Capítulo 9

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Anastásia Steele

Chego a casa e Kate está na sala com a minha afilhada e mais uma menina. Eva está dormindo, mas Kate e a menina olham na minha direção.

- Ah, oi Ana. Esta é a minha sobrinha, Vitória. É filha do meu cunhado. Falei com a sua prima e ela autorizou eu trazer ela.

- Claro, não se preocupe. Oi Vitória.

A pequena vem a correr até mim.

- Oi anjo. Você é muito bonita e se parece com um anjo, sabia?

Sorrio para ela.

- Vick deixa a Ana. - diz Kate, sorrindo também.

- Eu já vou sair. Só venho buscar aqui umas coisas e já vou para a clínica.

Peço licença e sigo para o meu quarto. Porque aquela menina me faz lembrar tanto alguém?

Pego no que preciso e saio do quarto. Me despeço delas e dou um beijinho em Eva, que sorri a dormir.

Entro no táxi, que entretanto chamei e sigo para a clínica. Chego lá com vinte minutos de antecedência, mas eu sempre fui assim.

Sempre gostei de estar no local mais cedo, e esperar pela pessoa, do que a pessoa esperar por mim. Nunca gostei de atrasos, ao contrário de Amélia, que sempre chega atrasada em tudo.

- Boa tarde, Dra, Steele, sou a enfermeira Luísa.

Me assusto com uma voz vindo atrás de mim. Me viro para a senhora. 

- Olá, boa tarde.

- O Dr. Martins, mandou te avisar que ele não virá hoje, mas que você vai ficar responsável por fszer os exercícios ao Sr. Grey e depois está dispensada.

- Eu? Sozinha? Não vou conseguir.

Penso alto. A enfermeira ri.

- Se o Doutor te deu essa responsabilidade é porque ele sabe que você vai conseguir, caso contrário não fazia isso. Mas se você precisar de ajuda em alguma coisa, pode sempre me chamar.

Sorrio para a senhora e concordo.

- Obrigada.

Ela acena para mim e sai. Visto o meu uniforme e o jaleco e saio do vestuário.

Entro na sala dos exercícios e os encaro. Hoje gostava de fazer algo diferente com ele.

Li a ficha de Christian e ele só ainda está na cadeira de rodas, por preguiça, pois os exames deles mostram que ele já podia estar a andar, sem o auxílio de alguém ou de alguma coisa.

Já sei! Vou o colocar a andar com o andarilho. É basicamente o mesmo que ele fez no exercício das barras.

Começo a preparar tudo que preciso e vinte muitos depois, ele chega. Ele olha na direção onde eu estou. Aceno e ele vem ao meu encontro.

- Boa tarde. 

- Boa tarde, Sr. Grey. Hoje serei apenas eu, o Dr. Martins, não pôde vir. Espero que não se importe.

- Não, claro que não. Confio em você.

Ele diz, me olhando.

- Tive a pensar em algum exercício que podíamos fazer e escolhi fazer com que você comece a andar com o andarilho.

- Sério?! Eu não tenho forças ainda.

- Você tem. Só precisa de ter mais confiança em si.

Mesmo a contra gosto, ele aceita fazer o exercício. Coloco o andarilho à sua frente. Ele segura no mesmo e, com alguma força se coloca de pé.

- Boa! Agora você só precisa de empurra o andarilho para a frente e dar os passos. E assim sucessivamente.

Ele bufa e revira os olhos, mas faz.

Já estou a ver que ele é daqueles homens teimosos. Coitada da mulher que ficar com ele.

Eu vou sempre o acompanhando atrás com a cadeira de rodas, para o caso as pernas falharem, ele ter onde se sentar.

Quase 10 minutos depois, a perna esquerda falha e ele cai sentado na cadeira. A sua respiração estáuoto acelerada.

Passo uma garrafa de água para ele. Ele agradece e bebe a água toda.

- Acho que já posso ir embora. Já fiz esforço para o resto da semana.

Ele diz divertido. Eu rio.

- Isso era o que você queria. Mas agora vamos para outro. Prometo que este vai ser mais tranquilo e você vai puder ficar sentado.

- Ah, ainda bem. Agradeço imenso.

Eu o levo até à zona onde tem algumas bolas. Elas servem tanto para fazer fisioterapia nas mãos como nas pernas.

- Vou coloca esta bola no meio das suas pernas e você, com cuidado e sem exagerar na força, vai levantar as pernas, sem.deixar cair a bola. Quantas vezes você deixar cair a bola, quantos minutos você vai trabalhar com o andarilho.

- Você é má!

Ele diz rindo.

Confesso que ele tem um sorriso lindo. Seus olhos não ficam muito atrás. Tudo nele é lindo. Claro, aquilo que é possível ver!

Então, coloco a bola no meio das suas pernas. Ele começa a fazer força para as levantar, e apertando a bola, para não a deixar cair. Sorrio com isso.

Ele é capaz de fazer isso cinco vezes, deixando a bola cair apenas uma vez.

- Nem foi assim tão mau, confesse lá.

Falo para ele, depois de dar por terminada a sessão.

- Você ainda consegue ser pior que Nelson.

- Obrigada pelo elogio. - falo irónica.

- Não agradeça por esse. Nem agradeça por aqueles que eu lhe for dando, pois estou falando apenas a verdade.

Sorrio envergonhada para ele. Não sei o que ele quis dizer com isso, mas pronto. É ignorar e pronto.

Depois de confirmar que Christian se foi embora, peguei nas minhas coisas e fui também.

Amélia não estava em casa, mas ela me informou que ia chegar tarde. Vadia, deixa sempre a filha aos meus cuidados para, certamente, ir transar.

Dispenso Kate, que agora estava sozinha. A mesma me informou que o pai da bebê a tinha vindo buscar.

Eva estava dormindo, mas como estava quase na hora dela mamar, decidi a acordar, para depois lhe dar banho e a colocar a descansar um pouco no seu berço.

Às vezes, gostava de ser bebê outra vez, e puder dormir quantas horas quiser...

Por volta das 9 da noite, Lia chega, com um grande sorriso no rosto. Não preciso de perguntar o porquê. Apenas lhe dei boa noite e fui me deitar.

Amanhã seria Sábado, mas teria que estudar e fazer compras para a casa.

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