Epílogo

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Dois meses depois

Nova Iorque

Ainda era de manhã, o sol tinha nascido há pouco mais de uma hora e iluminava a pequena cafeteria onde o homem de preto se encontrava dando pequenos goles no café.

Ele ainda usava seu típico chapéu Fedora e já tinha sido advertido algumas vezes pela garçonete para não fumar dentro do estabelecimento, entretanto ele não se importava. A moça viu a cena e bufou, estava esperando que seu turno acabasse e resolveu não tirar mais satisfações com o homem.

Um homem alto e bonito entrou pela porta fazendo o sino tilintar. Ele vestia um casaco preto empoeirado e luvas vermelhas, ignorou a garçonete e deu passos lentos até o final da cafeteria.

— Changretta.

Lucca se levantou rapidamente e colocou o chapéu em cima da mesa, evitando olhar nos olhos do homem misterioso, apenas encarou seus cabelos negros quando se sentaram.

— Não tenho todo o tempo do mundo, é melhor falar logo.— a voz grossa deixou Lucca um pouco nervoso mas ele não demonstrou. Molhou os lábios e deu um trago no cigarro antes de cruzar as mãos.

— É de conhecimento geral que Enrico Savoia me expulsou do império.

— Depois de você descobrir que o filho dele estava vivo e participar do plano para mata-lo, já era de se esperar. É um milagre que ainda esteja vivo, pelo visto ele te considerou muito.

Changretta ignorou as alfinetadas do homem e continuou.

— Você tem um passado com Niklaus. Tenho informações que você nunca seria capaz de descobrir.

O homem riu. Não achava que tinha algo que ele não descobriria mas resolveu dar uma chance para o ex aliado de Enrico.

— E o que você quer em troca?

— Quero que me ajude com a minha vingança contra Enrico. A morte não é algo que o assusta então ele precisa experimentar a sensação alegre de finalmente ter encontrado seu filho e aproveitar todos esses dias.— ele deu um sorriso cruel.— E depois eu quero esmagar cada pedaço de felicidade que ele tenha um dia sentido. Savoia já tinha aceitado a morte do filho e o tormento vai ser pior quando eu destrui-lo bem na sua frente.

— A morte de Niklaus será pelas minhas mãos.— o misterioso rosnou.

O ódio que sentia por Niklaus parecia ser ainda maior.

Lucca deu de ombros e tomou mais um gole da bebida quente.

— A de Enrico será pelas minhas, mas primeiro precisamos usar Klaus para faze-lo sofrer.

— Contanto que Niklaus passe por coisas piores.

Changretta sorriu ao perceber que o homem compartilhava do mesmo ódio por eles.

— Eu sei exatamente quem usar para que isso aconteça. Audrey Shelby.

O homem hesitou por alguns instantes, sua expressão continuou indecifrável e então ele lançou o mesmo sorriso frio para Lucca ao se dar conta de que o homem poderia se realmente útil.

Ele se levantou e ofereceu a mão direita para um aperto.

— Nossa aliança está firmada, Changretta. Espero não me arrepender, não serei tão tolerável como Enrico.

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A Herdeira: Coroa Escarlate 

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