Capítulo 24

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Ayla

Eles estavam estáticos e as minhas lágrimas ainda rolavam.

Merda, eu odeio ser sentimental, odeio ter humanidade.

— Você está... -o rosto do grão-senhor se iluminou.

— Pela mãe. -Feyre sorriu em meio às lágrimas.

O grito do grão-senhor explodiu em todo o quarto, ele uivou uma gargalhada de alegria, saltando em mim para me abraçar.

— Pela mãe, pela mãe, meu amor essa notícia é incrível! -ele disse eufórico.

Feyre me abraçou, se juntando a Rhysand.

— Parabéns, vamos ser... Pais? -feyre questionou confusa.

Eu me esquivei do abraço deles e eles me encararam.

— Ayla, meu amor, venha aqui. -disse Rhys vindo com os olhos cheios de luz, um sorriso grandioso.

Eu neguei.

— Eu vou para o meu apartamento, e não quero ninguém lá, nem mesmo vocês. -falei abrindo a porta.

— O QUE?? -questionaram juntos.

— Mas por...

— Eu não esqueci da festa. —os encarei— eu praticamente implorei para que não fizessem nada e ninguém respeitou o meu pedido, eu não vou ficar aqui vendo isso.

— Mas o bebê...

— Está muito bem, ficará melhor quando eu sair. -falei saindo do quarto.

Eu inspirei fundo, as lágrimas caindo, meu cheiro sendo mascarado outra vez.

Eu desci as escadas.

— Ayla? -Madeline veio até mim.

— Não quero conversar, muito menos com você. -falei.

— Não acha bobagem isso que está fazendo? -ela questionou.

— Acha bobagem eu estar traumatizada e odiar meu aniversário porque nossa alcatéia foi destruída nele? —a encarei— que fui obrigada a ver Stefan morrer em meu lugar? fui posta de joelhos, presa em algemas de jade, meu rosto e olhos sendo segurados por magia para ver cada facada, minha audição sendo aumentada para ouvir cada grito de dor dele. Acha bobagem nossos pais terem morrido naquele ataque?

Ela se calou.

— Eu não esqueci Madeline, não esqueci e é isso o que me persegue, era isso que queria ouvir? Já sabia mas queria ouvir de mim? Queria me ouvir falar isso? A porra do meu aniversário só me traz a lembrança de que eu não fui a porra de uma beta suficiente para proteger a todos e  evitar aquele massacre, que eu não fui forte, que eu vi o macho com quem eu iria me casar, o macho que eu amava ser morto em minha frente. -falei firme, às lágrimas caindo.

Rhysand e Feyre estavam estáticos nas escadas, haviam ouvido tudo.

Os que estavam na sala estavam congelados, também haviam ouvido.

E ao inferno, eu não estava nem aí.

— Meu aniversário está cheio de tantas mortes, que comemorar ele é o como comemorar cada uma delas. —eu disse— me perdoe por não ser insensível ao ponto de comemorar e fingir que nada aconteceu nesse dia.

— Ayla. —ela murmurou, uma lágrima caindo— me desculpe eu não...

— Não quero ouvir, já está doendo demais, mais uma palavra e é uma facada. -falei me virando.

Corte de Almas GêmeasWhere stories live. Discover now