Capítulo 58

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A luz do sol fez Jade despertar.
Ela acordou ligeiramente confusa, um tanto perdida por ver o céu azul sobre sua cabeça. Depois de piscar algumas vezes, olhou para o lado e encontrou San dormindo tranquilamente.

Foram necessários alguns instantes até que ela se situasse e lembrasse o que tinha acontecido na noite anterior.

Uma mistura de exaustão, preocupação e ansiedade a fez desabar em lágrimas e cair no sono logo em seguida.

Chorar na frente dele já estava ficando frequente. Mas, apesar de não gostar que outros a vissem chorando, Jade não ficou incomodada com isso. Ela se sentia confortável ao lado de San, que fazia de tudo para acalmá-la em momentos de crise. Acalmava tanto que acabava dormindo.

O sol estava baixo no horizonte, ainda era bem cedo. O silêncio atípico no navio significava que ninguém tinha acordado.

San abraçou o travesseiro com força e virou para o outro lado, mergulhado num sono profundo. Jade se levantou e puxou o cobertor até os ombros dele, pois ventava um pouco. Fez um carinho rápido em seu cabelo e foi para a cozinha.

Como suspeitava, era a única acordada. Apesar de ter se levantado bem cedo, Jade se sentia descansada. Não tinha passado mais de uma hora do pôr do sol quando caiu no sono, na noite anterior. Ela dormiu mais do que estava acostumada.

Depois de colocar a água para esquentar, Jade começou a verificar os suprimentos na cozinha. Como não conseguiram repor nada quando chegaram ao acampamento, as coisas estavam acabando. Precisavam parar em terra firme o quanto antes.

Ela fez uma lista mental do que precisavam comprar enquanto preparava o chá. Despejou a bebida quente em duas xícaras e voltou ao convés.

Contudo, Jade havia se enganado quando pensou que tinha sido a primeira a acordar.

Nero correu em sua direção assim que ela chegou perto de San com as xícaras de chá. Ele estava brincando com o cobertor, cheio de energia. Provavelmente tentava acordar o humano dorminhoco sob ele, mas não teve muito sucesso. Então, correu para Jade quando ela se abaixou.

- Oi, bebê! – ela o cumprimentou com a voz doce.

O gatinho pulou no colo dela de repente, a fazendo perder o equilíbrio e cair sentada.

San percebeu a movimentação e abriu um pouco os olhos para espiar.

- Ei, calma ai, espoleta! – Jade riu, fazendo carinho na cabeça de Nero, que começou a ronronar – Estava esperando alguém acordar para brincar com você? Acho que está se sentindo um pouco abandonado, porque sua mãe está cuidando do Seonghwa, não é? – ele esfregou a cabeça na perna dela e virou de barriga para cima – Do seu pai, na verdade.

Jade deu uma risadinha, entretida na conversa com o filhote.

- Isso faz de mim sua tia? – ela fez carinho na barriguinha dele, que ainda ronronava – Sim, faz. Você ganhou uma família grande e desequilibrada, mas garanto que vamos te dar muito amor, tá bom?

San não conseguiu mais se conter e riu, abrindo um sorriso tão bonito, que a fez perder o rumo por um momento. Ele ouviu toda a conversa e estava ansioso para participar.

Jade temeu que San a achasse maluca por conversar com um gato como se fosse um ser humano, mas se lembrou de que ele tinha miado para Nero no dia em que o gatinho apareceu no acampamento, e o medo foi embora.

- Bom dia! – San disse, ainda armado com aquele sorriso brilhante que estava dando um nó na cabeça de Jade.

- Bom dia! – ela respondeu sorrindo de leve.

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