Treize

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A casa estava vazia quando Charles acordou.

Ele esfregou os olhos e olhou ao redor, estranhando que ninguém o tinha acordado – principalmente Scarlet. Seu estômago fez um barulho estranho. Primeiro iria comer e depois procurar onde todos estavam.

Charles caminhou até a geladeira e viu um papel grudado nela, ele o tirou de lá e leu.

"Charles, fomos levar Scarlet ao hospital...

Seu coração parou por um segundo. Seus olhos não conseguiam ler o restante da frase. Antes que ele percebesse, seu corpo todo estava tremendo.

Isso não estava acontecendo. Não podia ser o que ele estava pensando.

Ele não conseguia pensar direito enquanto corria para fora da casa e em direção a um dos carros que estava na garagem. Charles não sabia como conseguiu colocar a chave, ligar o carro, tirá-lo da garagem e dirigir até o hospital.

Era como se seu corpo soubesse guiá-lo, mesmo que sua mente não.

Tudo que conseguia ver era ela. No hospital.

Uma parte de si tentou ser positiva enquanto ele dirigia a quase cem quilômetros na rua, mas ele não tinha tido nenhuma experiência boa no hospital depois do nascimento de Arthur. Todas as outras vezes levaram em....

Fazia apenas pouco mais de um ano da morte de seu pai, nem quatro da de Jules. Scarlet não podia se juntar a eles. Ele não podia perdê-la também. Não quando apenas a teve agora e nem por completo.

Estacionou o carro e correu para a recepção sem se importar com as pessoas ao seu redor, que o olhavam como se fosse um louco. Ele encostou no balcão e respirou fundo.

– Bom dia, como eu posso...

– Scarlet. Scarlet Vaillancourt. – ele disse quase sem fôlego – Por favor me diga que ela está aqui, que ela está bem. Eu preciso ir lá. Preciso vê-la.

A enfermeira o olhou com um pouco de pena e um pouco de preocupação. Ele não se importava.

– Senhor, eu não posso revelar informações de pacientes exceto para família. – ela explica e tenta o acalmar – Ela é sua família?

– Sim, claro que ela é. – Charles respondeu sem hesitar. Ela o olhou por um breve momento sem acreditar – Por favor...

Ela respirou fundo e começou a digitar em seu computador. Ela pegou um crachá e entregou para ele.

– Quarto 46-C... – ela respondeu e ele agradeceu (ou tentou) e foi em direção ao quarto.

Charles subiu dois andares de escada e passou por três corredores até chegar à porta de seu quarto.

Que estava aberta.

Isso não era um bom sinal.

Ele entrou no quarto. A cama estava feita e tudo estava organizado, como se ela já tivesse ido embora. Mas a enfermeira não o deixaria entrar se ela tivesse saído do hospital.

Ela não tinha saído do hospital.

O que significava...

Sua cabeça começou a girar e ele sentou na cama. Charles colocou a mão no rosto, tentando pensar em uma alternativa para o que já sabia ser verdade.

Ele ouviu um barulho e olhou para cima, a porta do banheiro estava abrindo. Charles levantou e olhou desacreditado quando Scarlet terminou de abrir a porta.

Ela estava aqui. Bem. Viva. A mesma figura que ele conhecia a tantos anos, não um fantasma.

Scarlet olhou confusa para ele, como se não esperasse que ele estivesse aqui. Ela estava usando uma de suas roupas normais e a única diferença nela era sua mão direita enfaixada.

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