Inko apertou o homem trêmulo em seus pequenos braços.
Aizawa não conseguia falar, seu choro contido escapando numa torrente triste e amrga. Tantas perguntas corroeram Aizawa por anos sem nenhuma resposta, agora novas questões se juntavam dando a sensação de estar afundando na lama.
Quando deixou a delegacia depois de conversar com o assassino, Eraser sentia-se insuportável quase como se sua pele estivesse o apertando. Descobriu também ser incapaz de falar com Present Mic. O loiro o culparia agora que sabe da verdade pela morte de Oboro?
Aizawa achou lamentável como um homem de mais de trinta anos acabou agindo feito um adolescente: fugiu.
Na hora não havia pensado muito sobre onde iria, apenas permitiu que seus pés o levassem por aí. Quando percebeu, já tinha apertado a campainha da esverdeada, ansioso por sentir o aroma da ômega pairando em seu nariz. Só quando afundou o rosto contra o pescoço delicado conseguiu recuperar um pouco dos pensamentos caóticos.
Estar abraçado á ela era recuperar a alma.
Não sabia como, mas acabou revelando seu passado. Falar sobre este episódio deveria lhe causar desconforto ou mesmo vergonha por expor um lado tão deplorável e frágil de si mesmo para ela.
Surprendentemente, não foi assim.
O alívio que envolveu sua alma era grande demais para colocar em palavras. Uma mordaça que não percebeu existir foi arrancada, deixando o ar entrar e conseguindo respirar novamente.
Inko o envolveu, Aizawa a abraçou com mais força instintivamente, podendo sentir que alguém estava lá para ele.
__ Sinto muito... não sei o que te dizer. __ a esverdeada o confortou incerta, como acalmar alguém que parecia ter tido seu mundo quebrado?
__ Não... precisa dizer... nada. Obrigado. __ Aizawa respondeu ainda trêmulo, a respiração entrecortada.
__ Talvez o quê vou dizer seja bobo... mas não se culpe. Você foi tão vítima quanto ele. __ Inko murmurrou dando leves tapas nas costas musculosas.
__ Se eu não tivesse sido tão confiante... ou chamado reforços! __ Aizawa respondeu, sua voz traindo a dor que experimentava naquele instante.
A matriarca não retrucou a princípio, pensando na reação do moreno. O alfa estava completamente preso no "e se". A ômega conseguia entender esse sentimento.
A impotência, perda, desamparo. Carregar a responsabilidade por algo causado pelos outros contra sua vontade. O medo de enfrentar o julgamento das pessoas. Era um fardo pesado demais para qualquer pessoa.
Como consolar? Existia palavras capazes de curar isso?
__ Posso te fazer uma pergunta pessoal? __ Inko falou após deliberar por um tempo.
__ Uhum. __ Aizawa concordou, ainda tentando recuperar a fala.
__ Se você tivesse morrido no lugar do Oboro, o culparia? __ a esverdeada sussurrou baixo.
Aizawa saltou dos seus braços, totalmente perplexo.
__ Jamais! __ a voz alta não tinha nenhum traço exitante.
__ Não acha que Oboro pensaria a mesma coisa? Tanto ele quanto você não tinham como saber as intenções daquele bandido, então o quê mais poderiam fazer? __ Inko perguntou acariciando a bochecha do homem, enternecida com a vulnerabilidade mostrada nos olhos escuros.
__ Talvez... se pudesse.... __ Shota tentou argumentar, contudo já não tinha mais certeza.
Ele realmente poderia ter feito mais? Não tinha feito seu máximo naquele dia? Restava algo para tentar?
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Segredos de um Herói.
FanfictionA vida é uma comédia! Mas Midoriya não conseguiu achar graça. Nascido numa sociedade onde cada um já nasce com um papel a desempenhar, Izuku não nutria grandes esperanças de alcançar um lugar ao sol. Tudo muda quando é escolhido pelo número 1 para...