Capítulo quarenta e seis

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Capítulo quarenta e seis: Ele sabe.

CARRIE

— Sim, eles são os hologramas.

Minha mente trava. Eu sabia que tinha algo de errado com os hologramas. Avisei a Nick para não confiar na Julie.

— Não faz sentido. Se são da mesma idade do meu pai e... Era isso o que veio me falar outro dia? — lembro da sua visita esquisita. — Você me disse algo sobre farsa.

— Boa memória. — ele coça a cabeça sem graça. Nick me acha burra. Apenas me faço. Sou uma pessoa observadora. — Eu perguntei o que você faria, se descobrisse, que algo que lhe inspirava fosse uma farsa. — o garoto se aproxima. Me desvencilho.

— Sinceramente, não estou entendendo onde quer chegar. Primeiro diz que precisamos falar sobre a Julie, depois meu pai não é quem diz que é e ai está me dizendo que Trevor se chama Bobby e pode ter tido uma banda com os hologramas da Julie, o que seria tecnicamente impossível considerando a aparência dos garotos e... — minha expressão facial murcha a cada palavra referida em voz alta. Por que parece loucura demais? Nada é loucura.

Como chamamos quando começamos a nos tocar da realidade? Ah é! A ficha.

Quando nossa ficha costuma cair, chegamos ao auge da dura e verdadeira realidade. É sinal da frustação batendo na porta.

Me mantenho paralisada. Meus olhos alternam entre o chão e as íris verdes e preocupadas de Nick. Meu cérebro realmente está tentando processar as informações dos hologramas serem pessoas da época do meu pai. Mas acima de tudo é: Meu pai esteve em uma banda e nunca me disse? Ele se chamava Bobby? Que tipo de Farsa ele é?

— Carrie? — Acho que Nick está me chamando. Estou perdida demais em meus devaneios para responde-lo. — Carrie? — mais uma vez. Percebo que está prestes a se aproximar, dou um passo para trás e fecho os olhos brevemente.

— Por favor, me explica. Sem perguntas retóricas idiotas ou mistério. Apenas me diz a verdade! — sinto uma ardência nos olhos. Não! Forço o meu corpo a não me trair. Agora não. — Eu quero entender o que está acontecendo e do que você está falando! — meu tom de voz é alto o bastante para deixar Nick assustado.

Um pânico invade meu peito. Estou com medo do que tem para me dizer. Sei que Nick não teria motivos para mentir ou inventar alguma história para me desestabilizar.

Já me senti assim antes. Eu lembro, o que é engraçado. É a mesma angustia.

O mundo está desabando e com a pouca força que você tem, tenta mantê-lo.

Meu mundo perfeito não pode desabar. De novo não. Passar por outro processo de superação é algo que não pretendo.

É quase inevitável. Nossa intuição nem sempre falha e quando a bomba explode, você se sente uma pessoa idiota. Porque antes havia sinais, mas não quis enxerga-los.

Sinais. Eu sempre tive sinais e ignorei-os.

Flashback

— Julie! — bato o armário azul e corro pelo corredor da escola. — Por que não foi ontem? — alcanço minha amiga e a puxo.

Remember [Juke]Where stories live. Discover now