Remember [Juke]

Capítulo dezesseis

Capítulo dezesseis: Quando o sino toca.

2020

NICK

— Nick? — minha mãe grita, meio na dúvida, do andar de cima.

— Sou eu! — grito de volta, avisando que cheguei.

As aulas de hoje passaram se arrastando e eu mal consegui prestar atenção em alguma delas.

Meus pensamentos andam confusos e perturbados. Tenho sentido dores de cabeça e mal consigo dormir com a sequência de pesadelos que ando tendo.

São pesadelos repetitivos, onde há um lugar escuro e uma sequência de gritos. Isso tem me perseguido de forma assustadora.

Não tenho muita consciência do que isso possa significar, mas sei exatamente quando começou.

Flashback - Continuação do último ep da série (09).

— Quem é você? Como fez isso? — pergunto assustado para o homem esquisito a minha frente. Ele dá um passo em minha direção e me vejo encurralado na parede.

— Que falta de educação a minha, corpóreo. — ele estende a mão. — Sou Caleb.

Dispenso o aperto de mão e continuo recuado na parede. O que está acontecendo? Esse homem... tinha uma fumaça roxa e...

— Como... como fez aquilo?

— Te possuir? — ele diz entediado. — Ah é algo bem fácil. Se eu te contar algumas coisas sobre o que posso fazer, temos um acordo?

— Que acordo? — fico confuso.

—  Você vai precisar se aproximar dos meninos da banda de Julie.

— O que? Por que? Meu deus! Quem é você?

— Garoto, não está em posição de questionar. Apenas faça o que eu mando. Se aproxime dos hologramas da Julie!

— Eles não moram são daqui. Não estou entendendo nada! Como faço isso? — ainda estou me tremendo e assustado

— Confia em mim. Esbarrará com algum deles em breve. — Caleb insiste em estender sua mão. — Estamos de acordo?

— Por qual motivo devo aceitar fazer isso? E por que?

— Sua família ficará segura. Sabe do que sou capaz se não cumprir. — ele sorri de forma quase maliciosa.

Meio hesitante, aperto sua mão. Sinto algo estranho percorrer pelo meu corpo e não consigo entender o que aconteceu, pois no minuto seguinte, o homem desaparece.

Fim do flashback.

Subo para meu quarto e jogo minha mochila em um canto qualquer. Ando de um lado para outro pensativo com tudo que está acontecendo. Estou de saco cheio!

— Nicolas!

O homem, o qual eu odeio, novamente aparece sentado no canto do meu quarto. Sua postura é sempre a mesma: soberba. Ele me dá arrepios.

Caleb me fez algumas visitas e a única vez que pude ver um sorriso satisfeito, foi quando te contei que falei com Luke.

— Já falei duzentas vezes que é Nick. — digo impaciente.

— Nick é sem sal. Prefiro Nicolas. — ele sorri de forma debochada.

— O que você quer? Veio me contar mais histórias de fantasma? — debocho.