritar. Então ela contestou ao fim:

— O médico deu-me luz verde.

— Luz verde — repetiu Christopher perguntando-se, rogando para que isso significasse o que ele acreditava —. Totalmente? Sem... Restrições?

— Sem restrições — sacudiu a cabeça Dulce —. Disse-me...

Mas Dulce não pôde terminar de lhe contar o que tinha dito o médico. Christopher tomou-a nos braços com cuidado e tampou sua boca com os lábios, introduzindo a língua entre os dela profunda, suavemente, e beijando-a, tal e qual, desejava lhe fazer amor. Suavemente, mas a toda velocidade, a deitou na cama e se colocou junto a ela sem deixar de beijá-la. Christopher tinha uma mão embaixo do seu pescoço, sujeitando-a fortemente contra ele, enquanto com a outra lhe agarrava o pulso e acariciava sua pele, deslizando um dedo pelo decote. Suas línguas se enredaram e saborearam, revelando ambos a urgência, a necessidade e o alívio de estar perto. Christopher deslizou a boca por seu pescoço, beijando seu rosto, sua testa, suas pálpebras. Ao pousar diminutos beijos sobre a ponta do nariz de Dulce, sentiu os lábios dela no pescoço, e seu fôlego sussurrante:

— Bem vindo em casa.

Uma vez mais Christopher voltou a assaltar sua boca, retomando aqueles beijos profundos, irresistíveis, e sujeitando seu corpo enquanto dava-lhe prazer. Desejava que estivesse pronta para ele. Não, mais que pronta, desejava que Dulce estivesse desesperada por ele, quando por fim a fizesse sua.

Christopher deslizou uma mão para baixo, cada vez mais baixo, roçando aquele corpo feminino até agarrar por inteiro um seio. Acariciou-o e moldou-o, estimulando seu mamilo e gemendo ao mesmo tempo. Os braços de Dulce acariciavam suas costas, mas de repente se aferraram firmemente a sua cabeça inclinando-a para abaixo para oferecer-lhe o seio.

Então ele a saboreou com a língua, lambeu o mamilo rígido e acariciou a aureola longamente, fazendo círculos, até tomar todo o seio em sua boca e começar a sugar. Dulce arqueou as costas e enterrou os pés no colchão, tratando de respirar. A forma de abandono de Dulce, tão erótica, esteve a ponto de acabar com as boas intenções de Christopher que, levantando ligeiramente a cabeça, perguntou:

— Desejo-a, está segura de que é isto que quer?

— Completamente — disse ela com as mãos enredadas em seus cabelos. Dulce se arqueou mais produzindo um gemido, enquanto ele lhe acariciava o mamilo uma outra vez —. Christopher — gemeu ela uma vez mais —. Não me faça esperar muito.

Aquilo foi suficiente para Christopher, que alongou uma mão pelo seu ventre e sentiu que o fôlego lhe cortava ao atingir o suave, encaracolado pelo entre as pernas de Dulce. Ela se movia incansavelmente, pressionava os quadris contra ele. Christopher sentia-se embargado por ela, pelo instante, pelo fato de compreender que por fim seria sua. Após tantos anos.

Desejava dizer-lhe que a amava, enquanto abria suas pernas com mão tremula. Mas era incapaz de pronunciar as palavras. Dulce tinha se mostrado tão receosa quando mencionara pela primeira vez o casamento, que imaginava que se lhe confessasse seu amor ela se assustaria. E o último que desejava, enquanto deslizava os dedos por seu corpo úmido e cálido, era romper a magia daquele momento.

Christopher continuou acariciando Dulce acima e abaixo até encontrar o ponto mais proeminente entre suas pernas e massageá-lo fazendo círculos suavemente. Então ela conteve o fôlego e gemeu.

— Ah, gosta? — perguntou ele.

Um filho teu (Adaptação) Vondy Where stories live. Discover now