Capítulo 23

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Ayla

É, hoje eu acordei percebendo que já fudeu.

Fudeu pra caralho.

— Não é tão ruim, na verdade, não é ruim. -disse Madeline tentando me dar incentivo.

— Não é ruim não? —pisquei a encarando— pra mim é.

— Depende do que vai contar, se for um.. bolo de dois andares..

— Madeline, não viaja. -estalei os dedos na frente de seu rosto.

— Ah, okay, okay, três andares está bom. -ela disse e eu suspirei.

Brincando com Sofia no colo.

— Titi, Titi. -ela sorriu pra mim e eu enchi aquela bolinha de pelos lilás, de beijos.

Ouvindo sua doce gargalhada.

— Tudo isso porque o seu aniversário é amanhã? -Madeline me encarou com tédio.

— Também. —falei— eu odeio meus aniversários.

— Não sei porque, na alcatéia eram incríveis... Stefan sempre...

Eu baixei o olhar.

— Oh. -ela disse se tocando.

Ela acariciou minhas costas, tocando meus ombros.

— Tem que deixá-lo ir, irmã. -ela disse.

— Não posso. -murmurei negando.

— Por que não?

— Porque eu estarei o esquecendo, estarei o traindo assim. -falei.

— Stefan vendo você ser feliz, o que ele mais queria que era te ver com um sorriso no rosto, ele não acharia traição, Ayla, de nenhum modo. —ela disse— vocês se amavam, mas infelizmente o destino fora cruel, mas ele está sempre olhando para você, e agora mais do que nunca está feliz, vendo que você está começando a ser também.

Eu funguei, deixando uma lágrima cair.

Sofia me encarou confusa, inclinando sua cabecinha para o lado fazendo os cabelos lilás seguirem o movimento, vendo minha expressão triste.

Ela tocou minha bochecha, limpando a lágrima dali, puxando meu rosto para encará-la.

— Titi, ó. -ela disse.

Eu a encarei.

A pequena criança passou glacê cor de rosa em seu nariz, percebi, tentando me arrancar um sorriso.

E conseguiu, mesmo que fraco.

— Lobinha levada. -fiz cócegas em seu pescoço, a ouvindo rir.

— Onde estão Feyre e Rhysand? -questionou Madeline.

— Resolvendo assuntos da corte. -falei.

— E porque não está lá? -ela arqueou uma sobrancelha.

Eu suspirei, segurando a pequena boneca que Sofia pôs em minhas mãos, e ela agarrou seu lobo violeta, imitando rosnados para a boneca fugir dele.

— Ainda.. não me sinto muito parte disto. -murmurei.

— Como assim?

— Não estou a costumada com a felicidade, Madeline, só com a tristeza, então desculpe se não conheço outro modo de ficar. —suspirei— eu não me sinto parte de nada a minha volta, como se eu não merecesse, e eu sei que não mereço.

— Não diga besteiras. —ela me abraçou de lado— você ficou muito tempo só, está estranhando estar com tanta gente que te ama a sua volta, isso passa.

Corte de Almas GêmeasWhere stories live. Discover now