As The World Caves In

132 19 113
                                    


É com você que eu me deito
Enquanto a bomba atômica se aproxime
Sim, é com você que dou as boas-vindas à morte
Enquanto o mundo acaba

As The World Caves in
- Matt Maltese

— O que iremos fazer em Veneza, Niklaus?— Audrey questionou entrelaçando os braços em frente ao corpo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— O que iremos fazer em Veneza, Niklaus?— Audrey questionou entrelaçando os braços em frente ao corpo.

    As vezes aquela mulher confundia o poder que tinha e agia como uma garota mimada. Provavelmente era a parte inocente que ela ainda tinha dentro de si, a que mais me cativou por todo esse tempo junto e a mesma que feriu os meus sentimentos hoje.

— Fazer com que você não leve mais um tiro. — a encarava com desprezo e dor pois sabia que Audrey conseguia percebe-las, tanto que sua boca se contraiu e ela entrou em uma posição mais séria.

— Eles podem não entrar aqui se você contratasse seguranças decentes.— respondeu irritada, o que fez um arrepio percorrer minha espinha e eu me controlava para continuar a falar apenas de negócios e não discutir a nossa relação na frente de Thomas. Se houvesse uma relação.

— Quem quer que seja, sabe onde moramos e pode dar um jeito de entrar aqui mesmo com tantos seguranças.— respondi seriamente ignorando toda a frustração que pulsava em minhas veias.— Em Veneza ficaremos em segurança, se precisarmos poderemos ter ajuda dos italianos por lá até que você possa se defender novamente.

— Você precisa se recuperar desse tiro, a morfina está apenas disfarçando a dor Audrey e você sabe disso. É o melhor a se fazer e, caso precise levar um tiro eu estarei lá por você.— Thomas encostou em seu braço e a troca de olhares entre eles fez meu sangue ferver ainda mais. Eu estava lá e ele fez a questão de tocar no assunto, aquele homem era ótimo nos negócios mas adorava me provocar. Precisei fincar as unhas em minhas mãos para conter a raiva e continuar com o papel de imparcial.

— Klaus.— Sebastian chegou ofegante na porta do quarto e apenas olhando em seus olhos azuis pude perceber que algo estava errado.— Alguém invadiu novamente, não é mais seguro. Vocês precisam sair daqui agora.

    Thomas carregou a mala até a porta e pude perceber a aflição em Audrey, que abria e fechava a tampa do frasco de morfina repetitivamente.

— Vamos embora.— falei segurando em seu braço e ela me encarou surpresa. O frio percorreu por minha espinha ao sentir sua pele quente em minhas mãos. Ela iria falar alguma coisa mas eu não queria ouvir nesse momento. Puxei-a com delicadeza em direção a porta do quarto no mesmo instante em que a janela do quarto foi atingida por um objeto que a quebrou.

— É um explosivo! — Sebastian gritou do corredor e senti a adrenalina percorrer todo meu corpo.

    Puxei Audrey para a minha minha frente, mas não fomos rápidos o suficiente. A força da explosão nos jogou para longe e minha visão ficou preta por alguns instantes enquanto gritava o nome dela. Quando  consegui enxergar novamente a fumaça que saia do quarto era espessa, o corrimão das escadas estava despedaçado e corri em direção ao corredor.

    Audrey tinha caído de bruços e vi que seu ferimento começou a sair sangue incessantemente, seu rosto estava coberto de cortes e um deles parecia ser profundo. Peguei-a no colo e desci as escadas enquanto Thomas e Sebastian desciam atrás de mim com dificuldade.

— Thomas, pega o carro e trás até a porta. Sebastian vai ficar aqui comigo caso o filho da puta ainda esteja por aqui.— gritei colocando Audrey no sofá, a blusa de seu pijama estava manchada de sangue por conta do ferimento que provavelmente abriu. — Drey... Acorda, por favor, precisamos sair daqui.

— Drey?— ela sussurrou sem abrir os olhos e riu fraco.

— Ótimo. Vamos.— tentei levanta-la mas seu rosto começou a ficar pálido e sua respiração pesada. — O que você está sentindo?

— Não... Não consigo respirar.— ela sussurrou antes de desmaiar. Merda.

— Precisamos ir pro hospital, Niklaus.— Sebastian falou por trás de mim e eu me levantei irritado.

— Não diga coisas óbvias para mim, Harris. — esbravejei e ele deu alguns passos para trás.— Eu sei disso e há poucos minutos queria acabar com o seu rosto, então é melhor não dirigir a palavra a mim quando não é útil.

    Ele abriu a boca para falar alguma coisa mas apenas assentiu. Peguei Audrey no colo novamente e sai pela porta assim que ouvi o carro buzinar. Thomas abriu a porta de trás onde eu coloquei o corpo dela e apoiei sua cabeça em meu colo.; ele partiu em alta velocidade assim que Sebastian entrou no banco da frente.

— Precisamos ir para o hospital mais próximo.— falei ao sentir que a respiração dela estava ficando cada vez mais baixa e sua pele fria.— Tenho alguns médicos lá dentro que não irão fazer perguntas.

    Com a direção rápida chegamos no hospital, peguei o corpo quase sem vida de Audrey e andei o mais depressa possível para dentro do local.

— O senhor precisa fazer uma ficha.— a senhora da recepção se levantou assim que passei por ela. Ignorei-a e caminhei até uma sala de cirurgia que estava prestes a receber alguém.

— Você não pode fazer isso.— uma enfermeira reclamou e as outras olhavam assustadas.— Tem um paciente a caminho.

— O Dr Charles vai cuidar disso aqui primeiro. Rápido!— gritei e elas se afastaram, enquanto uma saiu para chama-lo. — Se chamarem algum segurança não vai ser bom para ninguém aqui.

— Eu já cheguei, Klaus.— o senhor grisalho e alto estava atrás de mim quando me virei. Senti um alivio percorrer pelo meu corpo ao ver aquele homem depois de tanto tempo.— O que aconteceu?

— Ela levou um tiro há dois dias, a costela estava quebrada e em meio a uma explosão foi jogada para longe.

— Precisamos fazer a cirurgia agora ou essa mulher vai morrer.— ele falou enquanto uma das enfermeiras colocava suas luvas e outras ainda me encaravam.

— Morrer?— perguntei incrédulo.

— A costela quebrada atingiu o pulmão e ela não está mais respirando Niklaus. Você precisa sair daqui agora.

— Eu não vou sair daqui.

— Niklaus!— ele gritou me encarando e apontando para a saída.— É assim que funciona ou a garota morre.

    Suspirei irritado e sai da sala de cirurgia, minhas mãos estavam sujas de sangue. Encontrei o banheiro mais próximo e as lavei-as com tanta raiva que mesmo após o sangue sair, ainda estavam vermelhas. Joguei água no meu rosto e a única imagem que percorria minha mente era a da face de Audrey sem vida.


Notas da autora:

Oii meus amores, o que estão achando da história até agora? Não esqueçam de comentar e de dar estrelinha <3 Gostaria muito de saber a opinião de vocês :)

A Herdeira: Em busca do poder Where stories live. Discover now