Confissões

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Eu adoro que tá todo mundo implorando para os dias de glória da Gattaz começarem, mas eu gostaria de lembrar todo mundo que paciência é uma virtude hahahaha.

Espero que gostem!

*_______________*________________*

- Caroline.

A voz sozinha não teria sido o suficiente para chamar sua atenção, mas era impossível ignorar os cutucões fortes e incessantes em seu ombro. Com um grunhido, Gattaz virou a cabeça para o lado de onde tinha ouvido a voz de Rosa, mas não teve força o suficiente para abrir os olhos.

- Hm?

- Acorda.

Gattaz tentou bufar como se achasse um absurdo o que estava ouvindo, mas só conseguiu um pequeno som que mais parecia um suspiro. - Eu não tô dormindo, - afirmou com a voz grogue de sono.

- Claro que não, - Rosamaria zombou e, de repente, os cutucões viraram um empurrão. - É sério, acorda. Eu tenho notícias.

Por conta da força do empurrão, Gattaz teve que usar o reflexo para se segurar na cadeira (não que ela fosse cair, mas era a impressão que teve em seu estado sonolento). Com uma careta em direção à Rosa, a central se arrumou na cadeira de plástico desconfortável, empurrando para o lado a mochila que estava servindo de apoio para a cabeça. Rosamaria parecia inabalada pela olhada que recebeu, parada na frente da mulher mais velha com as mãos na cintura e uma sobrancelha arqueada como se estivesse esperando a horas para que a outra acordasse.

- Que notícias?

A pergunta de Carol imediatamente desfez a carranca de Rosa, que não conseguiu conter o sorriso ao levantar uma das mãos para mostrar um pedaço de papel que estava segurando. - Eu tenho minha passagem.

Os olhos de Gattaz se arregalaram e ela quase pulou da cadeira para agradecer aos céus por aquela novela ter finalmente chego ao fim. No entanto, só o que fez foi levar as mãos até a boca em um gesto de surpresa debochada. - Meu Deus... Será que eu tô dormindo ainda?

- Não. Você não está sonhando. – Rosamaria revirou os olhos e praticamente se jogou na cadeira ao lado de Gattaz, dando um suspiro de alívio tão alto que fez a central dar uma risada breve. – Nem eu acredito nisso.

- Quando sai o voo? – Gattaz questionou depois de estender a mão para apertar o joelho de Rosa.

A perna da oposta se mexeu por reflexo com o aperto, e ela logo empurrou a mão de Gattaz para longe. - Daqui duas horas.

Apesar de estar feliz pela amiga ter conseguido resolver seu problema depois de tanta luta e pela dor de cabeça ter chego ao fim, Gattaz não pode deixar de se sentir um pouco triste por saber que, em duas horas, Rosa estaria indo embora de vez. Elas não tinham plano algum de se ver por meses, e Gattaz já podia sentir um aperto no peito de saber que ficaria longe de Rosamaria por tanto tempo. Antes de ser convocada e ter a chance de conviver todos os dias com a mulher por quase um ano, Gattaz já havia aprendido a lidar com essa distância, mas, ao mesmo tempo, elas nunca foram tão próximas quanto se tornaram durante a última temporada com a seleção.

Quando voltaram de Tóquio e tiveram algumas semanas de folga antes da convocação para o Sul-Americano, Gattaz já pode sentir um pouco de como seria a saudade, como seria difícil lidar com aquilo mais do que achou que seria. Foi nessa época que ela começou a achar os motivos mais idiotas para ligar para Rosa. Foi também nesse período que ela finalmente, finalmente, admitiu para ela mesmo o que ela estava tentando esconder. Seus sentimentos por Rosa haviam mudado, meio que sem ela perceber, e de repente amizade não era a única coisa que ela sentia.

Life Goes OnWhere stories live. Discover now