(39) Meu?

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Bakugou não conseguia se reconhecer neste momento, por que agia como um maldito grudento? Por que não conseguia se afastar de uma vez? Essas perguntas o perseguiu quase o dia todo, atormentando sem parar.

Entretanto, bastou um minuto para esquecer todas as dúvidas quando viu Midoriya tocando o arroxeado. Nunca seria capaz de explicar o sentimento de medo e perda que teve naquele instante. Seu corpo entrou em modo de batalha quase automático, a necessidade de exterminar o verme pálido foi tão forte que por muito pouco não conseguiu se conter. Esperou paciente até que finalmente conseguiu abordar Izuku sozinho.

Não conseguia esperar ou planejar qualquer coisa, precisava dele e ponto final! Era seu, droga. Odiava admitir, mas tinha se tornado dele também. Tudo que precisava fazer no momento era amarrá-lo á si mesmo e garantir que ninguém pudesse levá-lo embora, derrotaria qualquer um que fosse necessário! Sem refletir muito, quando percebeu havia abraçado o corpo mais baixo e pressionado contra si ansioso para fundir ambos corpos num só. Fez perguntas diretas, ficando animado quando Deku admitiu não estar interessado em ninguém no momento. 

Então ainda existia uma chance real no fim das contas!

Aproveitando do estado atordoado do esverdeado, abriu a porta do quarto alheio e o empurrou delicadamente para dentro. Fechou a porta com o pé, sem qualquer intenção de soltar o outro. 

__ Você não vai dizer nada? __ perguntou Bakugou conduzindo Midoriya até a cama, onde o empurrou sem força contra a cama.

__ E-eu... v-voc-cê... lá... quê???__ Deku perguntou desnorteado, devia ter tido algum tipo de alucinação auditiva!

__ Você. Namore comigo. Juntos. __ Bakugou repetiu enfatizando cada palavra, lutando para esconder seu constrangimento.

__ N-nós? Vo-você quer dizer... namorar tipo...?__ Izuku não ousou completar a frase, isso era um sonho? Assombrado, sentou rapidamente na borda da cama, atento ao explosivo.

__ Como tipo? Você não sabe como se namora? __ Katsuki provocou. Era divertido ver Izuku tão constrangido quanto si mesmo, dava vontade de brincar ainda mais.

__ Se não souber, posso te ensinar... __ Kacchan se aproximou devagar, fechando a distância entre eles. Midoriya ficou sem reação, seus olhos verdes tão brilhantes que Bakugou sentiu seu impulso aumentar, porra, porque ele ficava mais fofo cada vez que o olhava? 

__ E-eu sei como se namora! __ Deku tentou retorquir com voz baixa, seu corpo estremecendo.

__ Então me diga, como é? Mostre como faz. __ desafiou o loiro se inclinando para Midoriya, pairando sobre ele cara-a-cara sem deixar nenhum espaço para fuga, seus olhos rubis confrontando os esmeraldas.

Izuku não conseguiu responder, qualquer resistência foi subjugada pela sensação de desejo e expectativa. Ele era apenas humano, no fim das contas. Quem não cederia diante de algo que desejou por quase toda a vida? Esse alfa foi a pessoa que ele mais gostou, mesmo diante de tantas lembranças ruins. Nesse instante Kacchan oferecia seus sonhos mais secretos prontos para serem realizados.

Contudo, Deku não podia falar sim. Bakugou estava propondo uma relação para o beta, alguém que ele acreditou existir desde a infância. Ele continuaria tão tranquilo se soubesse que este beta era uma ilusão? Se descobrisse quem estava na sua frente, o desafiando e lutando lado-a-lado era um ômega? O orgulho dele conseguiria lidar com isto?

Izuku fechou os olhos na tentativa de resistir ao canto da sereia, precisando colocar as idéias em ordem. Vale á pena arriscar tudo, realmente?

Naquele momento, Midoriya entendeu o dilema de Kaminari. Era assustador e frustrante estar diante do quê deseja, mas não poder tocar.

Segredos de um Herói.Where stories live. Discover now