Sept

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Um dia havia se passado e Scarlet não saiu de seu quarto desde então.

Quando chegou em casa, seguiu direto para o quarto sem olhar para ninguém. Todos ficaram confusos, e coube a Charles explicar o ocorrido.

Assim que ele terminou, Alexander correu para a habitação. Ele e a filha conversaram por longas horas até ele anunciar que ela tinha pego no sono.

Essa noite Charles dormiu no sofá. Sabia que podia ter entrado e deitado na cama sem acordar Scarlet mas não queria estragar seu dia mais do que já tinha.

Foi uma noite horrível. Sua mente estava à mil, com sua consciência o perseguindo constantemente.

Já passava das quatro da tarde e a porta do quarto de Scarlet continuava fechada. Clemence e Pascale tinham tentado duas vezes levar comida para a garota, mas ela se recusou a abrir a porta.

– Ela só precisa de um tempo sozinha, ela vai ficar bem. – Clemence assegurou o marido, acariciando suas costas.

Eles estavam todos sentados em uma mesa na área exterior da casa, na esperança que a "distância" incentivasse Scarlet a sair. Até o momento, não tinha funcionado.

– Ela não come há um dia. Ela precisa comer algo. – Alexander respondeu e passou a mão pelo rosto. Ele estava preocupado.

– Vamos dar alguns minutos e tentamos de novo, ok? – Pascale sugeriu e os dois concordaram, no entanto Charles ainda conseguia notar a expressão de medo do homem.

Charles olhou para a sacada do quarto. As janelas estavam fechadas, mas ele conseguia ver um feixe de luz. Scarlet estava acordada.

Então ele teve uma ideia. Uma ideia muito idiota e que em qualquer outro momento ele nunca se imaginaria fazendo.

– Eu já volto. – ele anunciou e levantou da mesa, agindo despreocupado ao caminhar para a cozinha.

Essa é a ideia mais imbecil que você já teve, ele repetia para si mesmo. Ela vai vê-lo e o matar.

Mas Charles era um homem teimoso. Quando colocava uma ideia na cabeça, não tinha quem tirasse.

Nem ele próprio.

Cinco minutos depois ele estava na porta do quarto. Ele hesitou por um momento, pensando em desistir. Mesmo assim, ele colocou a mão livre na maçaneta e abriu a porta.

Scarlet estava sentada de frente para a mesinha com as pernas cruzadas. Ela virou na sua direção na hora que ele abriu a porta. Ela parece bem, ele pensou. Tinha olheiras debaixo dos olhos, mas o cabelo não estava mais molhado e ela usava um novo pijama.

– O que é isso? – Scarlet perguntou apontando para o prato na mão de Charles. Ele olha na direção, como se tivesse esquecido que estava ali.

– Ovos fritos. – Charles explicou e balançou o prato.

Scarlet o encarou por um momento e depois para o prato, ponderando a ideia até aceitá-la.

– Fecha a porta. – ela pediu e voltou para a posição que estava.

Charles fez como pedido e foi até ela, colocando o prato e o talher na mesa. Scarlet os pegou na mesma hora sem nem olhar para ele. Ele olha para a mesa, onde um caderno e uma caneta estavam.

– Quem te ensinou a fazer isso, Perceval? Eu me recuso a acreditar que você aprendeu a fazer sozinho. – Scarlet diz entre mordidas, o fazendo rir.

– São ovos fritos, Alteza. Até o Arthur sabe fazê-los. – Charles retrucou enquanto ela acabava de comer. Scarlet não deixou de revirar os olhos.

Seven ThingsWhere stories live. Discover now