Capítulo 18

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Christian Grey

Meses depois ...

Meu tratamento está indo muito bem. Já não sinto tanta dores, ao me colocar de pé e até já larguei a cadeira de rodas. Apenas quando tenho que fazer viagens mais longa, é que utilizo ela.

Minhas companheiras agora são duas muletas. Ao início eu não queria. Queria apenas um andarilho, mas claro, Anastásia não me deixou e ela própria comprou as muletas.

Vitória anda feliz. Sempre que podemos, vamos dar uma volta pelo parque, perto da nossa casa. De vez em quando, jogo à bola com ela e brinco com ela.

Ela mudou completamente, depois que eu comecei a usar as muletas.

Tem vezes que eu me sinto cansado. Ana tem sido paciente comigo e nesses dias, ela vem até aqui a casa, fazer a fisioterapia.

Bem, quanto a nós dois, somos grandes amigos. Não sei muito sobre ela, porque ela é meia fechada e não gosta de falar.

Eu não julgo. Eu confio demasiado nas pessoas, por isso conto tudo a todos.

Ana tem passado belos tempo aqui em casa, e eu na casa dela. Temos noite de pizza, uma vez por semana, com direito a filme. Brincamos de bonecas com Vick...

Sei lá, parecemos um casal.

Ah, não me façam a pergunta de 'Se eu gostava'.

Claro que sim, mas Ana ainda estuda e apesar de passar algum do seu tempo connosco, eu vejo que ela realmente se esforça.

Numa das nossas conversas, sobre o nosso passado, ela deixou escapar de sofreu demasiado.

Não tive coragem de perguntar quem, achei que me estava a entro meter na sua vida.

- Papai, paxa a boia!

Saio dos meus pensamentos com uma pequena macaquinha, me chamando. Chuto a bola em sua direção, me equilibrando nas muletas.

- Filha, vamos para casa. Está na hora do seu pãozinho.

Ela corre até a mim com a sua bola na mão.

- Podemos comer cocolate?

Minha filha é viciada em chocolate. Qualquer coisa que seja feita de chocolate, para ela, é vida.

- Se você se comportar.

Vamos lado a lado. Vick sempre a falar como é legal brincar com as crianças no parque.

Vitória, por muito pequenina que fosse, Valentina sempre brincava com ela e agora ela sente a falta disso.

Anastásia, sempre que vai lá a casa, fica a brincar com ela, até ela adormecer. Para uma criança ter uma noite bem dormida, tem que estar cansada.

Afinal, a médica é ela, né?

Assim que chegamos a casa, ela deixa a sua bola num canto da sala e corre para a cozinha.

- A bola é para arrumar, Vitória Grey.

Grito para ela. Sei que ela me ouviu, mas não respondeu.

Caminho até ao sofá, onde me permito sentar e descansar. Coloco as minhas pernas para cima e gemo de satisfação. Fecho os olhos.

- Vejo que alguém está cansado.

Me assusto com a voz de Anastásia. Abro os olhos e olho na direção de onde veio a sua voz.

Ela está linda. Com uma calça jeans, uma blusa de frio. Seus cabelos estão soltos. Seu rosto está mais rosado e seus lábios têm um sorriso que me faz sorrir também.

- Não sabia que estava aqui.

Ela caminha até ao sofá do outro lado e se senta.

- Eu te mandei mensagem, mesmo já sabendo que o senhor só utiliza o celular para fazer e receber chamadas, nada de mensagens.

Ela revira os olhos.

- Você me mandou mensagem? Eu não utilizo o celular apenas para isso.

- Claro que não. Serve para Vick jogar também.

Ela ri, me contagiando.

Pego o aparelho das calças que estou vestindo e vejo que realmente tem uma mensagem dela.

- Me desculpa. Acho que você tem razão.

- Claro que tenho! Mas agora, falando de assuntos sérios, como o senhor está? Sente-se bem? As dores, já passaram?

Confirmo que sim, para tudo.

- Apenas se passar demasiado tempo sentado e depois me levantar, tenho dores.

- Tente exercitar as pernas, antes de se levantar. Nem que seja só balançar as pernas, assim já dá uma esticadela nos músculos.

- Ainda hoje me estou a perguntar, como é que você se interessou pelo curso que está.

- Sempre gostei de ajudar. Depois que comecei a sofrer nas mãos... - ela para a frase a meio e me olha. - Acontecimentos do meu passado, levaram a que eu começasse a ver o mundo com outros olhos. E ajudar as pessoas com necessidades, foi sempre um sonho para mim.

- Seus pais devem de estar orgulhosos.

- Eu espero bem que estejam. - sussurra de olhar baixo.

- Falei alguma coisa mal?

Pergunto me sentando e olhar para ela melhor. Ela nega com a cabeça, noto ela passar a mãos pelo nariz e olhos.

Sem pensar duas vezes, me levanto e vou me sentar perto dela. Abraço ela de lado, que deita a cabeça no meu ombro e chora mais.

- Se você quiser conversar, sabe que pode contar comigo.

- Eu so preciso de fazer uma coisa antes.

Ela fala, levantando a cabeça e olhando diretamente para os meus lábios.

Caralho???

Seu rosto começa a ficar mais próximo ao meu, até que sinto a suavidade dos seus lábios nos meus.

Meu Porto SeguroWhere stories live. Discover now