Black Out Days

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Você devia poupar seus olhos

Fogos de artifício explodindo em minhas mãos

Se eu pudesse pintar o céu, todas as estrelas brilhariam em vermelho-sangue?

Dias escuros

Eu não reconheço mais você

Black Out Days

- Phantogram


 Uma hora se passou e eu não tinha deixado de acompanhar a localização da Audrey pelo celular, era o que me mantinha calmo durante aquele tempo

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Uma hora se passou e eu não tinha deixado de acompanhar a localização da Audrey pelo celular, era o que me mantinha calmo durante aquele tempo. Antes de nos despedimos ontem, decidimos conectar nossos celulares para usar o rastreador nos momentos necessários e esse era um deles.

Eu sabia que Audrey não estava falando a verdade quando disse que amava Dominic, podia ver em seu olhar o que ela realmente queria me dizer e as duas doses de whisky que tomei me ajudaram a acreditar que ela tinha tudo sob controle.

Aquele homem estava agindo estranho desde que descobrimos a verdade, em um momento ele tentou passar superioridade e no outro parecia confessar de que estava envolvido contra a vontade dele. Se Elizabeth também estava envolvida, definitivamente ele não agiu sozinho.

Dei um trago no cigarro no mesmo momento em que senti o medo congelar meu peito, não podia sequer imaginar o que faria se algo acontecesse com Audrey. Afastei os pensamentos ruins da minha cabeça e liguei para ela, que atendeu no primeiro toque.

— Drey. Como você está?— perguntei, sentindo o alívio tomar conta do meu corpo ao ouvir sua respiração.

— Estou voltando pra casa, conversamos daqui a pouco.

Ela desligou e eu observei sua localização voltar a se mexer. Exalei a fumaça e fechei os olhos. A voz de Audrey estava tão gélida que senti o frio percorrer minha espinha, mais alguma coisa havia acontecido depois da saída dela e tinha certeza de que seria ainda pior do que eu esperava.

Me levantei e andei até o bar. Senti meu estômago roncar, mas estava aflito demais para engolir qualquer coisa que não fosse álcool. Enquanto terminava de colocar duas pedras de gelo no copo para tentar fazer o whisky descer mais rápido, Audrey entrou pela porta da frente.

Suas íris haviam escurecido para o castanho esverdeado e o triste brilho neles deixava claro que ela havia chorado. Ela respirou fundo antes de se sentar no banco a minha frente e virou o copo que eu havia preparado. Seus olhos permaneceram fechados por alguns segundos e depois ficaram fixos em uma mancha no balcão. Ela passou a mão nos cabelos e finalmente me encarou, a mágoa evidenciada em sua expressão me deixando ainda mais preocupado.

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