Saber de Você

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Eu jurei pra mim mesma que não viria mais aqui- Amélia dizia com desgosto, com os braços cruzados, de costas para mim- Mas eu tenho que confessar, que você tem uma sorte incrível.

Fale o que você quer, e vá embora da minha casa- Disse severa, não iria comer regue dela.

Tá ousada, né?- Se virou me olhando de cima baixo- Você tem que se lembrar, que não passa de uma vagabunda.

E você tem que se lembrar, que está na minha casa, e me deve o mínimo de respeito, mesmo não querendo- Fui para frente e a enfrentei.

E você tem que lembrar, que eu não tenho medo de suas ameaças, posso muito bem te matar, e acusar um empregado- Sorrio ladino- Você pode ter pegado o Morse no laço, mas eu não.

Você é diferente...- Acenti com a cabeça- É um tipo de vaca que pensa.

Você com certeza está olhando para o seu reflexo, por que eu não vivo de imaginação, eu vivo de atitude. Nunca terá peito para ser uma Baumann, nasceu para ser pra sempre uma inútil Sant'Ana, igual seus pais!- Falou rígida, me tirando completamente do sério.

Não fala dos meus pais!- Dei um tapa bem forte na cara dela- Lava essa sua boca maldita antes de inventar mentiras com o sobrenome da minha família, desgraçada!

Você não fez isso...- Devolveu o tapa que eu lhe dei- Eu vou te ensinar a ir pro seu lugar!

Tentou me bater novamente e eu me defendi segurando seu braços, estava maluca aquela criatura.

Para, para!- Apertei seus pulsos, tentando a fazer parar.

Quando senti que não teria jeito, soltei ela e peguei em seus cabelos a arrastando, já que era pra brigar, eu que não iria apanhar dessa bruaca, o filho de Edwin apareceu na sala chorando, apenas piorando a situação.

Santa Madalena, por favor, parem com isso!- Uma empregada entrou no meio para tentar intervir.

Depois de umas três tentativas e uns dois empregados, eles finalmente conseguiram aniquilar aquela briga, pois a richa não, a raiva que eu tinha dela, apenas tinha aumentado.

Você não sabe o que eu vou fazer, vou acabar com a tua vida...- Apontava o dedo para mim, querendo avançar.

Saia da minha casa, suma daqui Amélia!- Gritei forte.

É senhora Baumann!- Exigiu mesmo sendo arrastada para fora da casa.

Eu quero que você leve esse maldito sobrenome pro raio que o parta!- Fiz um esforço e consegui me soltar.

Fui até a porta, e pude ver ela entrar no carro e sair da minha propriedade, eu não aguentava mais ter ela aqui comigo, mais um pouco e eu iria explodir.

Você não me dá medo Amélia, não me dá medo- Dizia enquanto sentia alguém me puxar, para que eu saísse da porta.

[...]

Depois de tomar um pouco de água, e me acalmar, voltei para sala, andando para conseguir desestressar. Eu precisava tanto aliviar essa ansiedade que havia dentro de mim.

Amélia não sabe o quanto ajudou.

Paralisei ao começar a escutar alguns barulhos diferentes, olhei para as escadas, mas o barulho, infelizmente, não era de Riley vindo, muito menos era das escadas.

Era uma criança engatinhando, com certeza por ter cansado de correr pela casa. Ele me olhou fazendo uma careta, e antes que eu presume-se, ele se sentou no chão e começou a chorar.

Allan...- Sussurrei ao encará-lo- Não, não chora- Me aproximei dele, e o peguei no colo- Calma, ela vai vir te buscar.

Seu choro só fez aumentar, e mesmo eu desesperada quando isso, foi o que surpreendentemente conseguiu fazer Riley sair quarto.

CONCUBINAOnde histórias criam vida. Descubra agora