Mais um dia

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Gente, capítulo menor hoje! Não sei se consigo voltar amanhã, mas farei o possível! Afinal, a saga da autora que faz parte do proletariado continua.

Espero que gostem!

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Assim que a ligação chegou ao fim, Rosamaria soltou um suspiro alto, se jogando de costas no colchão duro. Deixou seus braços abertos, não se importando que o celular havia escapado de seus dedos quando ela deitou. Fechou os olhos, respirou fundo, e tentou controlar as batidas erráticas do seu coração.

Ainda conseguia ouvir a risada de Gattaz que ela havia dado enquanto desejava boa noite e desligava o telefone. Se mantivesse o silêncio, podia até ouvir a respiração da outra mulher. Se deixasse sua mente vagar um pouco mais, podia até imaginar que ela estava ali com ela, deitada ao seu lado como fizeram durante quase o ano todo como convocadas da seleção.

Era difícil ainda acreditar que elas haviam conversado e que Rosa já não precisava mais ter medo de falar sobre a real natureza de seus sentimentos. Não que ela fosse a pessoa mais aberta sobre seus sentimentos do mundo, mas era bom saber que não precisaria se filtrar caso quisesse dizer certas coisas.

A saudade de repente bateu mais forte do que quando estava falando ao telefone com Gattaz, e Rosa decidiu tentar espantar esse sentimento ruim com alguma distração. Já era tarde e ela estava com sono, mas sabia que não ia conseguir dormir enquanto seu coração estivesse batendo tão forte. Pensou em ligar a TV do apartamento e tentar achar algo para assistir, mas, como sempre, acabou navegando nas redes sociais.

Foi passando pelo Instagram que viu que Ariele havia postado uma foto faziam poucos minutos, então decidiu arriscar e mandar uma mensagem para saber se a mulher ainda estava acordada. Elas ainda se falavam e eram amigas, mas desde que Rosamaria foi jogar na Europa as conversas já não eram tão frequentes, então uma mensagem aleatória em um dia qualquer deve ter atraído a atenção da outra o suficiente para que ela decidisse ligar ao invés de responder à mensagem. Rosa quase recusou a ligação, mas foi ela que foi atrás para que pudessem conversar e não iria amarelar.

- Oi, - disse, tentando manter o nervosismo fora de sua voz.

- Oi, Rosamaria! A que devo a honra de ter me mandado mensagem?

Ariele nunca foi do tipo de dançar em volta de um assunto, muito menos de enrolar para falar algo, um traço que Rosa também tinha, então ela não estava surpresa pela amiga ter ido direto ao ponto. Porém, se Ari não era de postergar o assunto, Rosa também não era, e nada melhor do que arrancar o band-aid de uma vez só.

- Preciso falar contigo sobre uma coisa.

- Eu imaginei, - Ari riu. – Você não me manda mensagem do nada desse jeito.

Rosamaria se lembrou, do nada, das vezes que as duas viravam a noite conversando no auge de sua amizade, ou como sempre havia uma mensagem de Ari no seu celular, ou como elas faziam tudo juntas em determinado momento. Viagens, compras, festas. Aonde uma ia, era normal a outra estar junto. E agora, apesar de ainda manterem o carinho, Rosa mal podia se lembrar da última vez que conversaram.

Se sentiu mal por isso, é claro, mas também não era unicamente sua obrigação de tentar manter a amizade ativa.

- Tenho uma coisa para te contar, - falou com a voz calma, mas sentindo um turbilhão de emoções dentro de si.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa?

- Eu não sei como dizer isso. – Rosamaria suspirou, fechou os olhos, e tentou encontrar as palavras certas para dizer o que precisava.

Life Goes OnWhere stories live. Discover now