#Bônus

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Um...

Depois que me tornei a chefe de uma família, percebi o quanto a mulher de um bandido precisa se esforçar para zelar da sua família.

Dois...

Talvez o principal motivo, do Ricardo ter ensinado ao Boaz, Otávio, e a Melissa, a se esconderem tão bem, era pelo simples fato de se protegerem na hora do perigo.

Três...

Aliás, quem inventaria de brincar com seus filhos quando estivessem perto da morte? Otávio não teve sorte, mas e o Boaz? A Melissa? Também não.

Quatro...

Todos eles morreram, ou talvez, somente o Boaz morreu realmente, Otávio se tornou Mozart, e Melissa se tornou Rebecca.

Cinco...

E agora, estávamos nós dois fazendo o sangue da família Sant'Ana correr junto com os dos Baumanns irônia, não acham?

Seis...

O Allan já havia aprendido, não conseguiria achar ele nem se me dissessem onde estava, era um verdadeiro rei do pique-esconde.

Sete...

Esse dom era pra poucos, e sabedoria para ficar escondido até a hora certa, também era, eu acho que sou a prova viva disso.

Oito...

Eles tinham que se tornar mais competentes que eu e Boaz.

Nove...

Eles tinham uma missão para cumprir nesse mundo, não que seguir aquele caminho de crime fosse algo bom, mas infelizmente, eles nasceram para isso.

Dez...

Eles nasceram para dar descendência, há uma notória gangue desde 1922 liderada pelo mais inteligente e cruel do grupo, criminosos dispostos a subirem na vida a qualquer preço.

Pronta ou não, lá vou eu!- Me afastei na parede.

Não via a hora de ensinar tudo que eu ensinei para Johann, para o futuro Baumann também, aquele pequenino de cinco anos, devia ter os mesmos aprendizados que eu, porém, melhorados.

Subi as escadas com um pouco de dificuldade graças a barriga de oito meses e meio que havia em mim, avisei tanto para ele não se esconder lá encima.

Porém, é mais teimoso do que a mãe, e do pai também.

Entrei naquele quarto, e comecei a analisá-lo por completo com os olhos, me perguntava onde poderia estar, olhei dentro dos armários, debaixo da cama.

Mhm...- Batia o dedo na bochecha- Eu acho que não tem nada aqui...

Fiz silêncio, onde pude escutar uma risadinha baixa, fingi que estava perto de sair do quarto, pretendia dá um susto.

Eu acho que...- Dei meia volta, e avancei na cortina- Você está aqui, seu danadinho!- Tirei ele dali o puxando para os meus braços.

Não, para!- Suplicava enquanto a fazia cócegas.

Você se esconde muito mal, precisa melhorar Johann- Soltei ela, para que corre-se novamente- Vou contar até dez.

Virei de costas com os olhos fechados, e logo pude escutar seus passos saindo correndo para ir se esconder, mais uma coisa que deveria providenciar.

Sapatos com solas silenciosas, não era o que eu queria, porém, apesar de discordar de Edwin, era realmente o que eu deveria fazer.

Mamãe, o papai tá lá em baixo- Allan me olhou nervoso, sua respiração estava ofegante.

Até fiquei preocupada, coisa que não acontecia muito, Allan com seus cinco anos, não queria mais sair do pé do pai, e sempre me contava tudo que fazia com ele, mesmo que não fosse um segredo, era bom ouvir ele falar comigo.

Ele era pequeno demais para entender o que estava acontecendo, acreditava que ele não se acostumaria comigo, porém, consegui convencê-lo, que não adianta discutir quando se há amor.

Edwin, o que houve?- Cheguei na sala e o olhei preocupada.

Nada de importante, mas acho que você vai ter que sair- Engatilhou uma arma- Você já sabe pra onde ir- Veio até mim, e me deu um beijo na testa, logo após saiu da casa.

Sem mais conversas, apenas chateada pelo fato de termos que sair mais uma vez por um tempo dessa casa que eu escolhi com tanto cuidado.

Da última vez que tivemos que fazer isso, quando voltei a casa estava completamente revirada, um verdadeiro desastre, foi a mais de um ano, mas era chato pensar que muita gente ia morrer.

Vai buscar seu primo- Falei com Allan, e depois revirei meus olhos pela sala- Luzia, chama o chofer, temos que sair daqui agora.

Allan desceu junto com o Johann, eu não conseguiria subir mais uma vez essas escadas, era bem capaz de ter um infarto ali mesmo.

O chofer já está esperando, Sra. Baumann- Luzia disse e veio para a perto de nós.

Já se certificou que não tem mais ninguém aqui?- Peguei no ombro de Allan sentindo algo estranho- Aí...

O que foi?- Allan perguntou e segurou meu antebraço- Mamãe?

_senti algo escorrer pela minha e não podia acreditar no que estava acontecendo.

Vai nascer...- Falei em desistência sobre aquele dia.

Mas agora!?- Allan falou ainda mais nervoso.

Os Baumanns sempre têm que nascer durante um conflito, não é mesmo?- Augusto apareceu do nada, com um fuzil maior que sua arrogância- Vão, Elyon vai dá cobertura pra vocês até o hospital.

Mas o Elyon só tem dezesseis anos meu pai, como aquele menino vai da guarita a alguém... mas só de lembrar que quando Edwin fez aquilo tudo, só tinha quatorze, acabei deixando essa questão de lado.

Conflitos acontecendo, briga entre gangues que querem tomar a cidade de Edwin, a nossa fuga para conseguir nos esconder, e ele quer nascer logo agora?!

Vamo, vamo!- Elyon chamou a atenção do chofer que ainda estava parado.

E isso, é só um pouco do que eu passo como uma Baumann.

FIM

CONCUBINAOnde histórias criam vida. Descubra agora