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— Não é por aqui.

— Sim, sim é por aqui. Não deve se cansar, recorda? O médico disse que alguém deve lhe cuidar durante um tempo. Finn se ocupará de ti, quando eu não esteja.

— Não preciso que ninguém se ocupe de mim — afirmou Dulce apertando os dentes —. Só devo ter cuidado, prefiro ir a minha casa.

— Impossível — sacudiu a cabeça Christopher —. Não quero sair da cidade sabendo que está sozinha, voltar para lhe encontrar outra vez na cama incapaz de mover-se sequer. Quero ver esses dois meninos vivos, dentro de sete meses ou quando seja.

— Contratarei alguém — contestou Dulce compreendendo uma vez mais que o único que lhe importava eram seus filhos. christopher seguiu conduzindo sem escutar sequer. Simplesmente sacudiu a cabeça —. Ainda não estou pronta para me mudar e viver contigo.

— Mas que importância pode ter uns dias, mais ou menos? Nos casaremos logo que possa estar de pé mais de cinco minutos, sem se cansar. Pretende dizer-me que não pensava se mudar para viver comigo, então?

— Mas se nem sequer tive tempo para pensar em nada! — gritou Dulce.

Então fez-se um silêncio. Christopher parou o carro num semáforo e voltou-se para ela apoiando o braço no respaldo do assento.

— Quero que viva comigo, Dulce. Não quero que nosso casamento seja uma farsa, um simples trato. Quero minha mulher e meus filhos em minha casa — afirmou passando uma mão pelos cabelos —. Mas suponho que ainda temos que falar sobre umas quantas coisas, não? — Dulce assentiu —. Está bem, quer, ao menos, vir a minha casa jantar e descansar um momento? Depois, se para valer quiser ir embora, a levarei.

O argumento de Christopher era tão razoável que parecia infantil se opor a ele, assim, Dulce cedeu. Ao chegar, Christopher ajudou-a a sair do carro e tomou-a nos braços antes que ela pudesse se dar conta do que fazia. Dulce se agarrou a seus ombros.

— Vai ter uma hérnia!

— Carreguei móveis bem mais pesados que você, coraçãozinho.

— Coraçãozinho?

— É uma forma de falar — contestou Christopher entrando pela porta de trás, que se abriu nesse momento.

— Esperava-a, Dulce — disse Finn de pé, no marco da porta —. Bem vinda. Preparei-lhe uma comidinha de frango suculento, e seu quarto está pronto...

Christopher sacudiu a cabeça dissimuladamente, tratando de advertir-lhe que calasse, mas Dulce viu. Finn calou instantaneamente.

— Não importa Finn — disse ela —. Na real idade, estou bastante mais cansada do que esperava. Acho que vou descansar antes de comer. Quer levar-me diretamente ao quarto?

Finn deu-se a volta e guiou-os. Christopher subiu as escadas respirando com dificuldade. O quarto para onde a levaram era absolutamente maravilhoso. Se tivesse sonhado com um dormitório ideal não o teria imaginado melhor. Estava cheio de detalhes femininos, de coisas bonitas.

— Pode mudar o ângulo de visão com isto — informou Finn assinalando dois botões e deixando o comando na mesinha. Depois acercou-se ao extremo oposto do quarto, abriu uma porta e acendeu uma luz interior —. O vestuário da senhora.

— Deus meu! Que fácil seria se acostumar a viver aqui! — exclamou Dulce contemplando o enorme espaço.

Um filho teu (Adaptação) Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora