Capítulo 26

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Christian Grey

Respiro fundo antes de entrar na pequena loja, cheia de decorações românticas.

Hoje finalmente arranjei coragem e vou pedir Ana em namoro, oficialmente. Sei que é com ela que quero passar o resto da minha vida, mas vamos devagar. Um passo de cada vez.

Entro na loja e tudo me encanta. Sempre fui um bobo apaixonado, sempre gostei destas coisas de romantismo.

Todos os sábados à noite, levava Leila a jantar fora e lhe oferecia qualquer coisa. Ela ficava louca quando eu fazia isso, mesmo já sabendo que eu não ia parar.

Escolho alguns balões em formato de corações, compro umas velas em coração também e um urso escrito 'I Love You'. Achei tão fofo que não consegui resistir.

Acerto tudo e saio de volta para a minha casa. Hoje combinei com ela em a ir buscar à clínica, visto que ela tem estágio hoje até tarde.

Eu tinha fisioterapia hoje, mas desmarquei. Quero preparar tudo com calma. Amélia é minha irmã irão me ajudar. Vitória irá dormir na casa de Amélia.

Não sei o que vai acontecer depois do jantar e do pedido, mas seja o que for, que seja prazeroso, pelo menos para ela. Não a irei obrigar a nada que ela não queira.

Chego a casa e minha irmã já se encontra, sentada na sala vendo TV.

- Não há vida melhor que a de um estudante.

Falo entrando, carregando as sacolas. Ana e Nelson me disseram para eu não carregar pesos, mas eu claro, não estou cumprindo. Não é que as sacolas sejam pesadas, mas basta as minhas pernas falharem que eu posso cair e me magoar.

Sei que se Anastásia me visse a carregar estas sacolas, me mataria.

- Você é louco?

Mia fala, assim que olha para mim.

Ou Ana ou Mia. Até Vick me repreende. Estou fudido com estas mulheres.

Mia num salto se coloca ao meu lado, pegando nas sacolas e as colocando em cima da mesa de jantar, que fica na sala de estar.

- Estão leves, Mia. Não exagera.

- Eu não exagerar? Já viu se você se vai abaixo. Christian você não está está 100%, e teima em não usar a muleta.

Reviro os olhos.

- Se você caísse, adeus surpresa de Anastásia. Adeus sexo.

Ela quase grita. Deus, por que tive que ser eu logo a aturar estas mulheres malucas e dramáticas?

- Mas não me aconteceu nada.

Caminho até ela, com um pouco de dificuldade. Hoje fui à empresa, apesar de ter estado apenas na parte da manhã, a tratar de assuntos pendentes, fiquei cansado de estar sentado. Quando estava na cadeira, não me cansava tanto, nem tão rápido.

- Amélia deve de chegar não tarda. Mamãe já me avisou que já buscou Vitória da escola.

- Tão cedo?

- Ela quer aproveitar bem enquanto pode. Depois eu passo por lá para a buscar e levar para casa de Amélia.

- Se ela quiser ir.

- Meu querido irmão, aprende uma coisa. Ninguém me resiste.

Tive que gargalhar da cara que ela faz. Ela coloca a mão no peito como se tivesse ficado ofendida.

- Vamos despachar isto, quero descansar antes de ir buscar Ana.

Começamos pelos balões. Não eram muitos, porque depois andam por aí pela casa espalhados.

- Não acredito que Ana tem direito a um urso e eu não.

Minha irmã fala como se fosse um bebê fazendo birra. De braços cruzados e com um biquinho.

- Você parece mais criança que Eva ou Vitória. Mas se te faz ficar feliz, comprei este para você.

Tiro um ursinho de pelúcia da sacola que está mais afastada. Mia solta um grito. Esta garota só sabe gritar?

 Esta garota só sabe gritar?

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- Eu não acredito!

Ela tira o ursinho das minhas mãos, fica olhar para ele e depois o abraça, com os olhos marejados.

Assim que saí da loja, me deparei com este ursinho numa outra loja e vi que era a cara de Mia. Não pelo facto de ser de LGBT, mas sim porque Mia tinha um parecido quando era bebê e acabou por o perder numa ida ao parque com papai e mamãe.

- Você sabe que eu te amo, não é irmão?

Ela salta para cima de mim. Agradeço por estar sentado, senão teríamos caído os dois.

- Você é muito grachadora.

- Ele é lindo.

Fala olhando para o boneco, com os olhos brilhantes.

- Faz lembrar o Freddy.

Freddy foi o que ela perdeu.

- Vou chamar este de Teddy.

Ela sorri e abraça o urso mais uma vez.

- Vá, vamos voltar ao trabalho. Temos muito que fazer ainda.

Digo voltando a encher os balões. Assim que estão todos cheios, ajudo Mia a levar todos eles para o meu quarto.

Colocamos alguns pela cama, poucos pelo chão e até colocamos alguns no teto. Colocamos também as velas nos sítios, incluindo banheiro.

Um banho romântico, que não aceita?

Assim que damos por terminada essa parte da nossa tarefa, partimos para a cozinha. Amélia me falou que o prato favorito de Anastásia é estrogonofe de frango com arroz de legumes.

Não sou muito bom na cozinha, mas com a ajuda de Amélia, que chegou assim que estávamos a sair do meu quarto, e de Mia, irei ter um jantar digno para dar à minha (futura) namorada.

Perto das seis da tarde, saio de casa. Descansei um pouco. Pouco tempo depois de minha cunhada ter chegado, eu me retirei e deixei as mulheres na cozinha.

Meus nervos estão à flor da pele, mas não posso mostrar isso para Ana, ou a minha surpresa iria logo por água abaixo.

Assim que a vejo a passar pelas portas automáticas da clínica, saio do carro e vou ao seu encontro. Ela está linda. Usando um vestido soltinho verde e uma sandália castanha com um pouquinho de salto.

- Você está linda.

Eu a abraço e beijo o topo da sua cabeça. Seu perfume me acalma um pouco.

- Você também não está de se jogar fora.

Ela me analisa de alto abaixo. Estou usando umas calça jeans escuras e uma camisa azul claro e uns ténis brancos.

- Vamos? Tenho uma surpresa para você.

Digo sorrindo nervoso.

- Surpresa? Que surpresa?

- Se eu te contar, deixa de ser surpresa. Vamos bobinha.

Entramos no carro e assim que dou partido, os meus nervos me assombram mais. Respiro fundo várias vezes, mas sem deixar que Ana perceba.

- Bem, chegámos.

Paro o carro à frente da minha humilde casa.

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