Remember [Juke]

Capítulo dezessete

Capítulo dezessete: I am who I'm meant to be.

(Eu sou quem eu deveria ser)

1995

— Luke, eu posso explicar!

Ele balança a cabeça negando e passa por mim. Agarro seu braço fazendo o parar imediatamente.

— Você não me deve satisfação de nada, Julie.

— Sinto a necessidade de te explicar. — tento novamente entrar no seu caminho quando está prestes a ir embora.

Willie coça a garganta e passa por nós meio sem graça. Ele se senta ao fundo do estabelecimento, enquanto insisto em me explicar para Luke.

— Julie, não namoramos. Você não me deve satisfação. — sua voz mostra uma certa irritação.

Bufo e cruzo os braços.

— Por que está tão irritado então?

Luke arqueia as sobrancelhas e fica surpreso com meu tom de voz. Ele não esperava que eu fosse questiona-lo.

— Por que? Porque ontem estávamos sentados ali e tudo estava indo muito bem. — ele aponta para uma das mesas. — Até que eu só fui pagar a conta e ai me você some por um dia inteiro. — suas veias do pescoço ressaltam. — Agora aparece querendo que eu te escute? Achei que estávamos nos dando bem. — Luke diz a última frase diminuindo o tom de voz.

— E estamos nos dando bem. — acrescento. Novamente entro na frente de Luke quando tenta desviar e sair. — Me deixa explicar. Por favor. — suplico.

Luke me encara por alguns segundos e vê que não tem opção a não ser me escutar.

— Ok, então explique! — ele desisti de fugir.

Respiro fundo e tento pensar em alguma coisa que não me comprometa. Contar a Luke que fui a Vegas não é opção. Pegou muito mal eu ter saído de repente com Willie. Que droga!

— Eu... e-eu... — gaguejo e coço a testa meio nervosa. — É que... — olho para ele e vejo sua concentração toda voltada para mim.

O silêncio que pairou entre nós foi uma resposta. Não era para ser, mas foi.

Eu quero falar algo. Eu preciso. Só não consigo.

— Foi o que eu pensei. — Luke passa por mim irritado e sem mais e menos, acabo deixando algumas lágrimas caírem.

— Luke, volta aqui. — choramingo.

Ele sai pela porta sem nem olhar para trás e quando penso em segui-lo, Willie me impede.

— Julie, deixa.

— Não! — deixo as lágrimas caírem. — Não posso deixa-lo ir... — Willie me abraça.

Os únicos clientes presente me encaram de maneira estranha. Claro que estão me olhando feio. Ninguém entende nada do que está acontecendo.

— Luke vai ficar bem. Dá um tempo para ele.

— Preciso me ajeitar. — seco algumas lágrimas do meu rosto. — Minha entrevista de emprego começa já. — Willie concorda comigo e me solta.

— Eu vou reservar uma diária no hotel do final da rua. Precisa buscar suas coisas. — ele me lembra.

Minha cabeça dói e a vontade de chorar até desidratar é maior. Eu vi sua cara de decepção e nunca havia visto ele desse jeito comigo.

Eu e o Luke já brigamos, mas estar na posição de quem o magoou é difícil. Na verdade, eu e Luke fantasma brigamos. Ainda sim, é doloroso.