Capítulo 19

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Ayla

Eu semicerrei os olhos para Christian e ele me deu um sorrisinho.

— Vai, você canta tão bem. -ele me deu um empurrão.

Eu bufei, vendo que todos me encaravam e caminhei vendo a multidão se afastar para eu passar.

Os músicos começaram a tocar, o acústico daquele lugar era... Perfeito.

Minha voz soou, tomando o eco para si, retumbando como um som divino.

Encarei minha irmã que deixou uma lágrima cair enquanto segurava Sofia no colo que balançava devagar no ritmo da música.

A luz da lua me tocou.

Minha voz ecoou junto com as oito pontas lunares que subiram a um retumbar.

A voz tremeluzindo em um ritmo  harmonioso, que achei que nunca mais cantaria na vida. Que achei que nunca mais pudesse atingir aquilo de novo.

Achava que minha voz nunca mais seria a mesma depois de gritar para os quatro ventos quando o mundo desabou embaixo da meus pés.

Depois de sentir o meu coração quebrar de tal forma que não fosse possível mais se colar.

Eu encarei de relance os meus parceiros que sorriam encantados, me ouvindo.

Meus amigos sorriam para mim.

Meus pulmões encheram-se de ar quando lancei a voz por todo o clube.

Um melisma ecoou quando atingi o tom.

E mais um, minha voz teemeluziu em uma melodia que talvez tenha sido entregue aos deuses naquele momento.

As última notas soaram, e a minha voz ecoou, junto de um melisma que se assemelhou a um uivo melódico que os lobos alí apreciaram como se fosse algo divino que puxasse seus lados lupinos para idolatrarem.

E a música chegou ao fim, eu encarei a todos e em meio segundo aquele lugar explodiu em uma onda de aplausos.

"Seja feliz" foi o que ele disse.

Mas estarei o traindo assim?

Eu desci do palco para que então meus amigos avançassem em mim, eu agradecia os elogios mesmo que distante.

Eu não fui até os meus parceiros no momento, porque se eu fosse eu desabaria de verdade.

Eu me aproximei da minha irmã, meus parceiros me encararam de longe com os círculo íntimo, a espera que eu fosse até eles.

E sabia com toda a certeza que eles viram quando eu apoiei um braço no balcão e rosto não mão, e derramei lágrimas.

Madeline me abraçou.

— Isso passa irmã, você vai ver, isso passa. -ela beijou meus cabelos.

Eu funguei escondendo meus rosto na curvatura de seu pescoço, não permitindo que os outros vissem que eu chorava.

— Titi? -Sofia tocou a minha bochecha.

Eu beijei a sua pequenina mão e depois sua testa.

— Eu vou sair, se perguntarem por mim...

— Eu, sei, eu digo que você estava cansada. -ela tocou meu ombro.

Eu assenti e passei por John dando um tapinha em seu ombro.

— Ela está bem? Alguém se meteu com ela? -ouvi ele perguntar a minha irmã.

— Ela só está cansada, muito cansada. -madeline suspirou.

Corte de Almas GêmeasWhere stories live. Discover now