Capítulo 3

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Ayla

Eu saí pela cidade, em busca de uma loja de vestidos.

Segundo a minha irmã eu tinha que voltar a ser mais feminina, mal sabe ela que eu já iria comprar um vestido.

Uma boate é uma boate.

E eu já o tinha achado, o povo dessa cidade é bem gentil, talvez seja por isso que minha irmã ama tanto esse lugar.

Eu suspirei balançando a cabeça.

Havia comprado roupas de inverno, estava farta de congelar as minhas mãos neste frio.

Eu tenho contas espalhadas por todos os territórios, e por todas as cortes, tirando a primaveril que está praticamente destruída e tomada pela natureza selvagem da primavera.

Que chega até a ser belo, mas é sufocante.

Estive lá uma única vez, e saí na briga com o grão-senhor, eu estava apenas de passagem e ele me atacou, eu quebrei a perna dele e fiz ele pedir perdão por atacar alguém que não tinha feito o menor movimento para ele ter aquela bendita atitude.

Não piso mais lá para não me irritar e matar ele.

Eu passei pela ponte do sidra, observando tudo a minha volta.

— Pela mãe, Cassian. -uma voz irritadiça soou.

Eu encarei de relance uma fêmea baixinha de olhos prateados e cabelos pretos eu sabia quem ela era. Conhecia das histórias.

Amren, um monstro em um corpo imortal e bonito, muitos dizem que ela é um demônio em pessoa.

Mas me parece normal, e apesar da expressão tediosa dela que possa parecer intimidadora para muitos. Eu não sinto um pingo de medo.

Já o macho que estava com ela.. um illyriano de cabelos até os ombros que caminha com ela, carregando sacolas.

— Me arrependi de ter me oferecido para te ajudar. -ele bufou com as mil sacolas nos braços.

— Se você não fosse eu iria ordenar que viesse de qualquer forma. -ela disse dando de ombros.

O macho soltou um choramingo indo até às lojas com ela e eu sacudi a cabeça, bufando um riso.

Coitado.

Sabia que estava perto do solstício de inverno, e minha irmã queria que eu ficasse por causa dele e porque queria que eu ficasse fixa em um lugar. Porém creio que não terá como, sempre passei esse feriado sozinha ou matando exilados apontados pelos alfas, é uma data... Solitária.

Eu suspirei, voltando a caminhar em direção as ruas.

— Ayla Pierce! -Madeline parou na porta do meu quarto.

Eu a encarei de relance com tédio.

— O que? -questionei.

— Você sabe o que. -ela disse quase choramingando.

Eu revirei os olhos.

— Quantos anos tem mesmo? Madeline, parece ter cinco. -Falei.

Ela revirou os olhos.

— Você tinha que ficar aqui, comigo, não ir para missões. -ela disse.

— Você já tem sua vida feita, Madeline, me deixe com a minha. —suspirei— por mais decadente que possa parecer.

— Você sempre faz isso. —ela murmurou— nunca liga para mim.

Eu rosnei em sua direção e ela bufou um pequeno rosnado de volta.

Corte de Almas GêmeasWhere stories live. Discover now