˗ˏ ONE.

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Não é muito fácil me tirar do sério porque, sendo bem sincera, eu tô é pouco me fodendo para tudo e todos

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Não é muito fácil me tirar do sério porque, sendo bem sincera, eu tô é pouco me fodendo para tudo e todos. Mas era impressionante o como garotos se achando superiores só pelo fato de serem a porra de um macho conseguia me tirar completamente do sério. Porra, cara. Não vem me falar que eu não aguentaria nem cinco minutos de porradaria e depois ficar chorando porque quebrei seu nariz! É patético pra um caralho, e, sinceramente, tava cansada de gente patética. O foda é que só ando encontrando isso ultimamente: gangues de merda se achando as gangues mais fodas do Japão.

-Chega, Azumi. Você já provou seu ponto, tenho certeza que entenderam. - Saori disse, mas não se mexeu de onde estava para me parar, motivo pelo qual continuei a descer meu punho contra o nariz daquele garoto que gritava, gritava e gritava sem parar, um grito tão esganiçado que estava fazendo meus ouvidos doerem. Porra, que muleque exagerado do caralho!

Larguei a camiseta dele, dando um chute forte em seu rosto com a sola da minha bota, o fazendo apagar na hora.

-Ei, vadia do caralho!- um desgraçado gritou, descendo um taco de basebol na minha direção. Eu apenas desviei e ele acertou a parede de tijolos logo atrás de mim.

Com um suspiro, estiquei minha perna alto o suficiente para atingir o maxilar dele com meu pé, o que o fez gritar e largar o taco. Minha irmã não demorou muito antes de pegar o taco e o girar em suas mãos, voltando a se encostar na parede. Ela arqueou a sobrancelha para mim, uma mecha de cabelo pink caindo nos olhos azuis. Eu ergui o dedo do meio para ela antes de focar no idiota que me xingava de todos os nomes possíveis e imagináveis.

-Já acabou?- eu suspirei entediada e o cara me lançou um olhar que prometia uma morte lenta e dolorosa. Mas eu já estava muito bem acostumada com olhares como aquele, então estava simplesmente cagando.

O idiota tentou me dar um soco, mas foi previsível demais em onde me atacaria: no rosto, como sempre. Não foi difícil me esquivar, então ele acertou com toda sua força a parede atrás de mim, soltando um grito de dor quando seus dedos se chocaram contra os tijolos. Acabei dando uma gargalhada. Meu Deus, que imbecil da porra!

Agarrei os cabelos loiros daquele garoto, descendo o rosto dele de encontro com meu joelho antes de dar um murro muito bem dado em seu estômago. Ele arfou e eu o larguei no chão. Outro frouxo do caralho que ficou completamente apagado depois de alguns golpes.

Me virei para Saori, estendendo os braços de forma animada para ela e sorrindo. Minha irmã mais nova e minha vice capitã revirou os olhos para mim, parecendo bem perto de usar aquele taco para bater na minha cabeça antes de dar as costas e arrastar os pés para fora do beco. Eu dei um suspiro dramático para ela antes de a seguir, jogando a cabeça para trás e ajeitando meus cabelos lilases.

-Que saco, Azumi. - Saori resmungou, atirando o taco dentro da lata de lixo. -Não precisava surrar os cinco.

-Como não? Eles me provocaram, foi merecido. - falei dando de ombros e pegando um cigarro no meu bolso, o levando em direção aos meus lábios e acendendo. Saori deu um tapa na minha mão, me fazendo derrubar o cigarro na calçada e eu dei um gritinho quando ela pisou nele com força. -Sua filha da puta!

-Verdade, nossa mãe é mesmo uma puta. Mas você parece que gosta de causar só pra chamar a atenção dela. Porque?- Saori disse, arqueando a sobrancelha para mim. Revirei os olhos para ela, com vontade de dar um chute no cú de Saori.

-Ah, vá te a merda. - eu falei revirando os olhos mais ainda e dando as costas para Saori, contando as notas de dinheiro que tinha roubado da carteira de algum dos imbecis lá atrás. Bom, pelo menos ia dar pra comprar um lanche com aquela merreca.

-Onde você vai?- ela gritou, logo atrás de mim. Apenas olhei para ela por cima do ombro, arqueando a sobrancelha para ela.

-Onde você acha, caralho? Não me chamam de desvairada atoa, eu tô indo arrumar mais briga por aí. - zombei só para irrita-la, mesmo que provavelmente eu fosse mesmo acabar arrumando um outra briga por aí.

-Azumi, porra! Tem reunião hoje, caralho!- ela gritou mas eu apenas estiquei minha mão para dar um tchauzinho para Saori.

Tirei outro cigarro do bolso e o acendi enquanto caminhava pelas ruas. Claro que algumas pessoas pararam para me olhar com aquela imensa cara de cú, se pelo roxo na minha bochecha que ganhei semana passada, pelo cabelo lilás ou pela jaqueta com o açor, um claro símbolo de gangue, já nem sei mais dizer.

Sinceramente, que todo mundo fosse lá pra puta que pariu e fosse se fuder, se fuder pra caralho! Eu tô é cagando.

Não tenho tempo e nem vontade de me importar com alguém que não eu mesma. Ah, isso foi algo que meus pais me ensinaram com maestria! Só me importar a porra do meu próprio rabo e os outros que se fodam.

Claro que isso não vale para meus companheiros de gangue. São os únicos com quem realmente me importo, os únicos com quem demonstro sentimentos de verdade, mesmo que...

Bem, mesmo que seja difícil pra caralho. Afinal de contas, como você demonstra sentimentos se você nunca aprendeu o que é isso?

Mas pelo menos eu tinha uma família de verdade, e essa família é a Black Goshawk. E lógico, tinha uma puta vantagem: tinha pessoas incríveis pra sentar porrada nos outros junto comigo! E, no fim, era isso que importava.

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Black Goshawk • Tokyo RevengersWhere stories live. Discover now