Capítulo 48

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Íris estava se divertindo ao ver o desespero crescente de Akin. Depois de controlar o incêndio, ele passou o restante daquela noite gritando ordens e andando como um louco pelos corredores da mansão. Não voltou a dormir. Estava determinado a pegar os invasores de qualquer jeito.

Quando o dia amanheceu, ele estava ainda mais inquieto. A todo momento mandava um de seus homens verificar o portão de entrada. Mas quem quer que ele estivesse esperando não apareceu.

Akin percebeu tardiamente que tinha sido enganado pelas garotas estrangeiras. Íris via a mente dele trabalhando freneticamente enquanto tomava seu café da manhã. Ao contrário dele, ela estava tranquila. Se serviu de um pedaço generoso de bolo de laranja e aproveitou até a última migalha, observando atentamente a irritação de Akin aumentar.

- Aquelas duas...

- Senhor, não xingue na mesa, por favor. – a cozinheira o interrompeu antes que ele xingasse. Akin se conteve em respeito a ela, que tinha idade para ser sua mãe.

Apesar de tudo, Akin nunca era desrespeitoso com a cozinheira, embora não fosse muito educado com seus outros empregados.

- Eu fui enganado! – ele continuou, sem tocar em seu café da manhã – Tenho certeza de que aquelas duas estão envolvidas no incêndio. Mas porque elas fariam isso... – Akin parou de falar, finalmente ligando os pontos.

Liz e Krystal tiveram acesso ao gabinete dele, perguntaram sobre a princesa desaparecida e lançaram a isca perfeita ao falarem do tesouro do imperador. Ele duvidava que o fogo havia começado por acidente. Mas não conseguiu entender o motivo, já que não causou nenhum dano grave a mansão. Era como se tivesse sido apenas uma distração.

Num movimento brusco, Akin se levantou da cadeira, a empurrando para trás com violência e saiu correndo. Íris conteve um sorriso de satisfação e colocou mais um pedaço de bolo na boca para disfarçar. Ele finalmente tinha se dado conta de que a invasão foi muito maior do que imaginava. Ela tinha certeza de que Akin correu para o gabinete; e teria uma surpresa bem desagradável quando descobrisse que havia sido roubado.

Os berros dele confirmaram o que Íris já sabia. Embora não soubesse exatamente o que os Mascarados tinham levado, ela sabia que estava relacionado ao tesouro. Não era segredo que Akin era obcecado pela lenda, e Íris lembrava-se de ouvir seu pai contando sobre a busca incessante dele pelo tesouro. Ela também sabia que a princesa de Kasen estava nas mãos dos piratas de Akin e que ela tinha envolvimento com essa história.

E pelo desespero dele, o tesouro estava muito perto de escapar de suas mãos.

Enquanto estava escondida atrás do vaso, Íris viu alguns Mascarados acompanhados de uma garota. Quando Yunho a deixou no jardim, deu a entender que ia procurar por ajuda de alguém. Talvez as garotas que enganaram Akin fossem as mesmas que ajudaram os Mascarados.

Contudo, a alegria de Íris se desfez quando Zaire entrou na sala de jantar. Ela sentiu as mãos suarem frio ao ver o guarda que a levou de volta a Akin. Ele estava com a cabeça enfaixada e mantinha uma mão sobre a barriga. Provavelmente estava com algum ferimento ali.

- Onde está Akin? – ele perguntou com uma expressão zangada.

- Saiu correndo agora a pouco. – a cozinheira respondeu, sem se dar ao trabalho de olhar para o guarda.

- Preciso contar a ele o que eu vi ontem a noite. – Zaire disse, sentando-se perto de Íris.

Ela puxou a cadeira para longe dele imediatamente.

- Está com medo de mim, gracinha? – ele ironizou, a encarando dos pés à cabeça – Não vou conseguir fazer nada com você nesse estado. Pode ficar no lugar, não vou morder.

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