˗ˏ ELEVEN.

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A disputa tava acirrada pra cacete; eu tinha ganhado três jogos e Wakasa três, nossos braços estavam lotados de bichos de pelúcia diferentes e ridiculamente coloridos enquanto andávamos em busca da porra do jogo que desempataria o placar e me leva...

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A disputa tava acirrada pra cacete; eu tinha ganhado três jogos e Wakasa três, nossos braços estavam lotados de bichos de pelúcia diferentes e ridiculamente coloridos enquanto andávamos em busca da porra do jogo que desempataria o placar e me levaria a vitória e finalmente a dar umas boas porradas na cara desse sonso do caralho. Wakasa se manteve estranhamente silencioso o tempo inteiro, e não sabia dizer se eu gostava muito disso, dava um ar que ele tava planejando algo para me foder, e se tinha algo que eu odiava era a sensação de ter alguém tentava me foder!

-Acho mais fácil a gente tirar logo um pedra, papel ou tesoura pra ver quem ganhou logo. - eu resmunguei, ainda olhando puta para o elefante lilás que Wakasa tava segurando. O puto do velho não quis me dar aquela porra de elefante quando eu ganhei, mas deu pra Wakasa! Vai se fuder, só porque eu queria aquela pelúcia do caralho. Acho que o velho burro deve ter achado que esse loiro imbecil me daria o bicho, porque era um burro que provavelmente ainda acreditava em romantismo, algo que claramente nem existe mais nessa porra!

Wakasa seguiu me olhar para o bicho de pelúcia e deu uma risada, abrindo um sorriso malicioso e eu revirei os olhos, voltando a andar em busca do próximo jogo. Eu ia ficar melhor depois de meter umas porradas bem dadas nele, tenho certeza absoluta disso!

Abri a boca para dizer a Wakasa que ia surrar ele no tiro ao alvo, mas meus olhos se encontraram com os de alguém e eu gelei na hora que me dei conta de quem eram aqueles olhos azuis idênticos ao de Saori.

Eu deveria meter o pé dali, mas a verdade é que travei, não conseguindo ir embora quando minha mãe se aproximou, o cenho franzido para mim.

-Azumi. - ela chamou, arqueando a sobrancelha e torcendo o nariz. -Pelo seu estado, continua se envolvendo com porcarias. - ela suspirou, como se ela sequer ligasse para que merdas eu fazia! -O dinheiro já acabou?

-De que porra tá falando, hein? - eu queria gritar. Minha mãe riu.

-Quero saber quanto tempo mais vai demorar até a barra apertar e você voltar correndo pra casa.- ela disse, dando de ombros. Mas que porra! -Mas por mim, pode continuar com esse seu drama.

Drama? Drama?! Ela caga pra mim e pra Saori e a porra da dramática sou eu?! Ela fez eu me sentir um lixo de ser humano, inválida pra um caralho, a porra da minha vida inteira, mas é sempre assim, sou sempre eu que tô errada pra um caralho nessa porra!

Meus olhos arderam por conta de toda a raiva que eu tava sentindo naquele momento enquanto encarava a vadia da minha mãe, e eu queria meter uma porrada nela, mas sabia que jamais conseguiria. Se eu era uma vadia louca e muito fodida psicologicamente, a culpa era toda dela!

Acho que talvez Wakasa tenha percebido o como a situação entre eu e minha mãe era uma merda e o como isso me afetava, porque se meteu, como se ele sequer se importasse o suficiente.

-Ei, Azumi, acho que a gente deveria ir indo, você ainda tá me devendo um jogo. - ele disse dando um meio sorriso para mim. Minha mãe olhou de mim para ele, arqueando a sobrancelha.

-Quando parar com essa idiotice, volte para casa com Saori. Talvez, quem sabe, eu não te aceite quando você voltar rastejando.- minha mãe disse antes de sorrir, dar as costas, e ir embora.

Ela nem mesmo perguntou se eu tô bem. Ou se Saori tá bem.

Me chamam de egoísta, mas é porque não conhecem a puta da minha mãe.

Nem mesmo me dei conta que estava caminhando, tremendo de tanta raiva. Só sei que acabei caindo em uma cadeira diante de uma mesa, grudando a bochecha contra a madeira e piscando os olhos com irritação para não chorar, porque já tinha sido muito humilhante tudo isso, tudo o que menos precisava era chorar na frente de um putinho da Black Dragons.

Achei que Wakasa tivesse ido embora, mas ele me seguiu, se sentando na minha frente e me olhando com cautela demais. Quis enfiar meu urso rosa na goela dele, mas não tinha forças para fazer qualquer coisa que não fitar aqueles olhos roxos.

Até que os olhos de Wakasa eram bonitos, nunca tinha reparado porque nunca olhei com atenção demais já que a expressão de tédio dele me irritava pra uma porra. Era um roxo claro, um pouco mais claro que o meu cabelo. Acho que nunca vi olhos como os de Wakasa, e não falo só por causa sa cor, mas sim porque eles parecem afiados demais para alguém que sempre anda com cara de tédio. É como se nada pudesse passar despercebido por Wakasa, e isso é meio irritante, sinceramente.

-Toma.- ele disse, me estendendo o elefante lilás. Eu abri a boca para mandar ele engolir aquele bicho, mas Wakasa enfiou ele contra meu peito com força, não me dando outra escolha que não aceitar. E eu aceitei, talvez um pouco surpresa. -Pode ficar com ele, é seu.

Por um instante, apenas observei o bicho nas minhas mãos antes de voltar a olhar Wakasa, arqueando a sobrancelha para ele.

-Sabe que um bicho de pelúcia não vai me impedir de te dar umas porradas, né?- eu disse e Wakasa riu, dando de ombros e jogando a cabeça para trás. Ele parecia relaxado, até demais para o meu gosto, gostava mais quando as pessoas estavam irritadas comigo querendo me dar porrada ou com tanto medo ao ponto de se mijarem completamente. Mas eu apenas suspirei. -Obrigada.

Wakasa abriu um largo sorriso para mim.

-O que é isso, o passarinho sabe agradecer?- ele zombou e eu ergui o dedo do meio para ele antes de atirar meu dragão de pelúcia nele, e ele o pegou com facilidade. Wakasa o analisou por um tempo, sorrindo, antes de me estender de volta, mas balancei a cabeça.

-Um dragãozinho de merda para outro dragãozinho de merda!- eu zombei e Wakasa riu antes de deixar o bicho no seu colo.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas nos encarando. Apesar da clara guerra entre nós dois que certamente não acabaria nem tão cedo, nenhum de nós parecia muito afim de brigar ainda mais do que já tínhamos brigado hoje, ainda mais depois do que tinha rolado com a puta da minha mãe. E eu tava cansada, sinceramente. Não tava afim de cair na porrada com ninguém, esse era o efeito que minha mãe tinha em mim, sugava toda a porra da minha felicidade como um maldito dementador!

-Vamos logo.- Wakasa disse, levantando, e eu franzi o cenho para ele. Ele sorriu. -Me paga um lanche e eu te deixo terminar o dia sem uma porrada.

Eu dei uma risada sarcástica para ele.

-Se esse for o caso, você deveria me comprar dois lanches, quatro batatas fritas com cheddar e duas coca cola, seu puto. - eu disse e ele riu.

-Então tá, já sei qual vai ser o último jogo. Se você conseguir comer tudo o que eu comprar, então você ganha.- ele disse com um sorriso e eu ri.

-Você vai se arrepender de ter me subestimado!

-Você vai se arrepender de ter me subestimado!

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Black Goshawk • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora