Lembranças de Isabela e Ricardo

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O silêncio se formou naquele jardim, eu lembrei dos meus pais, e isso me causou um grande arrepio, me fazendo lançar aquelas alianças na água novamente. Isabela e Ricardo, eram os nomes deles, nomes quais América também tinha citado.

Lembrou de algo a mais além dos rostos deles?- Edwin me acordou dos meus pensamentos com a grande pergunta.

Não, só isso- Me levantei do sofá, e fui até a janela da sala- América tinha me falado os nomes deles, e isso foi um choque.

América te contou mais o quê?- Se aproximou de mim.

Só o que você já sabe- Meus olhos se encheram de lágrimas por alguns segundos, mas devido sorrir e disfarçar- Eu só queria entender, o que essas alianças estão fazendo aqui.

Talvez não fosse o momento para conversarmos sobre isso...- Ele me puxou para um abraço, e beijou a minha cabeça.

Me debrucei em seu peito, pensando em como eu não tinha conseguido me lembrar dos meus irmãos, uma pena eu só ter conseguido me lembrar deles, nada da imagem dos meus tios, meus avós, queria lembrar de tudo.

(...)

Terminei de jantar e subi novamente para o meu quarto, Riley se queixava de uma dor de cabeça horrível, então não dava mais para conversar com ela hoje, e o Edwin já havia ido embora.

Amarrei meus cabelos em um coque e entrei no banheira com água morna, depois de um dia como esse, eu só queria relaxar mesmo, eu não conseguia tirar da cabeça o rosto da minha mãe.

E também não conseguia parar de elogiá-la.

Eu me olhava no espelho, mas não conseguia achar tamanha semelhança entre nós duas, mas era a minha mãe, eu tinha certeza que a mulher que eu me lembrava era a minha mãe.

Isabela era a minha mãe!

Sai do quarto e fui atrás de escolher alguma camisola para me vestir, só haviam sobrado rosas, e de rosas, eu odeio até o nome. Curtas e de ceda.

Esse povo que é me comprar mesmo.

Coloquei o baby-doll por cima enquanto fazia a hidratação da minha pele, como já de costume, me sentei na cadeira da penteadeira e escovei meus cabelos enquanto me olhava no espelho.

Rebecca... eu preciso falar com você- Edwin? Parei para escutar ele do lado de fora do quarto- Tem algo muito importante que eu tenho que te contar.

Pode entrar...- Me levantei devagar vendo a porta se abrir e ele entrar.

Nos momentos seguintes, ele apenas me mediu de cima em baixo e pude ver certo êxito em seu olhar, estava se arrependendo do que iria dizer, ele congelou, ficou em silêncio apenas me olhando.

Ele possivelmente foi em casa trocar de roupa, sem chapéu, apenas com sua inseparável camiseta branca e seu colete por cima. Era incrível como eu gostava de analisar tudo nele.

Edwin?- Chamei sua atenção tentando recobrar sua consciência.

Ele desistiu de vez do que iria falar e empurrou a porta com força a fechando, veio até mim com uma certa pressa, me puxou para perto dele e me beijou acabando com toda aquela angústia que ele estava sentindo.

Apertei seus ombros por um momento tentando o empurrar, mas quem eu queria enganar? Eu indiretamente estava desejando isso naquele dia que nos abraçamos.

Ele me empurrou me fazendo subir na penteadeira e eu apertei minhas pernas em sua cintura, me beijou com mais intensidade, envolvi meus braços em sua nuca e deixei aquele apaixonado beijo continuar até a hora que ele quisesse.

Sério mesmo Rebecca? Apaixonada pelo seu assassino?

_não! Eu não iria pensar nisso hoje, só me deixe aproveitar esse momento de êxtase, senti ele me segurando com aquela força me fazia tremer a cada milésimo de segundo.

Nos separamos já ofegantes por aquela mine loucura que tinha acabado de acontecer, ele beijou meu pescoço e logo após me abraçou com ainda mais força.

Apertei minhas mãos em suas costas sem querer deixar ele ir embora, ele implicou tanto comigo pra agora me beijar com tanto desejo, não, não posso perdê-lo.

Olha, olha pra mim- Pegou em meu rosto e fez eu encará-lo- Eu nunca vou deixar ninguém encostar um dedo em você, enquanto você estiver comigo, nenhum mal acontecerá contigo, acredita em mim?

Não precisava nem perguntar- O beijei novamente- Claro que eu acredito em você.

(...)

Ele me arrastou pra cama dizendo que precisava ir para casa por algum motivo desconhecido, mas não queria se separar de mim, e nem eu dele, sentia um nostalgia estranha.

Eu preciso ir agora, mas não sei quando eu vou poder voltar pra te ver de novo- Passou a mão pelo meu cabelo- Mas como você já percebeu, eu não fico sem vir aqui.

_levantou e ajeitou sua blusa enquanto eu pensava se realmente falaria o que eu estava sentindo para ele, era um caminho sem volta, mas eu tinha que falar.

Edwin...- Chamei sua atenção e ele parou antes de sair- Eu tô te dando a minha confiança, não faça eu disso me arrepender.

[...]

Acordei ao escutar alguns barulhos dentro do meu quarto, abri os olhos e procurei o que estava acontecendo, era Riley, revirando as minhas coisas igual uma louca.

Riley?- Chamei sua atenção e ela virou para trás como se nada estivesse acontecendo- O que você tá fazendo aqui?

Esperando você acordar, pra me responder quem é Isabela e Ricardo- Se sentou na ponta da cama.

Como você sabe?- Me sentei limpando os olhos.

Ah, você não parava de falar, Isabela e Ricardo- Se virou para mim.

São os nomes dos meus pais- Respondi.

Mas você nunca soube os nomes deles- Me olhou um pouco chateada- Achei que fossemos amigas, mas você não compartilha nada comigo!

Mentira, já te falei até demais- Tirei o cobertor de cima do meu corpo e me levantei- Fui passear com o Sr. Baumann, e encontrei dentro da fonte duas alianças, com os nomes, Isabela e Ricardo, então eu tive uma lembrança, dos meus pais, e lembrei que o nome deles eram esses e que essas mesmas alianças são suas.

Dentro de uma fonte?- Fiz um barulhinho com a boca em resposta- E onde fica essa fonte?

Em um jardim secreto que tem aqui em casa- Entrei no banheiro e coloquei a pasta na escova- Você tem que ir lá, é um lugar surpreendente.

Você tá me dizendo, que achou as alianças dos seus pais, em uma fonte secreta, nesta casa?- Balancei a cabeça em resposta, não dava pra responder com a boca cheia, ela me seguiu e pode ver eu assentindo- Mais surpreendente que esse jardim, é o fato das alianças dos seus pais estarem aqui, você não acha?

_neguei com a cabeça e lavei a boca em seguida.

Nada haver, por que si...- A olhei enquanto pensava, e ela meio que esperava uma pergunta que já tinha feito, por mais que ela seja espontânea, ela é muito inteligente, e adora dizer um "eu te avisei"- O que as alianças dos meus pais estão fazendo aqui?

CONCUBINAWhere stories live. Discover now