Medo De Fantasmas

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Vi ela entrar no quarto devagarosamente. Ela sabia que eu estava ali, e queria me achar antes que eu a achasse, mas já era tarde demais para ela.

Sabe o que é isso aqui?- A dei um susto, a fazendo virar frenética para a poltrona de costas para as grandes janelas cobertas e iluminadas do quarto- É um silenciador- Me referia ao grande cubo difundido ao revolver- Silencia-dor. Ele silencia a dor- Manuseava aquela arma em minha mão, sem um pingo de medo- Ele silencia a minha dor de ficar presa por anos pelo seu assassinato, e simplesmente passa a total culpa para o pobre Mozart observando tudo atrás da porta- Sorri, esperando ele entrar, mas assim que não entrou, não tive outra escolha a não ser- ENTRA MOZART!- Falei alto o suficiente, e então ele o fez- Larga a arma- Esperei ele fazer- Larga-a-arma. Agora.

Você não vai sair daqui com esses papéis- Amélia interviu, me fazendo olhar para ela- Não vai!

E quem vai me impedir? Você?- Ri ironicamente para ela- Amélia. Você me fez entrar em um jogo que não queria- Me levantei devagar, e fui até a cama pegar o revolver de Mozart- Não estaríamos aqui agora discutindo sobre isso... então a culpa é sua- Fiz um bico, demonstrando tristeza e assenti com a cabeça- É sim...

Quem você pensa que é...?- Perguntou com os lábios cerrados, tremendo de raiva.

Eu sou Rebecca- Respondi límpido- A mulher que faria absolutamente tudo pelo homem que ama. Eu ainda estou tentando entender a cabeça confusa de Melissa Sant'Ana, então até eu descobri quem era ela, continuarei sendo eu. E nós, todos- Sorri para os dois- Desceremos para tomar um bom chá com as anfitriãs da casa. Vamos?- Gesticulei com o revolver, para ele dois passarem na frente. Amélia se recusou a ir por alguns segundos, depois a olhei com pena quando Mozart a forçou a ir.

Oh, vocês demoraram- Olivia se dirigiu a nós, na porta da sala.

Paramos para conversar um pouco, e de brinde...- Sorri para ela- Achamos Mozar.

Ah, que maravilha- Ela assentiu sorrindo- Entrem, entrem por favor. Menos Mozart, é claro- Ela deu uma piscadela para ele.

Infelizmente eu não vou poder ficar muito tempo...- Amélia disse ao se sentar, e eu fiz o mesmo de frente para ela- Acabei de lembrar que marquei algo indispensável para hoje.

Sério? Que pena...- Neguei com a cabeça, fingindo tristeza. Talvez aquela coisa indispensável, fosse a minha morte.

E como está a sua relação com Edwin?- Olivia perguntou para ela, servindo o chá.

É. Quando sai o casamento?- A veia perguntou também.

Não sei ao certo...- Amélia respondeu meio desconcertada, mas tentou manter sua pose de madame- Mas em breve estaremos juntos aqui- Ela sorriu para mim, tentando encontrar algum tipo de ciúmes que eu pudesse transmitir.

Vocês vão se dar muito bem, Edwin sempre foi um garoto maravilhoso- A veia se pronunciou novamente, e sorriu para ela.

Também concordo. Compreensivo, simpático- Falava enquanto todas as outras apenas apoiavam as minhas palavras- Muito amoroso... principalmente com o filho- Sorri para ela, e então me levantei- Ótimo pretendente.

Para onde vai Srta. Melissa?- Olivia perguntou, franzindo o cenho.

Eu viu acompanhar Amélia, temos que ir juntas... infelizmente- Franzi o cenho e neguei com a cabeça, parecendo triste- Eu espero que possamos ter outras oportunidades de nos encontrarmos.

Claro que terá, você é uma mulher muito simpática- Olivia me abraçou, e depois cumprimentou Amélia- Adeus querida. Até a próxima.

Até- Amélia respondeu tentando não ser fria.

Esperei ela ir na frente para que acompanhasse. Em meio ao caminho até o portão, ela se mantém em silêncio, o que me surpreendeu, até que atravessamos o portão, e paramos em sua frente, lado a lado.

O silêncio pareceu ensurdecedor, ela possivelmente esperava seu motorista, e eu, Greta e Glenda que apareceriam aqui para voltarmos juntas.

Se você quer ficar com Edwin... pode ficar- A olhei franzindo o cenho e com um sorriso de canto, me perguntando o que passava pela cabeça dela para me dizer aquelas palavras tão maravilhosas- Eu não vou me matar igual Rosalía.

Seu carro parou na nossa frente, mas ela não quis esperá-lo abrir a porta, e entrou saindo depressa da minha visão.

Fiquei paralisada me perguntando o porquê ela envolveu essa mulher na nossa conversa, ou então, o porquê que ela havia se suicidado, se é que poderia haver um motivo específico.

Fomos finalmente para casa, e eu esperei Edwin chegar para me explicar mais sobre essa Rosalía. Me peeguntava o porquê de Amélia se comparar a ela, e simplesmente querer desistir de Edwin tão rápido.

Ficar com ele era tudo que eu queria, mas algo me cheirava mal nessa história e eu precisava tirar ela a limpo. O esperei, esperei... mas não veio, aquele assunto, de tão intrigante, não me deixou dormir.

Preciso saber mais sobre Rosalía, e acho que sei quem pode me contar...

CONCUBINAWhere stories live. Discover now