Capítulo 53: O Deus Dragão.

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Cambaleei na direção do Aidem e ele me segurou pelos ombros. Nossos olhos se encontraram e a seriedade dele me fez hesitar em fazer a pergunta que eu estava prestes a fazer.

- Temos que ir embora. - Ele falou em um tom sério. Seus olhos azuis me encaravam com intensidade. - Não temos como ajudar, e ainda não sabemos se Ryan... Eragon. Não sabemos se Eragon está mesmo do nosso lado. -

- Não! - Eu recuei um passo para trás e me desvencilhei das suas mãos. - Ele é Eragon! Eu consigo sentir. Ele está do nosso lado. -

- Tudo bem. Mesmo que ele seja Eragon...- -

- Ele é. - Eu o interrompi.

Atrás de nós eu ouvi o som de explosões e alguns clarões chamaram a minha atenção, mas tentei ignorar.

Aidem suspirou e sacudiu a cabeça, quando me olhou novamente parecia decidido.

- Certo. Mesmo Eragon estando do nosso lado não podemos ficar aqui. Não tem nada que possamos fazer aqui e nós não precisamos ver isso. Vamos para o vilarejo e-... -

- Como não precisamos?! - Eu explodi. Deixando a raiva subir a cabeça e interrompendo ele antes que eu pudesse percebesse que estava gritando. - Eu preciso ver isso, Aidem! Eu quero ver isso!! Ele arrancou as minhas asas e nós não pudemos fazer nada! Eu quero ver ele morto! Eu quero... Quero ele-... -

Parei de falar e me virei para o lado. E lá estava Flammae. O cabelo branco esvoaçando com o vento conforme ele pousava ao nosso lado. Os olhos azuis me encarando com frieza.

A lança dourada girou na mão dele e eu me movi no mesmo instante. Flammae projetou uma estocada na direção do Aidem e eu entrei na frente.

Senti a mão de Aidem segurar o meu braço como se fosse me puxar para longe, me tirar da frente, mas já era tarde demais.

Ouvi ele gritar meu nome e um assobio agudo ecoar no ar. E então uma espada desceu do céu e atingiu a lança. As faíscas subiram no céu e o som agudo de aço se colidindo me fez encolher um pouco.

Quando a espada cravou a lâmina na terra ela a ponta da lança consigo. E logo em seguida Eragon caiu do céu com leveza e graciosidade, pousando no cabo da espada com facilidade e sem desmanchar sua aura intimidadora e postura imponente.

Flammae ergueu a lança de uma vez e isso fez a espada ser arrancada do solo e arremessada para cima, mas Eragon já havia saltado e, com uma pirueta elegante no ar, pousou ao lado do homem.

Os dois golpearam ao mesmo tempo. Flammae soltou uma das mãos da lança e projetou o cotovelo na direção do rosto de Eragon. O Deus Dragão segurou o golpe com um mão e com a outra atingiu um poderoso soco nas costelas dele.

Quase fui jogada para longe com o impacto do soco, mas Flammae apenas voou dois metros para trás e bateu os pés no chão para interromper o avanço. Mas quando ergueu o rosto a frieza deu lugar a surpresa e ao medo.

Eragon havia pegado a lança das mãos dele quando o arremessou para longe, e agora girava a arma em uma das mãos fazendo o dourado brilhar mesmo nas sombras da floresta onde estávamos.

- Não vai usar magia, Deus do Fogo? - Eragon agitou a lança e bateu com o cabo no chão. Em seu rosto arrogante uma expressão estranha começou a surgir. Deboche. - Tem medo que eu não fique impressionado com sua labaredas, Deus do Fogo? -

Mas Flammae não se irritou apenas sorriu e sacudiu a cabeça. Apontou a mão para frente e uma esfera de fogo se formou. Um fogo vermelho e denso.

- Simplesmente achei que seria injusto usar tanto poder quando você não está nem perto do seu auge. Mas se você insiste. -

Um raio vermelho disparou na direção de Eragon. Na nossa direção. Mas o Deus Dragão apenas rebateu o raio para o lado com a lança dourada.

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